Capítulo 15

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Carolina Ferraz

Observo as expressões confusas de William assim que revelo sobre as desconfianças da Mariana, sei que não era para eu ter comentado nada sobre isso, mas é que foi inevitável vê-la
naquele estado e não dizer as minhas suspeitas.

Sei que ela não estava preparada para ter uma segunda gravidez, pois já havíamos conversado sobre isso, onde me revelou que queria esperar mais um pouco até parar os anticoncepcionais e planejar tudo certinho, mas as vezes o destino nos prega uma peça e só o que nos resta é aceitar.

— Como assim, gravidez? — Pergunta, como se ainda não tivesse acreditando em minhas palavras.

— Ela havia me dito que estava atrasada e agora está sentindo  sintomas. — Conto, alisando os cabelos loiros do meu pequeno que havia ficado conosco na trilha.

— Nossa, o Eric sabe?

Balanço a cabeça negativamente, pedindo silenciosamente para que ele fique calado e deixe que se entendam sozinhos.

Ele parece me entender, tanto que dá de ombros e pega nosso filho dos meus braços e os dois iniciam uma brincadeira de pega-pega.

Vejo Jonas ao longe, caminhando junto com os outros trabalhadores da fazenda e penso que nós estamos muito afastados ultimamente, mas isso é uma escolha dele, pois acha que William não merecia a chance que tanto quero dar.

Mas o que eu posso fazer?

Ninguém manda no coração e ele está cansado de saber disso.

Saio de meus devaneios quando ouço as gargalhadas do meu pequeno, que está deitado do chão recebendo cócegas
animadas do pai.

Levanto-me do troco de árvore, me junto a eles e participo da brincadeira.

Nisso um clima gostoso se instala entre nós, como se fôssemos realmente a família que tanto sonhei em dar para o
meu filho.

— Eu sou o cara mais sortudo desse mundo. — Diz, alisando o meu rosto.

— Eu também estou feliz por você está aqui. — Digo, sentindo meus olhos marejarem.

Nisso nos beijamos, ouvindo as batidas de palmas do nosso pequeno que se levanta e nos puxa para que deitemos na areia.

Gargalhamos, em meio ao vento quente da manhã que passa por nós e bate nas árvores, fazendo uma chuva de folhas
caírem sobre nós três.

— Olha é o tio Jonas. — Pietro aponta, observando os trotes do cavalo.

— Sim, ele deve ter nos vistos aqui e preferiu não atrapalhar. — William diz, com um sorrisinho idiota na cara.

Pois sei que ama provocar o Jonas principalmente quando o mesmo questiona sobre nossa relação.

— Lembrei que ontem ouvi batidas na porta do seu quarto, quem era? — Perguntei, lembrando que poderia ter sido as crianças.

Vejo quando seu semblante muda, indicando que não pretendia falar sobre isso.

— Era o Jonas, querendo me provocar.

Franzo o cenho, não acreditando que ele teve coragem de ir saber se eu realmente estava no quarto de William.

— E o que ele fez dessa vez?

Suspira, demonstrando que não queria tocar no assunto, pois mostra que havia sido muito desagradável.

— Ele falou aquelas coisas de novo e acrescentou que eu nunca ia saber sobre o Pietro se eu não tivesse aparecido. — Contou, sentando-se na grama e arrancando uns matinhos
por ali.

Suspiro, pois Jonas está realmente passando dos limites, pois eu já estava decidida a procura-lo e contar a verdade.

— Isso não foi totalmente verdade. — Digo, me aproximando e alisando seus cabelos que voam com o vento forte.

Ele olha ao redor a procura do nosso filho que está brincando atrás da árvore querendo pegar a borboleta que voa ao seu redor.

— Eu sei, já conversamos sobre isso, agora eu só quero recuperar o tempo perdido. — Diz, se levantando e indo até Pietro.

Vejo quando o pega nos braços, e vai caminhando em direção a casa.

Nisso levanto-me e os sigo, pois, o sol já está esquentando e irei aproveitar para conversar um pouco com titia.

Minutos depois, já estamos todos sentados à mesa, pois o almoço será servido e iremos aproveitar a tarde para descansar, pois a nossa manhã foi longa e as crianças estão cansadas e pretendem tirar o famoso cochilo da tarde.

Estava tão distraída que nem vi quando Jonas se aproximou e deixou um beijo suave em minha cabeça, me fazendo
despertar levemente do transe em que em encontrava, pois estava pensando na minha amiga que havia comprado um teste de gravidez e estava ponderando fazer.

— Oi, eu passei na trilha, mas vocês estavam brincando com Pietro e não quis atrapalhar. — Conta, sentando ao meu lado.

Aproveito que William foi levar as crianças para lavar as mãos e tento conversar com Jonas mais uma vez, pois não quero que se meta em minha vida.

Sou grata por tudo o que fez por mim, mas não irei permitir que fique nesse pé de guerra com William o tempo todo.

— Entendi, eu estava mesmo querendo conversar com você.

— Se for sobre o fato de eu ter ido no quarto dele... — Tenta se defender, mas levanto minha mão para que me ouça.

— Eu agradeço tudo o que fez por mim e pelo meu filho, considero muito a nossa amizade, mas gostaria que você
parace de infernizar a vida do William. — Vejo que minhas palavras o tocam, o deixando totalmente surpreso e triste, pois nunca imaginou que eu defenderia o pai do meu filho.

— Como quiser.

Dito isso, sai da mesa e avisa que irá almoçar junto com os outros capatazes deixando tia Ana extremamente confusa e triste, pois sei o quanto ela presa pela família reunida na hora das refeições.

E assim que William volta com as crianças, servimos o almoço e conversamos vários assuntos aleatórios até a hora do descanso.

💝💝💝

Beijos e até o próximo capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo...

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