Kardama Yoon
Ergo minhas mãos, identificando o objeto metálico e a voz melancólica soar no local.
-Jana?-Digo, a mulher rindo alto.
-Que droga, Kar. O que faz aqui?-Pergunta, e me levanto quando sinto o objeto ser deixado de minhas costas, e quando me viro, ela sobe a pequena arma para meu rosto.
-Além de fugir, quer nos roubar?-Questiona, indignada.
-Fugir, como assim?-Franzo as testas sem entender.
-Você viu uma oportunidade na morte de Jhon, e fugiu, simplesmente fugiu.-Disse a garota.
Observo seu enorme cabelo e olhos azuis, seus traços italianos e sua pele clara, a garota me olha indignada, e me contenho a não abraça lá afinal, não quero levar um tiro em minha cabeça.
-Quem te disse isso?-Pergunto.
-Minha mãe.
-Claro que disse, ela nunca foi a favor do nosso amor querida, eu nunca fugiria. Na verdade, só terei liberdade quando achar o assassino de seu pai, e é o que estou fazendo aqui, investigando.-Digo e por alguns minutos a garota parece amolecer.
-E por que não entrou pela porta de entrada? Sabe que é bem vinda aqui.
-Porque sua mãe pensa que eu matei seu pai. Mas não fui eu, você sabe mais que ninguém Jana, não sou assassina.
-Que merda, ovelhinha.-Diz por fim, jogando a arma no chão e me puxando para um abraço.
-Você ainda tenho o mesmo cheiro, de uvas e chocolate amargo.4 anos atrás...
Lia os versos do livro dentro da casa de árvore, escondida do resto. Com medo de que alguém apareça e me castigue por ter sido desobediente e ter ido um pouco longe demais da casa de entrada. Encolhendo minhas pernas, interessada no conteúdo de meu colo, não observo a presença da garota, que já me analisava perante a escuridão, em espasmos, me movimento rápido, mas ela levanta seu dedo do meio, colocando sobre a boca em sinal de silêncio. E de repente escuto a voz brava de Jhon soar dentro o silêncio da natureza.
-Lucia! Quando eu te achar, você vai ver. Nunca mais mexa nas minhas cuecas!-Afirmou o homem, e me seguro para não rir.
Quando escuto seus passos indo para longe, não ouso em hesitar a perguntar o que ela teria feito com as cuecas de seu pai.
-O que você fez com as cuecas de seu pai?-Perguntei e ela gargalha.
-Fiz buracos específicos em todas, parece que ele vai sentir um ar fresco lá embaixo.-Diz e rio alto.
-Ele vai te matar.
-Há não vai, ele vai me matar por isso.-Fala, mordendo seus lábios.
-Pelo que?
-Pequena ovelhinha, você já beijou alguém?
-Por que ovelhas?
-Porque elas são inocentes iguais a você.
-E aonde tirou essa conclusão?
-Porque você tem 15 anos e nunca beijou.
-E quem te disse isso?-Pergunto.
-Então prove, vamos, me beije.-Diz e arqueiro as sobrancelhas.
-Não beijo garotas.
-Você não beija ninguém, na verdade, ovelhinha.
-Para de me chamar assim.
-Só pararei quando você me beijar.Entediada com essa conversa e rezando para que aquela garota fechasse sua boca, vou em direção a seu rosto, sou um pouco mais alta que ela. Nunca sonhei que faria alguma coisa dessa, jurei para mim mesma que nunca me envolveria com um Colute, mas quando seus lábios entraram em contato com os meus, me senti derreter em uma areia movediça contaminada, seus fortes braços se laçando em meu pescoço, e minhas mãos em sua cintura larga.
A puxo para mim, com a intenção de sentir lá mais perto. Imaginado seus lábios passeando por todo meu corpo, me trazendo sensações indescritíveis. E foi quando beijei uma garota que percebi que nunca mais poderia ficar sem beijar nenhuma.
...3 anos atrás...
Samara colocou uma arma em minha cabeça, me fez jurar que deixaria aquela família e sua família, dizendo que era um erro cometido por Jhon, que nunca poderá ser revertido, que uma bala em minha cabeça seria muito melhor.
-Você converteu minha filha, a transformou em um monstro!-Afirmou.
Tentava dizer a ela que sua filha teria feito isso, que ela que me corrompeu, foi ela que me transformou em uma pessoa pecaminosa. Quando menos espero o gatilho é disparado, sentindo o desespero em minha pele, sentindo a morte me levar quando de repente, a risada de Jhon soa, me viro observando a mulher caída no chão.
-Nunca mais aponte a arma para meus negócios, Samara.
A mulher tinha um enorme buraco em sua perna, Jhon teria atirado em sua própria esposa para me defender. Corro para abraça lo, mas no mesmo momento, ele me empurra diante ao corpo da garota. Ele me dizia palavras sujas, que não era ninguém para toca lo, como também me proibiu de pisar em sua casa.
.Dias atuais...
Anos se passaram e nunca mais tive contato com Jana, eu me apaixonei, amei, e abandonei, como ela mesma disse, não tive coragem de enfrentar o Colute para nosso amor florescer. Ele era meu dono, não podia contraria lo, caso contrário, ele me castigava com chicote nas costas, as marcas em minha pele eram visíveis, sempre as observava no espelho sentindo repulsa de carregar algo daquele homem em mim. E me odiar eternamente por pensar que aquilo poderia ser a prova de um amor não compreendido.
Respiro fundo relembrando algumas coisas do passado, enquanto tomo um café com Jana, com o notebook em minhas malas.-Como aquele dia que fomos expulsas do cinema, deus, aquele dia foi magnífico. Ou quando colocamos laxante na bebida de Lúcia, lembro que ela surtou.-Diz.
-Eu também lembro. Foram momentos incríveis.-Falo, bebendo um gole de café, sentada em sua varanda.
-Saudades de me sentir completa novamente.-Diz a garota, suspirando.
-Olha, eu diria que não sinto saudades de armas sobre minha cabeça.-Resmungo e a garota ri.
-Claro que não, quem sentiria?-Pergunta e nego com a cabeça.
-Fico feliz que esteja bem.
-Também fico feliz que esteja viva.-Disse, seus olhos encontrando os seus em uma dimensão não tão distante.
-Tenho que ir.-Falo por fim, me levantando.
-Há claro afinal, você é uma espiã.-Diz e sorrio para ela.
-Não por escolha.-Falo, antes de montar sobre minha moto.
..."12345"
"Lucia"
Penso em todas as senhas possíveis, mexendo em meus cabelos impacientes, sem saber como desbloquear o objeto, olho para a janela, observando o quadro raro que Jhon me deu de presente, lembro o nome da pintura, e pela última vez, tento, com o nome do quadro, e o aparelho é desbloqueado. Dando alguns pulinhos de alegria volto a me sentar, invadindo todos seus arquivos.
Analisando tudo atenta, descubro que realmente Vivianne tinha uma reunião com Jhon, ou seja, Alexa mentiu em seu depoimento. Escondendo o objeto no chão de meu quarto que possuía um buraco, colocando a madeira logo em cima e o carpete. Tentando formular por qual razão a polícia não levou o computador de Jhon, e o porquê descartaram a hipótese de Alexa ser uma assassina, talvez seja porque Jhon seja um assassino caçado a anos.
Precisava de ajuda, precisava ter certeza que Vivianne não teria o assassinado, e por mais que doa, eu o amo.
O amo como um pai afinal, ele foi a única coisa que tive com alguma ligação paterna.
.2 semanas atrás...
"O corpo do maior traficante da Coreia do Sul, foi encontrado jogado em um lago, de sua cidade natal, sem objetos aparentes, pelo que tudo indica, ele foi estrangulado até a morte, devido as marcas em seu pescoço, mas não há digitais, não há nada. Quem conseguiria matar o tão temido, Jhon Colute?"
...
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Minha querida Taliça
Mystery / ThrillerDuas garotas em uma vida não tão opostas. Kardama, uma garota condenada a lutar pela sua própria vida, abandonada por sua família. Mille uma garota vinda de uma família assassinada, treinada para honrar sua família. Uma traição foi jogada, e uma fam...