capítulo 17-Alissa cruel

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Mille Taliça

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Mille Taliça

3 anos atrás...

Ele assassinou a minha mãe, a sangue frio. Acertando uma bala em sua cabeça, enquanto ela estava ajoelhada, brincando com o nosso cão. Estava a sua frente, quando o tiro pegou de raspão em minha barriga, observando minha mãe sangrar até a morte, imaginando ter o mesmo destino.
Não, não tive.
Augustus correu até mim, me carregando sobre o colo, e me colocando em seu carro, me levou até o hospital mais próximo.
Lembro de seu rosto, quando ele me viu, Jhon estava aterrorizado, sua testa franzida e seus lábios abertos que até então estava sorrindo, mas quando encontraram meus olhos, se desfazerem rapidamente.
Era agoniante, a dor perfura como uma agulha, e uma pinça puxando todos os pêlos de seu corpo, lutando para serem libertos. A bala parecia saltitar, e girar sobre meu organismo, fazendo que tudo doa enquanto os xingamentos de meu pai era o único som abafado que ainda podia ouvir.
Quando meus olhos de fecharam finalmente, imaginei que nunca mais os abriria, mas quando os abri, estava em minha cama, com um soro pendurado em um cano de ferro ao meu lado, e uma agulha perfurando minha veia.
Ergo a blusa branca, observando o machucado tampado por gases e curativos.
Estava viva, infelizmente viva.
O homem pelo qual jurei nunca odiar, estava em minha mente, como uma maldição. Saltando entre meus ouvidos, dizendo o quão fui burra, e o quão parecida com a minha mãe era, frágil, com o coração puro demais..
Odiava ser parecida com ela, odiava lembrar de sua imagem morta, seus olhos já sem vida, e o barulho oco de sua cabeça despencando no chão, e odiava ainda mais não poder fazer nada, porque também estava sangrando, sentindo sua dor lentamente.
Soco mais uma vez o objeto pendurado, alterada demais para usar uma arma.
A minha dor nunca irá se cessar e não saber o motivo dela parece doer ainda mais que uma bala na barriga.
Augustus atravessa a porta, com seu copo de gin em mãos, enquanto coloca sua outra mão no bolso, se escorando na parede, me observa.

-Foque mais em seu peitoral e dê menos murros na horizontal.-Diz e reviro os olhos.
-Não preciso da sua ajuda, professor.-Resmungo.
-Você é muito ingrata.
-Ingrata, por que?! Não foi você que viu sua mãe sangrar até a morte e não saber o motivo. Nunca vou te perdoar, Augustus, por estragar a nossa família.
-Estragar o que já se foi estragado? Querida, essa família já se arruinou sem esforço algum.-Diz e paro o que estava fazendo, o olhando.
-Por que Jhon matou minha mãe?-Pergunto.
-Por que Jhon matou a Alissa?-Pergunto mais uma vez.
-Sua mãe era uma traíra.
-Como?
-Ela entregou Jhon para a família Davis.
-Como?
-Sua mãe deu o endereço de todos os cartões de Jhon, de sua casa, sua família. Davis torturou a folha mais nova dele, a troco de informações e também matou sua amante.
-E por que mamãe faria isso?
-Porque estava apaixonada por Davis e para provar seu amor, teve que entregar o homem que seu amor mais odeia.
-E você?
-Eu fui um tolo, deixei que ela entrasse em meus arquivos e pegasse todas as informações que precisava.
-Ela não pode...
-Sua mãe é uma assassina cruel tanto quanto Colute.
...

O plano era simples, elaborar algo tão bem pensado seria cativante.
Usaria sua amante, fingindo também ser uma amante de Jhon e fazer com que todos acreditassem. Eu nunca me deitei com Jhon, nem mesmo encostei sua boca em alguma parte minha e vice versa. Alexa teve um surto, alegando querer ser a única e então pediu vingança, para aquele que te prometeu promessas vazias, já Victor, acreditava ter um poder e para isso, teria que tirar Jhon de seu caminho e por último Vivianne, que precisava apenas de um chefe melhor e um cargo maior. Eles eram inteligentes além de serem os únicos a terem acessos aos pertences de Jhon.
Virar todos contra ao maior nunca foi tão fácil como agora.
Todos pensavam que Jhon era algum tipo de Deus, e quando enfiei a faca em seu peito, e não vi que ele ressuscitou ou virou uma estátua, percebi que ele não se passava de qualquer outra pessoa, tão insignificante quanto qualquer uma.
Y foi pelo sobrenome de minha mãe, Alissa Ygong, uma vingança que jamais alguém poderia desconfiar.
"Você não é uma assassina."
"Agora posso ser."
Jhon está morto, soterrado na mesma terra que se cobre animais, o que ele é.
Um animal horrendo com um buraco no coração.
Já Kardama, foi um imprevisto, uma distração, a melhor parte da história, presumo.

...

Não sou uma assassina
Só prezo pelo sangue vivido
Derramado por um alguém
E vingado pelo mesmo alguém
Um olho por outro olho
Ou seja, uma vida por outra
Matar nunca me pareceu tão fascinante como agora.


...

Minha querida TaliçaOnde histórias criam vida. Descubra agora