Capítulo 2

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Carolina Ferraz

Depois de gargalhar e zombar da minha afirmação, Jonas se levanta, cruza os braços e me olha atentamente.

— Isso só pode ser piada, né?

— Não é, desde aquele maldito dia que não consigo tirar ele da minha cabeça, não importa o que aconteça. — Digo, me sentindo mais leve, pois é a primeira vez que admito isso para alguém.

E principalmente, para mim mesma.

— Agora eu não estou entendendo mais nada. — Disse, sentando-se de novo e me analisando com aqueles olhos negros como a noite. — Você disse inúmeras vezes que não o queria ver nem pintado.

— Eu sei que é loucura, mas é a única verdade que tenho para te dizer, Jonas.

Dito isso, ele aceitou minha resposta e saiu, pois, tinha muito trabalho para fazer.

Dei graças, pois não queria mais ter que ficar falando de William, já não bastava ter dito aquilo em voz alta.

Estava distraída, quando tia Ana se aproximou de mim e sentou na cadeira ao lado.

— Ah, querida, sei que você não gosta que eu fique lhe estressando com isso, mas saiba que quero apenas o seu bem e o do Pietro. — Indaga, alisando meu braço.

— Eu não sei o que diria a ele, pois já se passaram 5 anos.

Lembro-me, que ele tentou uma aproximação comigo no dia do casamento de Eric e Mariana, dizendo que estava há dias me procurando e queria se desculpar por ter me tratado daquela forma tão rude.

Não lhe dei ouvidos e sai às pressas daquele salão de festas, esquecendo totalmente do que fui fazer ali.

O arrependimento bateu assim que cheguei em casa e recebi uma mensagem da minha amiga dizendo que estava triste por eu ter ido embora e nem sequer me despedi dela e nem dos gêmeos.

— Ele vai crescer e começar as perguntas, quero só vê como irá lidar com a avalanche de curiosidades que irá enfrentar. — Diz, dando um tapa leve em minha coxa e se levantando, na certa para ir ver algo na cozinha.

— Às vezes a senhora fala de um jeito que me assusta. — Digo, antes dela sumir do meu campo de visão.

Ela suspirou, antes de se virar para mim de novo e responder a minha indagação.

— Seu pai nunca perdoou a sua avó por ter lhe escondido do pai biológico. — Revela, me deixando estática.

— Como assim? Papai nunca disse nada sobre esse assunto.

— Ele jurou esquecer, mas nunca superou.

Dito isso, ela passou pela porta adentrando a casa, então agora eu entendia os anseios de titia.

Lá no fundo ela tinha medo que eu cometesse o mesmo erro que a minha avó e meu menino nunca me perdoasse, talvez ela esteja certa e eu deveria procurar William e revelar a existência de Pietro.

Mas eu sentia uma certa incerteza, não conhecia a sua família e nem sabia como eles agiriam diante a essa notícia inesperada.

Queria pelo menos saber mais sobre o loiro, pois mal havíamos conversado naquele dia, pois tudo o que ele queria era me possuir e havia conseguido.

Mas deixou uma sementinha crescendo dentro de mim.

Coisa que eu jamais esqueceria, pois foi uma surpresa e tanto descobrir que todos os métodos contraceptivos que fiz depois daquela noite falharam e nasceu um lindo menino loiro, branquinho e de olhos azuis esverdeados a coisa mais linda do mundo.

Pietro não herdou quase nada de mim, e eu me sentia mal por isso, pois fui eu que o carreguei por 9 meses, aguentei os enjoos, as tonturas e o parto normal difícil que foi feito aqui mesmo na fazenda, pois não iria dar tempo de me levarem para um hospital na cidade grande.

Sofri demais para o meu filho nascer a cara daquele loiro babaca.

Era só o que me faltava!

Ou talvez fosse castigo, como titia costumava dizer, pois sempre foi contra de que eu mantivesse tudo isso em absolto segredo.

Mas eu não tinha o que fazer, estava receosa e não queria sofrer uma decepção sendo rejeitada, então achei melhor manter tudo do jeito que está.

Mas agora as coisas mudaram, meu filho está crescendo e vai começar a fazer perguntas, então talvez fosse melhor fazer uma visita a minha amiga assim que ela voltar de viajem e tentar conversar com o Eric, pois apenas ele pode me ajudar com essa situação.

Por ele conhece o loiro melhor do que ninguém e vai saber responder as minhas perguntas, mas só irei abri o jogo se ele me prometer manter sigilo, só assim eu poderei segui adiante com o meu plano.

Sei que não estou agindo certo, envolvendo eles nisso, mais é a minha única saída.

Sai de meus devaneios assim que ouvi os trotes do cavalo de Jonas.

— Pensando muito, princesa! — Exclamou, sorrindo.

— Sim, e tomei uma decisão.

— Posso saber qual?

— Irei procurar o pai do meu filho!

💝💝💝

Beijos e até o próximo capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo...

A Consequência de Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora