William Martinez
— Cara, isso tudo parece loucura. — Eric diz, olhando as crianças distraídas com os brinquedos.
— Pois é, eu só queria me entender com ela e acabei tendo uma surpresa.
— Mas como vocês estão? — Pergunta, me fazendo suspirar e me encostar na poltrona.
— Na mesma, ela ainda não confia em mim.
— E você como sempre, desistiu de tentar. — Fala, cruzando os braços me olhando atentamente.
— Não é isso, só não estou insistindo, sabe. — Conto, alisando os meus cabelos. — Estou mais focado no Pietro, quero poder ser um pai de verdade para ele.
Eric sorri, apertando o meu ombro, demonstrando que me compreende, pois agora o mais importante é fazer com que Pietro me veja como um pai que vai estar sempre aqui para o que ele precisar, não importa o que aconteça.
Minutos depois, as meninas voltam e levamos as crianças para fazerem um lanche, nisso Ana vai contando algumas histórias da fazendo enquanto estamos todos sentados na mesa da sala de jantar.
— Contando mais uma de suas histórias, Ana. — Ouço a voz de Jonas que adentra a sala de jantar, roubando um pedaço de bolo e se sentando ao lado de Carolina.
Que sorri um pouco para ele enquanto o mesmo aperta sua mão e isso me causa um embrulho no estômago.
— Acho melhor você começar a investir ou alguém irá tomar o seu lugar. — Eric sussurra, apenas para que eu ouça.
Sei que tem razão, mas para isso ela precisa me dá uma certa brecha para que eu possa me abrir.
Coisa que ela não irá fazer tão cedo.
— Esse lugar é lindo, Ana. — Mariana comenta, experimentando mais um pedaço de bolo.
— Sim, era do meu falecido marido, Walter, que morreu há 7 anos de infarto fulminante. — Conta, e vejo Jonas abaixar a cabeça, pois soube que ele era enteado de Ana.
Eu já tentei ser legal com ele, mas parece que está sempre querendo me fazer desistir do que sinto por Carolina e tentando várias vezes me afastar do meu filho.
Mas o bom era que Pietro agora entendia que tinha pai e sempre me queria por perto.
Não sei o que faria se por acaso ele me rejeitasse.
Estava tão distraído que nem vi quando as crianças se levantaram da mesa e foram brincar lá fora.
— Fico feliz que eles se deram bem. — Carolina diz, sorrindo para a amiga que retribui, se levantando para ir até as crianças.
— Se não se dessem a culpa seria sua de qualquer forma. — Mariana diz, estirando língua para a amiga como se fosse uma criança birrenta.
Minutos se passam e decidimos passear um pouco pelos arredores da fazenda, pois queria aproveitar e conhecer Rubi, a égua de estimação que Pietro não parava de citar em nossas conversas.
— Olha ela ali. — Ele aponta, correndo em direção ao Jonas que está na porta do estábulo, cuidando dos animais.
— Essa cara sempre querendo ser o centro das atenções. — Eric murmura, de braços cruzados. — Precisas agir, amigo.
Assinto e caminhamos em direção ao estábulo enquanto as meninas acham um banquinho de madeira e passa a colocar a conversa em dia.
— Papai, eu quero um desse. — Henrique pede, puxando a barra da camisa de Eric.
— Você sabe que onde moramos não tem espaço para isso né? — Diz, se agachando para ficar da altura do filho.
Ele faz bico, cruza os braços e ameaça fazer uma birra.
Dou de ombros, deixando que resolva a situação e caminho em direção a casinha da Rubi.
— Olha papai, ela gostou de você. — Pietro diz, animado.
— Que bom filho, também gostei muito dela. — Digo, alisando sua crista macia.
Vejo Jonas me olhar atentamente, acho que está um pouco surpreso pela égua aceitar carinho de estranho, mas não me importo, pois faz dias que tenho que suportar a sua presença.
— Quer fazer carinho nela? — Ouço Eric perguntar ao filho assim que se aproxima de onde estamos.
— Eu quero. — Ele responde, nisso Eric o pega nos braços e passa a acaricia-la junto com o filho.
Depois de brincar com a égua, decidimos continuar a nossa caminhada pela trilha e quando chegamos no lindo pomar, Eric e Mariana decidiram mudar a rota e junto com as crianças foram conhecer mais outros animais enquanto eu e Carol seguíamos floresta adentro.
Confesso que achei bem estranho, mas sabia que Eric estava tentando me ajudar, já que não consigo ter um tempo sozinho com ela, por conta de vários fatores.
— Eu gostava de vir aqui quando estava grávida. — Diz, olhando as árvores que balançavam com o vento.
— Porque?
— Para pensar na vida, por várias vezes pensei em procurar você e contar tudo.
— Deveria ter feito, pois eu não te abandonaria.
— Agora eu sei.
Assinto, me aproximando mais dela, queria aproveitar aquele momento de vulnerabilidade para me abrir e mostrar que posso ser o cara que ela tanto desejou.
💝💝💝
Beijos e até o próximo capítulo...
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A Consequência de Uma Noite
RomanceCarolina sempre foi uma garota sonhadora, que desde seus 15 anos sonhava em estudar e ser bem sucedida no ramo de trabalho, apesar de ter feito um curso que não era bem visto pela sociedade, mas mesmo assim conseguiu um bom emprego e passou a viver...