Capítulo 1

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Dias atuais...

Carolina Ferraz

Desperto com o sol quente em meu rosto, pois havia esquecido de fechar as cortinas e quando me viro para o lado, desespero-me.

— Pietro? — Chamo, mas não obtendo respostas.

Saio em disparada do quarto, correndo pelas escadas, esbarrando em tia Ana que me olha com um sorriso contido.

— Menina, para que esse desespero? — Ela pergunta, cruzando os braços e deixando a cesta de pães recém feitos na mesa.

— A senhora viu o Pietro?

— Foi cavalgar com o Jonas.

Suspiro, aliviada, pois não gosto que saia sem avisar.

— Ele não me avisou, tia.

— Querida, sabe o que é isso? — Pergunta, me olhando nos olhos.

Bufo, sei o que vai dizer.

— Tia, por favor.

— Paranóia, acha que o menino vai sumir a qualquer momento! — Exclama alto, assim que me vê saindo pela porta dos fundos.

Grito por Jonas, quando os avisto voltando para a fazenda em cima de Rubi, a égua que Pietro ganhou de presente quando completou seus 5 anos.

— Oi, princesa. — Acena, se aproximando.

Não gosto que me chame assim, mas não consigo ser grossa com ele, pois me deu muito apoio quando cheguei aqui.

Mas sei que nutre sentimentos e tem esperanças que eu aceitei os seus avanços.

— MAMÃE! — Pietro grita e corre em minha direção, assim que Jonas tira ele de cima da égua.

— Filho, nunca mais me assuste desse jeito. — Lhe abraço apertado, assim que ele se aproxima, correndo.

— Desculpa, eu só queria ver a Rubi.

Assinto e o levo para dentro, pois está na hora do café.

— Princesa, desculpa não ter te acordado para avisar, é que você fica tão linda dormindo. — Diz Jonas, alisando meu rosto.

— Está certo, espero que isso não se repita. — Sorrio sem graça pelo carinho, mas infelizmente não consigo retribuir.

Morro de medo de perder o meu menino, por isso aceitei o convite de titia para viver aqui na fazenda, lhe ajudando com as contas e lucros do lugar.

Depois de fazer meu pequeno lavar as mãos, nos sentamos na mesa e iniciamos o nosso café da manhã.

— Você sabe o que penso sobre isso. — Tia Ana indaga, bebendo um gole do seu café.

— Tia, já conversamos, se eu quisesse procura-lo, não teria abandonado tudo e vindo para cá. — Digo, encarando meu menino distraído com o desenho que passa na televisão enquanto toma seu mingau.

— É Ana, esse babaca não merece atenção. — Jonas diz, partindo uma fatia de bolo e levando ao seu prato.

— E você fica dando forças para essa situação permanecer, devia era me ajudar.

— O que a senhora quer que eu faça, tia? — Peço, imaginando sua resposta.

— Que procure o rapaz, ele merece saber que tem um filho, depois a escolha de participar ou não é somente dele.

Dito isso, ela deixa a mesa, recolhe as louças e vai até a cozinha.

— Eu sei que titia tem razão, eu agi por impulso. — Divago, encarando meu prato quase intocável.

— Ei princesa, não fique assim, ele é um babaca, provavelmente te abandonaria do mesmo jeito. — Diz, segurando minha mão sobre a mesa.

Suspiro, lembrando da sensação de tê-lo sobre mim e de como me senti diferente com seus toques e caricias.

— Jonas, eu agradeço todo o seu apoio, mas prefiro não tocar mais nesse assunto. — Digo, desfazendo nosso contato.

— Está bem, prometo não falar mais nada. — Diz, voltando a comer.

Jonas é enteado de titia e desde que seu pai faleceu, ele continuou na fazenda e se tornou capataz, pois gosta de cuidar dos cavalos e fazer todo o trabalho pesado.

Eu ajudo com a contabilidade e alguns afazeres domésticos, pois não queria abusar da hospitalidade, apesar de que minha tia sempre gostou de mim e até foi contra a ideia dos meus pais de me levarem para Nova Orleans quando eu ainda tinha 5 anos de idade.

Saio de meus devaneios quando ouço o telefone fixo da casa tocar, levanto-me e atendo prontamente, pois pode ser algum cliente.

— Alô?

— Amiga, que saudades! — Mariana quase grita do outro lado da linha. — Você nunca mais me ligou.

— Ah, eu avisei a você que o sinal aqui é ruim, mas como estão as coisas? — Pergunto, querendo saber das crianças.

Sei que estou agindo errado de estar mentindo para ela, mas não posso correr o risco do Eric sem querer dizer ao amigo onde estou e que tive um filho, por isso precisei privar a minha amiga dessa parte de minha vida.

— Está tudo bem, ainda não superei você ter ido embora daquele jeito do meu casamento, nem se despediu de mim. — Dramatiza, e lembro-me de como foi difícil ficar perto do loiro.

Mas era o dia mais importante da minha amiga e não pude rejeitar o seu convite, apesar dos protestos de titia, para que eu aproveitasse e abrisse o jogo com William.

— Desculpa, minha tia precisou de mim e precisei ir às pressas, mas isso já faz 5 anos, Mari.

Eu sei, mas mesmo assim, nunca esquecerei e espero que esteja tudo bem, e eu ainda estou aqui em Nova Orleans, desde o ano novo, pois minha mãe faz drama toda vez que digo que irei voltar para casa. — Conta, e passamos a conversar animadamente sobre as novidades.

Depois de encarrar a ligação, levo um pequeno susto com Jonas atrás de mim, ouvindo toda a conversa.

— Não sabia que estavas aí.

— Não quis atrapalhar, só vim avisar que o Pietro foi tirar uma soneca.

Assinto, levanto-me e vou em direção ao terraço, pois quero sentir um pouco de ar fresco e me sentar um pouco na velha cadeira de balanço.

E assim que me sento, sou recebida pelo ar fresco da manhã, aliso os meus lindos cabelos castanhos claros e percebo como estão ganhando uma coloração mais clara, devido ao sol que levo na fazenda.

— Você fica mais linda a cada dia que passa.

— Jonas...

— Poxa, princesa, me dá uma chance para eu te fazer feliz?

— Não é tão fácil assim.

— Porque não?

— Porque, eu me apaixonei pelo pai do meu filho.

💝💝💝

Beijos e até o próximo capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo...

A Consequência de Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora