Carolina sempre foi uma garota sonhadora, que desde seus 15 anos sonhava em estudar e ser bem sucedida no ramo de trabalho, apesar de ter feito um curso que não era bem visto pela sociedade, mas mesmo assim conseguiu um bom emprego e passou a viver...
Sabe quando tudo está bem e você sente que alguma coisa errada pode acontecer a qualquer momento?
Pois é, eu estava bastante feliz, mas quando William me fez aquela proposta, minha cabeça começou a dar vários nós, sei que na hora eu concordei, mas pensando bem, não sei se será uma boa ideia enfrentar a família dele.
Por mais que ele diga que são pessoas compreensivas...
Estava descendo as escadas, louca para conversar seriamente com titia, pois só ela poderia me dá uma luz nesse momento, mas acabei trombando com uma parede de músculos e assim que olhei para cima não tive tempo de raciocinar, só senti quando sua boca se chocou com a minha e a única reação que tive foi por minhas mãos em seu peitoral e tentar empurra-lo com todas as minhas forças, pois por algum motivo isso era completamente errado.
— Que isso, Jonas? — Digo, exasperada, assim que consigo o afastar de mim. — Nunca te dei essa liberdade.
Vejo um pequeno sorrisinho surgir em seus lábios assim que direciona seu olhar para perto das escadas.
Quando consigo realmente compreender e tento me explicar, William sobe de volta, praticamente correndo e eu não tenho outra alternativa a não sei ir atrás dele.
— Agente ainda vai ter uma conversa muito séria sobre isso. — Digo, apontando o dedo em sua cara enquanto o mesmo dá de ombros e sai andando rumo a cozinha.
E assim que subo as escadas e adentro o seu quarto, vejo ele arrumando suas coisas.
Isso definitivamente parte o meu coração, pois sei que ele pode ter interpretado aquela cena muito mal.
— Me deixa explicar. — Digo, me aproximando mais dele.
— Olha, eu aguentei demais esse babaca, sua tia me pediu para tentar e eu estava até disposto a isso, mas... — Conta, respirando fundo e colocando suas mãos no rosto. — Não dá, ele vai continuar tentando me afastar de você, então é melhor eu ir embora e deixar vocês viverem em paz.
— Não, por favor, eu não quero que você vá. — Imploro, me jogando em seus braços, com medo de que ele suma e eu nunca mais o veja novamente.
— Vai ser melhor, não quero sua tia pensando que estou afastando Jonas de vocês e pense sobre o que conversamos mais cedo. — Diz, pegando a mochila e jogando sobre os ombros.
— Nosso filho vai sofrer, por favor, fica. — Peço, mais uma vez quando ele fica a um passo da porta.
Me parte o coração saber que Jonas fez de tudo para que William não tivesse paz e nem se sentisse à vontade dentro dessa casa, sei que parte disso tudo é culpa minha que nunca tive pulso para fazê-lo entender que eu ainda gostava do pai do meu filho e isso nunca ia mudar.
Chegou um momento que cogitei seguir adiante, mas titia me aconselhava e dizia que eu não poderia iniciar outra história com uma em andamento.
E foi o que tentei fazer, até Jonas começar a me desencorajar...
E depois do reencontro com William, tudo ficou ainda pior porque ele se sentiu ameaçado e no fundo sabia que eu daria uma chance para recomeçarmos a nossa história.
— Eu sei, mas eu irei me explicar e talvez ele me entenda.
É só o que diz antes de sair do quarto e fechar a porta, me deixando completamente sem ação diante da sua decisão.
Lagrimas escorrem pelo meu rosto enquanto me sento na cama e lembro dos nossos momentos, que foram poucos, mas muito significativos para tudo o que vínhamos construindo.
Enxugo meu rosto assim que ouço a porta se abrir e Eric entrar em meu campo de visão.
— Não fique assim, ele precisa fazer isso ou essa casa irá se tornar um campo de guerra onde ninguém sairá vencedor. — Diz, sentando-se ao meu lado.
— Eu não quis o beijo, foi forçado. — Me expliquei, na tentativa de que alguém acredite que foi Jonas que me pegou desprevenida.
— Nós acreditamos em você, e principalmente ele.
— Então porque ele tomou essa decisão? — Digo, exasperada, me levantando e andando de um lado para o outro do quarto.
— Ele está muito vulnerável e isso é prejudicial na situação em que está.
Não tenho tempo de responder, pois Mariana invade o quarto, sorridente e se jogando nos braços do marido.
Sorrio ao observar a cena que se desenvolve a minha frente.
— Eu estou grávida! — Exclama, com a voz embargada pela emoção.
— Eu já sabia, meu amor! — Eric exclama, completamente alegre com a notícia.
— Eu demorei uns dias para absorver a ideia em minha cabeça porque eu ainda não estava preparada, sabe. — Revela, se afastando e quando me nota, sorri e me abraça. — Desculpa entrar assim e atrapalhar a conversa.
— Está tudo bem, ou ao menos vai ficar.
— Amiga, eu me encontrei com ele no corredor e conversamos um pouco. — Conta, sentando-se comigo na beira da cama.
— Eu só queria que ele não fosse embora.
— Segue o conselho que eu te dei assim que cheguei aqui.
— Qual deles, foram tantos...
— Se renda a ele...
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