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Seul, 17:45pm
Minho pov.

—Como foi sua escolinha, Felix?—Disse enquanto deixava sua mochila no pendurador da sala.

—Foi chato! todo mundo lá é chato! eu nunca mais quero voltar lá!—Felix disse enquanto se jogava no sofá bravo, fui até ele e respirei fundo.

—Por que foi chato? O que aconteceu?—Eu já sabia o histórico de Felix, sei que ele não é um anjinho como pensam, só tem a carinha mesmo.

—Todo mundo lá é chato, pai! Eles não queriam dividir o doce comigo! Eles só ficaram com um tal de bin... changbin! um tal de Changbin, ficaram dizendo que ele é fofo e isso e aquilo, nem ligaram pra mim! só uma menina chata.—Sentei do seu lado e fiz carinho em seus cabelos castanhos levemente grandes.

—Não liga, bebê. Um dia eles vão esquecer esse tal de Changbin e vão ver o quão lindo e legal você é, prometo!—Sorri reconfortante pro mesmo, que apenas fez um biquinho.

—pai... eu quero voltar pra Austrália.—Ele disse com os olhos marejados, aquilo me quebrou, ele não estava se adaptando a Coreia? Ele não gostou da Coreia?

—Por que meu amor? Não gostou daqui?—Suspirei pegando o menor no colo.

—Eu gostei daqui, só que...eu não entendo muito bem o que eles falando, e eles são estranhos! São bravos e me zoam pelo meu sotaque!—Me abraçou.

Eu não sabia se mudar pra Coreia seria o melhor pra Felix, conhecer as origens de seu pai, conhecer a cultura...

—Meu amor, vai dar tudo certo, viu? você quer que a gente estude mais um pouquinho de coreano? podemos fazer isso se quiser! Melhorar sua pronúncia...—Tirei seus sapatos e coloquei sua franjinha pra trás.

—quero...por favor.

—Meu amor, se eles continuarem fazendo isso, me fala, tá bom?—Ele concordou com a cabeça e levantou, me olhou e deu um sorrisão.—Me conte como foi hoje! O que vocês fizeram?

—Hmm... nós pintamos! A gente fez uma brincadeira muito legal pra conhecer os amiguinhos!—Ele ajeitou a calça.—Na hora do lanchinho a gente comeu um bolinho estranhos, eu não gostei muito, mas comi mesmo assim.—Sorri, mesmo com o seu sotaque extremamente forte em inglês, eu entendia, já estava acostumado.—Aí de tarde a gente dormiu um pouquinho e depois brincamos! Foi muito legal, tirando as crianças...

—Que legal meu amor, mas agora vamos tomar banho, daqui a pouco sua mãe vai ligar.—Chequei a hora em meu relógio e levantei, peguei na mão de Felix e o levei pro quarto.—Vamos colocar um pijaminha bem quentinho pra dormir, tá bom?—Ele sorriu como resposta e sentou na cama, vendo eu separar um pijama pra ele.

Assim que terminei de separar sua roupinha, levei ele pro banheiro e o coloquei na banheira.

—Amanhã eu vou ter que ir pra escolinha de novo?—Felix disse enquanto entrava na banheira.

—Vai sim, bebê. Tenho que trabalhar, esqueceu?—Acariciei seus cabelos e liguei o chuveiro.

—Tudo bem... eu faço esse sacrifício por você.—Ri, as vezes me pergunto se Felix realmente tem 5 anos.

[...]

—Mamãe! Olha o que eu fiz na escolinha hoje!—Ele mostrou seu desenho, era um coração escrito "Mamãe, te amo", era extremamente fofo.

—Que lindo meu amor! Você fez pra mim???—Ela disse do outro lado da chamada.

—Sim! A titia disse assim: Façam um desenho para quem você ama muuuito! Aí eu fiz pra você!—Ele sorriu e encostou a cabeça no sofá.

—Eu também te amo muuuito, meu amor!—Ela disse com os olhos já marejados.

—Por que está chorando, mamãe?—Felix disse preocupado com a mais velha.

—Eu estou com muita saudade de você, meu amor, muita mesma...—Ela secou uma lágrima que descia em seu rosto.

—Quando você vim pra cá, você vai vim morar comigo e com o papai? Aí vocês vão dormir juntos e preparar café da manhã juntinhos???

—Felix, nós já conversamos sobre isso.—Disse, vendo Felix se encolher e começar a chorar.

—Vocês não se amam mais! Vocês me abandonaram!—Suspirei fundo e o abracei.

—Amor, é o seguinte...Eu e sua mamãe, não nos amamos mais como antes, mas a gente te ama, tá bom? Mamãe agora tá namorando outro moço e papai tá aqui com você, tá bom? Mamãe daqui alguns dias vai vim visitar você aqui na Coreia e vai ficar em outra casinha, mas vocês vão se ver todos os dias, tá bom?—Coloquei o mesmo em meu colo e acariciei seus cabelos, vendo ele concordar e fechar os olhos.

—Eu quero ir dormir.—Ele olhou pro celular.—Boa noite mamãe, boa noite papai.—Mandou um beijinho e correu pro quarto.

Suspirei fundo e olhei pro celular, vendo a imagem de Rosé totalmente desconstruída, era só Felix sair que ela ficava mal de novo.

—Você está tomando os remédios controladamente? Tudo certinho? No horário certinho?—Perguntei preocupado, ela pode ser minha ex, mas eu ainda me preocupo com ela.

—Estou, Minho.—Ela se encostou no sofá e ajeitou o cabelo.—Só estou mega cansada, fisicamente e psicologicamente...eu só queria que tudo fosse mais fácil.—Deitei no sofá olhando o celular.

—Você está linda.—Disse sorrindo de lado.

—Não é hora, Minho, você sabe que eu já estou namorando novamente.

—Mas eu não estou te cantando! É verdade, você está linda!—Dei de ombros.

—Obrigada Minho, você também, mas pare, por favor.

—Você devia se cuidar mais.—ajeitei meu cabelo e empurrei com o pé a mochila de Felix.

—Eu tento, mas são tantas preocupações que não consigo mais.

—Eu te entendo... você está fazendo faculdade?—Respirei fundo ao ver uma notificação chegar.

—Estou, minha mãe está ajudando pagar...—Ela olhou pro lado ao ouvir um barulho mega alto.

—O que aconteceu?—Perguntei preocupado, a casa de Rosé era tão silenciosa.

—Acho que foi trovão.—Dei de ombros e me cobri.

—Obrigada por ficar com a guarda de Felix, eu não sei se aguentaria cuidar dele, em questão financeira e psicológica, entende?—Fiz sim com a cabeça.

—Você precisa viver sua vida, você tem 20 anos, não iria deixar você cuidar dele, uma criança cuidando de outra criança!—Ri e senti algo muito pesado pular encima de mim...Sooni.—Oi meu bebê—fiz vozinha fininha vendo ele chegar mais perto.

—Eu não tenho culpa se você me engravidou quando eu tinha 15 anos.—Ela deu de ombros e abraçou sua pelúcia.—Mas de verdade, obrigada mesmo, qualquer coisa você pode me ligar.—Sorri como resposta.—Quando minhas condições melhorarem, eu vou aí pra Coreia, pelo menos pra visitar meu filho...

—Venha, por favor! Ele sente muita saudade sua.—Abracei Sooni.

—Eu vou, mas agora eu tenho que desligar, tá na hora de eu tomar meu remédio, muito obrigada pela conversa, tchau.—Ela desligou tão rápido que nem deu tempo de eu responder, apenas dei de ombros e continuei a mexer em meu celular.

Pais solteirões¡ °Minsung.°Onde histórias criam vida. Descubra agora