Capítulo 8

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William Martinez

Estava distraído observando o meu filho que estava entretido assistindo a um desenho animado que passava na televisão que não percebi quando Carolina sentou-se ao meu lado.

— Oi, nós precisamos conversar. — Diz, olhando diretamente para o nosso filho.

— Pode falar, sou todo ouvidos.

— Sei que você tem a sua vida na cidade grande, mas quero que saiba que não pretendo sair da fazenda. — Diz, exasperada como se eu fosse sumir e abandona-los aqui.

Coisa que não farei!

— Eu não vou ficar longe do meu filho.

— Eu imaginei, e como vai ser isso?

— Carolina, nós ainda temos tempo para pensar sobre isso, pois não irei embora tão cedo, fica tranquila.

Ela assente, respirando fundo como se estivesse aliviada.

Não entendo o motivo de ficar tão nervosa com o fato de que eu irei embora em algum momento, mas o que ela precisa entender é que não sairei daqui sem eles.

Minutos depois, ela desliga a televisão, ajudo-a a levar as louças sujas até a pia da cozinha e nos preparamos para o dia da colheita que segundo Pietro, é onde eles colhem frutas e legumes para serem encaixotados e vendidos.

Vamos caminhando pela longa trilha, até vermos de longe algumas pessoas com cestas de palha colhendo algumas frutas.

— Aqui é o pomar. — Diz ela apontando para as macieiras.

Observo algumas maças caídas pelo chão, umas podres e outras maduras demais.

Vejo quando Pietro corre para umas das árvores e começa a tentar escalar, fico em alerta, com medo que caia, mas Carolina me tranquiliza dizendo que ele já está acostumado a subir nas árvores, pois desde pequeno que ele e o tal do Jonas faziam isso constantemente a deixando louca.

Ela para de falar assim que percebe a careta que estou fazendo.

— O que foi? — Pergunta, pegando uma cesta e apanhando algumas maças maduras do chão.

— Não gosto de saber que o meu filho foi praticamente criado por outro homem. — Digo, me aproximando mais dele que brinca animadamente na árvore.

— Me perdoa, William, eu sei que agi errado, mas nunca deixei que nosso filho pensasse que o Jonas era pai dele.

— Mas tenho certeza que ele fez de tudo para isso.

Dito isso o pego nos braços assim que ele estende uma maça para mim, aproveito e peço para que me diga o que mais gosta de fazer por aqui.

Então ele conta que amava correr pela trilha e gosta de andar a cavalo, coisa que demonstrei interesse em apender se por acaso ele me ensinasse.

Nisso ele me convida para conhecer Rubi, sua égua de estimação.

Sorrio, vendo o quanto ele ama esse lugar e só de imaginar que um dia teria que voltar para minha casa, me dá um aperto gigante no peito, pois não quero deixá-los aqui.

E isso inclui a mãe dele que vou lutar para reconquista-la e mostrar-lhe que não sou aquele babaca que ela tanto pensou.

Ao longe observo Jonas encaixotando as coisas e colocando-as em cima de uma caminhonete para serem levados até a cidade.

Sei que ele não me queria aqui e vai fazer de tudo para que eu não me acerte com a Carolina, mas o que ele precisa entender é que nós temos um elo muito forte e inseparável.

E de uma coisa eu sei, ele terá que me engolir.

— Eu sempre gostei de subi nas arvores e pegar as frutas para comer. — Pietro diz, me tirando dos meus devaneios, apontando para o enorme pé de goiaba.

— Você não tem medo, rapaz?

— Não. — Ri, se deitando em meu ombro e abraçando o meu pescoço.

Sinto seu cheirinho de criança e meus olhos marejam, pois nunca me imaginei sendo pai, apesar de ter bastante experiência com crianças, pois cuidei da minha irmã quando ela era bebê e gosto de ficar de babá dos meus afilhados quando Eric e Mariana precisam sair e se divertir um pouco.

Mas confesso que ele foi a coisa mais importante que aconteceu na minha vida, só espero que a mãe dele me perdoe, volte a confiar em mim e aceite formar uma família comigo.

Coisa que será muito difícil, mas não irei desistir...

— Acho que já colhi o suficiente, é melhor voltarmos para a casa. — Carolina diz, se aproximando, mas de nós.

— É o sol já está ficando quente. — Digo, pegando o meu boné e depositando na cabeça de Pietro.

Nisso vamos caminhando em direção a casa de sua tia, conversando mais sobre alguns assuntos aleatórios, até que percebo que ele pegou num sono e assim que chegamos na varanda, Carolina ameaça pega-lo no colo, mas para a nossa surpresa ele se agarra mais em meu pescoço, não querendo sair do seu aconchego.

— Nossa, ele nunca fez isso. — Ela diz, completamente sem graça.

— Acho que ele está com medo de que eu vá embora. — Digo, para tranquiliza-la.

Ela assente, adentramos a casa, subimos as escadas, entramos em seu quarto, ela ajeita a cama para que eu o coloque e assim que o ajeito bem aconchegado nos lençóis, ele resmunga se virando e esticando os bracinhos para mim.

— Fica aqui comigo, papai. — Fala, mexendo as mãos, querendo que eu me aproxime.

Congelo no lugar, pois queria muito que ele me chamasse de pai, mas achei que pelo fato de ter me conhecido agora isso iria demorar um pouco para acontecer.

— Eu fico sim, meu filho!

💝💝💝

Beijos e até o próximo capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo...

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