Carolina sempre foi uma garota sonhadora, que desde seus 15 anos sonhava em estudar e ser bem sucedida no ramo de trabalho, apesar de ter feito um curso que não era bem visto pela sociedade, mas mesmo assim conseguiu um bom emprego e passou a viver...
Estava distraída observando a linda floresta ao meu redor quando senti suas mãos alisarem a minha cintura.
— William... — Sussurro, sentindo sua respiração bater em minha nuca.
— Não fala nada, apenas me ouça.
Balanço a cabeça afirmativamente, pois não podia negar o que eu sentia naquele momento, apesar de que ainda não estava preparada para ceder.
— Eu sei que errei com você, mas não teve um dia desde aquela noite que eu não pensasse em nós dois. – Revela, me virando lentamente para encara-lo.
Olho fixamente em seus olhos e vejo que está sendo sincero, mas o problema é que ainda não estou preparada para me entregar de cabeça em um possível relacionamento, pois passei esses 5 anos me dedicando inteiramente ao meu filho e sei que ele tem uma vida diferente da minha.
Estou feliz por nossos amigos estarem aqui e sei que saíram de perto de nós propositalmente apenas para que nos resolvêssemos.
— Eu acredito em você, pois aconteceu a mesma coisa comigo. — Digo, alisando seu rosto com carinho.
— Então o que nós estamos esperando para recomeçar? — Pergunta, segurando meu rosto.
— Não estou pronta para isso, ainda.
Ele suspira, encara o lindo céu azul e depois fixa seus olhos em meu rosto que continua totalmente focado no seu.
Queria poder ceder, mas confesso estar com um pouco de receio.
Estou feliz por toda a atenção e carinho que está dando ao nosso filho, mas em relação a nós dois só o tempo dirá.
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Já se passava das 18h quando voltamos para a casa e encontramos todos conversando e rindo na sala de estar.
— Querida, achei que tinha se perdido no meio do mato. — Tia Ana ironiza, sorrindo de lado, enquanto Jonas nos olha estranho.
Deve estar pensando besteiras...
Observo quando se levanta e caminha em direção a cozinha, aproveito a distração de todos e vou até ele, pois apesar de tudo o considero muito.
— Ei, o que houve? — Pergunto, o vendo abrir a geladeira.
— Resolveu dá uma chance para ele? — Pergunta, seco.
— Não, apenas conversamos e voltamos para casa.
Ele assente, pegando uma jarra d’agua e colocando o líquido em um copo.
— Aquela é a Mariana que você tanto falava? — Pergunta, olhando todos na sala pela porta da cozinha.
— Sim, estou muito feliz que ela esteja aqui com meus sobrinhos queridos.
— Ela é muito bonita. — Diz, terminando de beber sua água.
— Sim, e muito bem casada.
Ele ri, cruza os braços e me encara como se eu tivesse falado algo engraçado.
— Eu sei que ela é casada, não sou desses.
Assinto, e ele sai pela porta dos fundos e quando volto para a sala encontro apenas titia tricotando seus famosos casaquinhos de lã.
— Cadê todo mundo? — Pergunto, olhando ao redor a procura dos meus amigos.
— Foram colocar as crianças para dormir e depois iriam descansar. — Responde, concentrada em seu trabalho.
— Ok, então eu irei lá, dar boa noite. — Digo, me levantando e caminhando em direção as escadas.
Subo os degraus, avisto o quarto em que eles estão, bato na porta, ouço um “entre” e vou adentrando o cômodo, vejo Mariana sentada olhando fixamente para o celular como se estivesse pensativa.
— O que tanto vê aí? — Pergunto, alisando seus cabelos que estavam soltos.
— O calendário. — Responde, deixando o celular de lado. — Era para eu ter menstruado ontem, mas até agora nada.
Arregalo os olhos, ponho as mãos na boca e tento segurar o riso, ela percebe, me dá um tapa de leve no braço e pede para que eu fique quieta.
— Amiga, será? — Pergunto, encarando a sua barriga. — Onde está o Eric?
— Não sei, é cedo para fazer um teste e ele foi tomar banho em um dos banheiros sociais.
Assinto, conversamos mais um pouco, nos despedimos e então saio do quarto e vou para o meu, pois pretendo tomar um belo banho e cair na cama.
E assim que adentro o cômodo, observo que o meu filho não se encontra no quarto e quando ameaço sair para procura-lo ouço a voz de William atrás de mim.
— As crianças resolveram montar uma cabana em um dos quartos e queriam dormi por lá. — Conta, saindo do banheiro que tenho no quarto.
— Ah, então irei lá para ver como estão. — Digo, tentando a todo custo não encarar aquele peitoral desnudo, molhado.
Abro a porta e saio do quarto, ofegante, sentindo minhas partes baixas formigarem.
Balanço a cabeça negativamente, para afastar os pensamentos pecaminosos.
Fico feliz quando entro em um dos quartos menores e vejo a linda cabana que montaram para dormir um ao lado do outro.
Me abaixo devagar, deixo um beijo em cada um deles e volto para o quarto, encontrando William apenas de boxer mexendo em seu celular.
Suspiro pesado, pois jamais imaginei o ver assim outra vez.
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