capítulo 12-Assassina

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Mille Taliça

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Mille Taliça


No entanto, ela atirou em sua cabeça, deixando o sangue escorrer por seu corpo antes de desabar.

-Você disse que não era assassina.-Digo a observando sem expressar alguma reação.
-Nessa luta, não tem como sair sem ferir alguém.-Ela fala, colocando as mãos em sua calça, antes de guardar a arma em sua cintura.
-Precisamos sair daqui.-Fala, pegando em minha mão, e começando a caminhar.
-Se fosse eu, você atiraria?-Pergunto e ela para bruscamente.
-Por que não atiraria?-Questiona, e analiso suas costas, enquanto ela me olha sobre o ombro.
-Por que?!-Questiono soltando minha mão da sua.
-Você disse que não era assassina! Por que matou alguém?-Questionei, ereta.
-Você é uma assassina!-Afirma Yoon para mim.
-Mas isso não significa que você deveria ser.
-Quer saber, pouco me importa.-Diz voltando a caminhar.
-Se não fizesse isso, ela mataria você e seu bebê, e eu te garanto, eu me sinto tão culpada quanto você.-Fala por fim, sumindo entre as matas.

Sem me esforçar a ir atrás da garota, apenas caminho pela estrada de terra, arrancando a minha faca da bota.
Quando avisto os homens, corto a garganta de cada um, um por um, enquanto se distraiam com algumas pedras que joguei pelo mato, me escondendo em meio as árvores, e os pegando desprevenidos. Quando vejo seus corpos caídos, posso avistar na escuridão Victor que não se atreve a correr, montando em sua moto e acelerando mas antes, passando em minha frente, e depois se perdendo na escuridão.
Entro em um dos carros, girando a chave, antes de acelerar para longe.
Avisto a cidade logo um tempo depois, preocupada se Kardama conseguiria voltar sozinha, mas não me atrevo a voltar.
"Você é uma assassina!" Ela não entende a gravidade, o peso de carregar a vida de alguém e depois de um certo tempo, não haver mais peso, se tornando apenas uma diversão nas quintas feiras. Não é como se eu tivesse escolha mas era previsível, a herdeira, filha caçula do homem mais rico de uma cidade no interior dos estados unidos, o que se esperaria?! Apenas alguém que mata por diversão.
Mas Kardama não, ela não poderia se tornar isso.
Porque ela não terá quem defender, e quem conseguirá a defender, apenas uma caloteira órfã vendida por uma dívida.
...

Rolo pela a cama, inquieta.
Quando cheguei no hotel, Kardama já estava aqui, seu corpo estava atirado no colchão, enquanto ela comia alguma comida japonesa, sua moto estava no estacionamento. Ela teria recuperado seu veículo. Depois de alguns minutos, o silêncio ainda prevalecendo, ela se levantou, e quando seus olhos encontraram os meus, pude perceber o inchaço, Kardama estava chorando. E quando ela caminhou até o banheiro, sem dizer uma palavra, senti um vazio no meu peito, uma necessidade de abraça lá.
Agora, já fazem cerca de 1 hora que ela entrou, e não saiu.
E quando me dei conta, estava em pé, bem a frente da porta, a abrindo devagar, avistando seu corpo nu virado, sua tatuagem enorme de dragão nas costas, e suas cicatrizes avermelhadas. Caminho até o chuveiro, tocando suavemente suas costas, enquanto ela escora a cabeça em meu ombro, suspirando.

-Ainda acha que sou uma assassina? Ainda acha que sou um risco para você e seu bebê?-Perguntou e apenas ignoro, beijando seu pescoço.
Abraço seu corpo, sentindo as gotas quentes entrarem em contato com meu roupão. Deslizo meus lábios por seu ombro antes de descer minha mão por sua barriga, sentindo seus ossos. Toco sua cintura, antes de tocar sua parte interna, a fazendo murmurar e logo depois fechar os olhos e abrir sua boca. A viro para mim, seus olhos como uma brasa conectada nos meus, prestes a incendiar. Raspo meus lábios com os teus, antes de morder com força o de baixo, sentindo um gosto metálico sobre minha boca, mas então Kardama me agarra, virando nossos corpos, e me prensando na parede. Sentindo a água descer rapidamente pela minha pele, enquanto ela força seu corpo no meu, antes de apertar meu pescoço, me fazendo abrir a boca, me beijando.
Seus lábios sugando os meus, enquanto sua língua me explorava, conhecendo todas as partes não tocadas em minha boca. Sua mão desce para minhas nádegas, as apertando com força e logo depois subindo para o roupão. Devagar, ela desfaz o nó em minha barriga, tirando o tecido molhado e pesado de meu corpo, parando o nosso beijo. Então observo seu corpo, sua tatuagem de baleia na costela, e as magnólias em sua outra costela. Ela era linda, incrivelmente linda.
Desço meus lábios por seu corpo, me ajoelhando, beijando todas suas cicatrizes, deixando marcado seu corpo com posse, fazendo o que já foi de alguém, somente meu.
Sinto seu gosto, seu toque, e é como ser atirada em um vulcão, sentindo o sangue quente e o calor se aproximando, soando por dentro e por fora.
E foi aí que eu percebi, que talvez amar alguém do mesmo sexo, seja uma das minhas qualidades. Amar Kardama talvez seja um acerto no tabuleiro, e ter seu corpo somente para mim, é o alvo.
...

 Amar Kardama talvez seja um acerto no tabuleiro, e ter seu corpo somente para mim, é o alvo

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kardama Yoon



O alívio de ser levada até o ápice é incrível, sentindo todo meu corpo se tensionar, enquanto seguro os lençóis com força, tremendo. Seu corpo sobre o meu é como uma arte jamais vista, seus lábios entreabertos e seu rosto suado, seu corpo nu, suas curvas, é como uma canção dolorosa, desejada e indesejada. Desejar essa garota é um pecado, e ama lá é a consequência.
Beijo seus lábios, com eles sendo tocados, não posso dizer se desejaria outra coisa.
Sua língua de encontro a minha, seu corpo apertando o meu. Em um suspiro, me liberto. Antes de mais uma vez, morder os seus lábios e os sentir sangrar, descontando o que ela teria feito no banheiro.
Afastando seu corpo do meu, caminho até o banheiro trancando a porta.
Me analiso no espelho, o cabelo bagunçado, os lábios molhados e machucados, meus olhos fundos e drogados, tento me recompor. Colocando as mãos sobre o azulejo, respirando fundo.
De repente vem a imagem de seu corpo caído, o arrependimento, o sangue.
Minha respiração passa a ficar cortada.
Eu matei alguém, eu sou uma assassina.
Tento mais uma vez me recompor, mas já era tarde demais, as lágrimas já escorriam pelo meu rosto, e quando levantei o rosto, tinha sangue em minhas mãos, as cicatrizes já estavam expostas.
Me recordo do dia que puxei o gatilho sem querer, era inexperiente. Nunca imaginei que uma arma poderia fazer tanto estrago.
Estava deitada na beliche debaixo, brincando com a arma em minhas mãos, enquanto Alissa, filha mais nova da sócia de Samara, estava deitada a cima. Lembro de quando sem querer puxei o gatilho, matando a pobre garota. Acertando seu peito e a vendo morrer, lentamente.
Na época, eu não fazia ideia, nunca me passou pela cabeça que era uma assassina.
E quando me dei conta, jurei a mim mesma que nunca mais puxaria o gatilho para matar, mesmo que estivesse na beira da morte.
Mas quando vi seu corpo indefeso, salivando por vingança, não resisti.
Parte disso, era porque desejava minha liberdade mas a outra, era porque gostaria de ver seu corpo sangrar.
Lembro de quando Samara me pegou no mesmo dia, banhando meu corpo com água quente, me causando queimaduras graves. Dizendo que pessoas como eu, não mereciam o perdão.
Passei anos da minha vida me culpando pelo acontecimento e quando me dei conta, percebi que não havia culpa e que na verdade, gostaria de que naquela cama de cima, fosse Samara ou Jhon.
Me livrei de um peso pelo qual se transformou em outro.
Sem me dar conta, estava fora do banheiro, ajoelhada a frente de Mille, observando seu corpo ajoelhado junto ao meu, enquanto chorava sem parar, sentindo toda a dor infinita, me quebrando por dentro e por fora. Seu corpo me abraçava, seus braços me seguravam com força, e quando senti seu cheiro não resisti.
Precisava dizer algo.
Minha boca se abria mas logo se fechava e então percebi que talvez ama lá fosse um erro.
Mas um erro bonito, com uma história rodeada, sem gentileza.
Por fim, consigo respirar, retomando minha respiração.

-Eu amo você.
...

Minha querida TaliçaOnde histórias criam vida. Descubra agora