Capítulo 9

395 42 153
                                    

Carolina Ferraz

 Já se passava das 14h quando me levantei cuidadosamente da cama, pois William acabou adormecendo junto com o nosso filho.

Eu fiquei imensamente feliz quando o ouvi chama-lo de pai, pois temi que isso não acontecesse agora pelo fato de o ter conhecido a pouco tempo.

Saio de meus devaneios quando ouço vozes na sala, fecho a porta do quarto com cuidado, desço as escadas e encontro Jonas e tia Ana conversando.

— Oi, eu acabei pegando num sono. — Digo, fazendo notarem a minha presença.

— Legal, eu vim avisar a Ana que havia chegado um Uber com um casal com dois filhos. — Conta, alisando os cabelos suados.

— Querida, você chamou mais alguém para cá? — Titia pergunta, se levantando da poltrona.

— Não, e creio que William também não, pois ele havia me dito que não iria conversar com sua família agora.

— Então quem será aquelas pessoas? — Pergunta, apontando para porta.

Dou de ombros, andando até o terraço e assim que meus olhos batem no casal parados encostados na BMW azulada, congelo, pois sei exatamente quem são.

— Mariana... — Sussurro, descendo as escadinhas da varanda e correndo rapidamente até eles.

Sinto meus olhos marejarem, pois sei que não agi certo com ela a privando de saber de tudo o que aconteceu nesses últimos 5 anos, mas ao invés de ficar aqui me lamentando irei aproveitar e tenta me explicar e fazer com que me perdoe por tudo.

Sei que vai ser um pouco difícil, mas tentarei fazer com que me entenda.

— Olá, Carolina há quanto tempo. — Eric diz, se desencostando do carro.

— Oi, não sabia que vocês tinham o meu endereço. — Digo, um pouco surpresa, pois tomei bastante cuidado para ninguém me descobrir aqui.

— Agente não sabia, mas meu carro tem rastreador, então foi fácil acha-lo aqui. — Diz tranquilamente.

— E você, não vai falar comigo, Mari? — Pergunto, alisando aqueles lindos cabelos ruivos bem tratados.

— Não sei se eu devia, estou muito magoada com você. — Diz, virando-se para mim e me olhando atentamente.

— Amiga, eu sei que tenho muito o que explicar, mas espero que me entendas. — Tentei explicar, mas sou interrompida quando ouço as vozes dos pequenos.

— Tia Carol. — Dizem em uníssono, correndo até mim.

Me agacho para abraça-los e ouço a voz de titia na varanda.

— Sejam bem-vindos, entrem. — Ela convida, nos fazendo acompanha-la até a casa.

Minutos depois, já estamos acomodados todos na sala de estar e logo William e Pietro se juntam a nós, pois os dois tinham acordado e estavam a minha procura.

Percebi que William não se surpreendeu com a vinda do amigo para cá, mas ele prometeu me explicar e depois de deixar as crianças brincando, resolvemos nos juntar e dar início às indagações que possivelmente iram me fazer.

— Carol, eu sei que deveria ter comunicado que tinha conversado com o Eric por mensagem quando ele ainda estava em Nova Orleans. — Explica, com medo da minha reação. — Eu estava muito confuso com tudo o que ouvi e precisei desabafar.

Assinto, alisando seu ombro, entendendo que foi um choque saber que era pai e por isso agradeço por ele ter tido a coragem que eu não tive, pois Mariana me olha como se eu tivesse cometido um crime.

— Eu entendo, só queria me desculpar por ter sumido daquela forma, sei que merecias uma explicação. — Digo, olhando a minha amiga.

— Eu sei que você teve seus motivos, mas eu queria ter sido informada de que tenho um sobrinho, poxa. — Diz, exasperada, seus olhos marejando de repente.

— Eu entendo, me desculpa, amiga.

— Eu desculpo com um belo convite para ser madrinha. — Diz, fazendo bico.

— Mas é claro, ele ainda não foi batizado, mas agora que vocês estão aqui podemos aproveitar e cuidar disso.

— Sim, e eu faço questão de ajudar com os preparativos. — Mariana diz, se levantando e me puxando para um abraço que retribuo rapidamente.

Nisso as horas vão passando enquanto colocamos o papo em dia, ela me pergunta como está senda a minha convivência com William e eu apenas digo que está tudo normal.

— Ele não voltou a te paquerar? — Pergunta, enquanto caminhamos pela trilha.

— Não, mas é como eu te falei, estou bastante confusa.

— Você quer se permitir sentir, mas está receosa. — Diz, alisando os cabelos que voam com o vento forte.

— Como sabes?

— Você sabe que eu e o Eric vivemos altos e baixos no passado, pois eu sempre fugia das sensações que ele me causava e tinha medo da nossa família.

— O que você fez para aceitar os sentimentos e seguir adiante?

— Simples, me rendi a ele.

— Parece tão fácil quando você fala assim, porque o Eric não te tratou como uma qualquer.

— Pois é, nosso caso foi justamente o contrário.

— Ai, amiga, não sei o que eu faço.

— Dê tempo ao tempo, não adianta se martirizar com isso agora.

Assinto, abraçando-a e continuamos caminhando pela trilha até chegarmos no meu lugar favorito, o lindo pomar onde estive com ele mais cedo e por um momento consigo sentir a calmaria que esse lugar me traz até perceber que estou feliz por ter meus amigos aqui.

💝💝💝

 Beijos e até o próximo capítulo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

 Beijos e até o próximo capítulo...

A Consequência de Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora