Capítulo 3

559 56 146
                                    

William Martinez

— Está distraído hoje, maninho? — Isabel perguntou, assim que entrou em meu quarto e colocou um caderno na minha frente.

Suspirei, pois era o dia de ajuda-la com seu dever de matemática, coisa que o papai faria se tivesse em casa, mas como ele precisou trabalhar, a tarefa sobrou para mim.

— Estou pensando na minha vida. — Digo, pegando seu caderno e lendo algumas questões.

— A mamãe disse que você está muito estranho. — Falou, sentando na cama e ajeitando o cabelo.

— Vamos prestar atenção na sua lição de matemática. — Corto o assunto, me ajeito na cama e passo a lidar explicações sobre as questões.

Minutos depois, já havíamos terminado as lições e agora estamos ajudando a nossa mãe na cozinha, pois a mesma inventou de fazer um bolo de fubá e nos chamou para ajudar.

E como eu estava sem fazer nada, aceitei e agora estamos nos preparando para colocar o bolo no forno.

— Isso está com uma cara ótima. — Isabel diz, com as mãos na cintura analisando o bolo crescendo dentro do forno.

— Sim, só estou fazendo porque sei que seu pai gosta. — Diz mamãe, sorrindo.

Sorri, pois meus pais eram aquele tipo de casal grudado que fazia de tudo para agradar um ao outro, era raro ver eles brigarem, só se for por algo bem sério.

Queria poder viver um relacionamento assim, mas infelizmente a garota que eu escolhi preferiu me abandonar e se mudar para outro país sem nem ao menos me dá uma despedida decente.

Balancei a cabeça afastando os pensamentos, pois aquilo só me causava dor.

Um tempo depois, minha irmã saiu com as amigas e eu fui para a frente do computador, pois queria pesquisar sobre as fazendas que existiam no interior do estado de Pernambuco.

Eu queria muito encontrar a Carolina, porque sei que fui muito babaca com ela e queria poder me redimir.

Tive uma grande chance quando ela compareceu ao casamento do meu amigo e precisei me segurar para não tomar uma atitude que me prejudicasse, pois ela mal olhou na minha cara.

Até hoje eu me lembrava de como tinha sido aquela noite, pois foi a melhor em toda a minha vida.

Senti algo diferente me envolver quando senti seu corpo sobre o meu e tive medo de continuar, tanto que fugi na manhã seguinte.

Deixando aquele bilhete ridículo, apenas para afasta-la.

Confesso que me arrependi assim que cheguei em casa, tive vontade de voltar naquele motel e procurar por ela, mas respirei fundo e segui em frente.

Estava tão distraído que nem ouvi o meu celular tocar e quando olhei o visor, era o Eric, na certa querendo saber o porquê que eu havia desaparecido.

Pois fazia mais de 2 semanas que ele estava em Nova Orleans e nos falamos algumas vezes por chamada de vídeo.

Mas eu sabia que quando eu demorava para responder as suas mensagens, ele ficava ligando até que eu atendesse.

Suspirei, decidindo atender antes que ele desistisse e eu não tivesse mais coragem para ligar de volta.

Achei que eu ia precisar ligar a noite inteira. — Eric ironizou, assim que atendi a sua ligação.

— Desculpa, estava fazendo mais pesquisas.

Ah, eu achei que tinha desistido.

— Não, eu preciso falar com essa garota, mas parece que ela não que ser encontrada.

Quando ela quiser, vai aparecer.

— Eu não quero esperar.

Você deveria estar focado em outras coisas. — Diz, me lembrando que preciso focar mais em meu trabalho em Home Office.

— Eu estou, tanto que já entreguei 3 trabalhos essa semana.

Ótimo, vai vivendo a sua vida e qualquer notícia que eu tiver, eu vou avisar, mesmo que isso me custe a fúria da minha mulher.

Gargalhei, pois eu sabia que eles sabem muito bem onde ela está e o contato dela, mas também entendo que não podem me ajudar por conta da minha atitude babaca e sei que Mariana me olha feio desde aquele dia.

— Valeu, eu vou tentar resolver umas coisas, pois estou querendo viajar.

Hm, para onde você vai?

— Quero conhecer o interior, quem sabe eu não a encontro.

Eric gargalha, dizendo que eu sou teimoso e se caso eu precisasse, a BMW dele estaria a minha disposição na garagem do seu prédio.

— É sério?

Com certeza, vai atrás da tua felicidade.

— Não exagera, só quero conversar.

Sei, as chaves estão com a minha mãe, agora vê se não estraga o meu carro.

— Valeu, cara, sabes que te amo.

Sei, eu também, agora vou precisar ir, pois meus filhos estão me chamando.

Dito isso, encarramos a ligação e tomo uma decisão, irei viajar para o interior e descobri onde essa menina se escondeu.

💝💝💝

Beijos e até o próximo capítulo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Beijos e até o próximo capítulo...
 

A Consequência de Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora