capítulo 01-Ladra

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Kardama Yoon

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Kardama Yoon



Giro sobre a cadeira, erguendo minhas pernas, esperando o homem atravessar pela porta.

-Senhorita?-Chama alguém, no momento que a porta é traçada.
-Sim?-Digo, me levantando, e cruzando meus braços atrás do corpo.
-Yoon, você foi encaminhada para os Estados Unidos. Parece que uma família precisa de seu trabalho.-Fala, jogando um papel sobre a mesa.
-E por que uma família de tão longe, gostaria de minha ajuda?
-Você é a melhor espiã do estado. Talvez quisessem respirar novos ares.-Responde e suspiro.
-Compreensível. Nunca pensei que sairia da Coreia.-Confesso.
-Entendo. Mas conhecer novos lugares talvez seja um bom começo para ampliar seu trabalho. O helicóptero está a sua espera. Deseja mais alguma coisa?-Questiona e nego com a cabeça.
-Minha mala já está pronta?
-Tudo que você precisa, será comprado lá.

Sem discussões, me dirijo até a saída da grande empresa, caminhando até o terraço, montando sobre o pequeno jatinho, colocando um óculos de sol, e acedendo meu cigarro, vendo de longe o veículo sobrevoar indo em direção contrária do enorme país.

Há alguns anos atrás, uma dívida foi feita, meu pai era um traficante da maior empresa do país, servindo a Jhon, um americano infiltrado na Coreia. Quando alguns anos se passaram, minha mãe fugiu, me deixando a posse de meu pai com apenas 3 anos de idade. Ele só viu saída em se afundar em drogas, mas quando fez uma dívida com Jhon, e não conseguiu pagar, me entregou em troca, me oferecendo aquele homem cruel e sem coração. Minha vida foi recheada de tortura, fui ensinada a torturar invés de temer a reagir invés de correr, mas apesar de tudo, Jhon me criou como filha, e me deu a honra de sentar em sua mesa e jantar com sua família, mesmo vindo de uma família podre. Fui humilhada, abusada, tive os piores momentos da minha vida e conheci o verdadeiro mal sendo uma criança que necessitava de ajuda para se trocar. Conheci a verdadeira razão de matar para sobreviver, então sim, eu teria muitos motivos para matar o homem que me torturou. Mas ao contrário, apenas montei em seu avião, observando o país de minha origem se perder entre as nuvens, e voar até um novo acordo, para descobrir quem teve a coragem de matar o tão temido Jhon. Que obviamente, poderia ser qualquer um, mesmo que ele seja esperto, Jhon possuía fraquezas. E então, toda minha infância passa em minha mente, enquanto me espreguiço em minha cadeira, como quando me obrigaram a tirar a roupa e tomar um banho de água fria completamente nua, provando minha lealdade. Ou quando os filhos de Jhon me obrigaram a usar heroína com apenas 11 anos de idade, alegando que se sou filha de Calute, devo ser um Calute. Quando a esposa de Jhon disse que deveria me vestir com roupas curtas e que esbanja minhas curvas, porque meu rosto, não era afeminado demais, ou porque os puxados de meus olhos pareciam de gatos, e eram horríveis ao seu ver. Era compreensível, ela era americana, não entendia as características de uma asiática.
Ou como agora, que estão sendo acusada de um crime pelo qual não cometi, e estou sendo obrigada a investigar algo, quando se deveria estar livre.

Ou como agora, que estão sendo acusada de um crime pelo qual não cometi, e estou sendo obrigada a investigar algo, quando se deveria estar livre

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Mille Taliça

Visto a jaqueta de couro, jogando a bituca de cigarro fora, ajeitando meus enormes cabelos platinados sobre os ombros. Sorrindo, me retiro da sala.
Observando quase todas as cadeiras lotadas da enorme sala de reunião, sentando na fila que me foi destinada. Esperando a voz de meu pai soar.

-Olá membros, hoje temos uma visita comovente. Dêem as boas vindas a Kardama Yoon, o braço direito de Jhon, e leal a sua família.-Fala o homem, e quando o sobrenome sai por sua boca, fecho os olhos, uma filha de viciados, que genial.
-O que devemos a sua visita de tão longe, querida?-Pergunta e uma garota adentra pela sala, seu cabelo curto e os olhos pequenos, sua boca carnuda. Ela abre um mínimo sorriso.
-Estou aqui ao nome de Jhon.-Diz e me seguro a não revirar os olhos, sua voz era tão irritante como imaginei.
-Filha de um caloteiro, o que deveria se esperar.-Minha voz soa como um disparo e rapidamente coloco a mão sobre a boca, me segurando para não dizer mais nenhuma besteira.
-Mille, quer dizer mais alguma coisa?-Questiona meu pai, me olhando como se estivesse prestes a me dar um tapa.
-Me desculpe.-Digo.
-Ótimo, sente se ali querida.-Diz anunciando a garota.
-Muito bem, todos nós sabemos que Jhon foi morto por uma estaca de origem coreana, ainda aqui nos Estados Unidos, quando estava a visitar sua família. Hoje nós estamos aqui para honrar um homem de palavra, que nos protegeu diversas vezes e meu grande amigo. Sua mulher me fez um pedido, e eu a fiz uma promessa, que vingaria seu esposo. Então será simples, minha filha, Mille, e senhorita Yoon, irão descobrir quem assassinou esse homem de família. Pois nós sabemos, as duas são as melhores espiãs de ambas famílias.-Diz e reviro os olhos.
-Me desculpe, eu não costumo trabalhar em grupo, consigo fazer isso sozinha.-Fala, a caloteira.
-O que é caloteira? Está insinuando que não sou boa o suficiente?-Pergunto a fuzilando com o olhar e ela sorri de canto.
-Você que insinuou errado, Mille.-Fala, e meu nome soa em sua voz como ironia.
-Olha aqui, sua viciada...-Tento dizer algo mais meu pai me corta.
-Já chega, Mille. Sem discussões. Vocês devem honrar uma família como os Calute, e não discutirem! Além do mais, mesmo se quisessem, não conseguiram pegar o assassino sozinhas. Então vocês terão ajuda, mas principalmente, faram isso sozinhas.-Diz, e suspiro cansada.
-Ótimo, agora terei de trabalhar ao lado de uma ladra.-Resmungo.
-Não seja mimada, querida.
...

Minha querida TaliçaOnde histórias criam vida. Descubra agora