Rezando

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                          Madison

Alguma vez na sua vida a morte passou pela sua cabeça? Você já sentiu aquele medo terrível? Sentiu o seu corpo todo tremer e fraquejar só de sentir a morte próxima de você? É exatamente o que estou sentindo nesse momento com as mãos de Mike em meu pescoço. Na verdade eu já senti essa sensação outras vezes, mas nunca tão forte assim.

Todos os dias eu me lembrava da minha mãe. Lembrava dos seus olhos claros e sinceros. Seus cabelos ruivos que eu tanto invejava, era pior ainda quando eu via Mike, pois ele é muito parecido com ela. Praticamente gêmeo.

Meu pai sempre fora tão bom comigo. Eu era sua cópia, meu Deus como sinto falta dele! Do seu abraço e das suas piadas nada a ver com nada. Ainda lembro de como ele ficou feliz de ter conseguido guardar o dinheiro da minha faculdade antes mesmo de eu ter idade pra isso.

Mike me deu um beijo forçado.

Eu sinto falta da minha vida de antes e agora nesse momento era tudo que eu queria. Sentir os lábios de Mike pressionados nos meus era asqueroso. Eu queria vomitar.

— Eu sempre quis o melhor para você, princesinha, mas tudo que você fez foi me desobedecer. Agora irá pagar pelo que fez. – acertou um tapa forte na minha bochecha direita, aquilo ardeu e muito.

— Mike, pense, reconsidere o que está fazendo! Está fazendo tudo errado! Meu... Amor! — eu teria que usar todas as cartas na manga possíveis para me livrar dele. — Vamos conversar civilizadamente. — engoli em seco e ele me olhava com atenção. Sentia o calor do fogo em meus pés. O medo tomava conta de mim. Eu estou rezando para que tudo desse certo. — Eu posso tentar por você... Por nós. — toquei em seu rosto. A sua barba que estava super cheia, arrepiou o meu rosto quando o acariciei alisando minha bochecha na dele, ele fechou os olhos. — Me perdoa, eu fui tão errada... — funguei, era tão difícil fazer isso. Era tão sufocante. — Eu só não entendia, veja o meu lado, realmente era um amor diferente, mas era um amor forte.

— Você não tem ideia do quanto eu te amo, do que eu abri mão por você. No que eu tive que passar, me tornar um bom homem para ter você... — ele respirou fundo, meu corpo ainda estava erguido e eu tinha medo de escorregar.  — Eu me sentia sujo por gostar da minha irmã, mas por você eu simplesmente não me senti. Eu realmente sempre amei você. — isso é uma doença. — Tudo que sempre fiz foi por amor a você, Mad. — tocou no meu rosto e eu vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto sujo e suado.

— Mike, nós podemos recomeçar. — senti meu rosto molhado pelas minhas lágrimas. — Eu fui tão errada, tão burra, você sempre fez o melhor por mim. — você me destroçou. — Eu peço perdão...

— CHEGA! — me assustei com a sua voz alterada. — Eu não sou mais aquele burro, Madison. Você não me engana mais. — engoli em seco. — Esse é o seu fim, cachorrinha. — meu corpo todo tremeu, o aperto no meu coração e a boca seca. Eu comecei a chorar compulsivamente, esse era o meu fim.

— Mike, não! Você cansa de me fazer sofrer? Sabe o que tive que passar todos esses anos? Faz quatro anos que eu não tenho vida! E eu tenho certeza que nunca mais terei, não como antes. Você tirou tudo de mim e então por favor, me deixa em paz.

— Te deixar em paz? E você? Me deu paz? — apertou sua mão em pescoço. — Eu só quero te fazer sofrer, baby. — sorriu malignamente. — Como nunca imaginou. — ele me ergueu ainda mais e quando ia me jogar eu o empurrei e caí sobre ele.  Tentei me arrastar sobre ele e fugir, mas ele segurou a minha perna. — Se eu não tiver você, você não será de ninguém. Você é minha, Madison! Minha!

— Eu nunca fui sua! Eu nunca pertenci a você, seu porco doente! Eu te odeio com todas as minhas forcas. — ele arrochou o meu braço. — Me larga! Vai pro inferno, Mike!  — dei um chute no seu saco e ele caiu de joelho por conta da dor. — Eu nunca mais vou precisar chorar por sua causa, nem vou ter pesadelos! Eu não quero mais sentir esse medo, essa agonia e ver você! Me deixa em paz, Michael Siega.

— Sua desgraçada! — se levantou muito rápido, estava próximo do fogo. — Você sempre será minha, sua mãe não foi, escolheu aquele bosta que era o seu pai, mas eu tive o melhor, você.

— Cala a boca!

— Não sabe o prazer que foi saber que eles morreram queimados, agonizando e sofrendo da pior maneira. Eu adorei. Foi fantástico!  — ele me lançou aquele olhar macabro e feio. Soltou uma risada assustadora e eu chorei o choro mais doloroso da minha vida.

— Você é lixo. Não tem ideia do quanto quero bater em você, do quanto desejo que você morra... Seu desgraçado! — dei um soco na sua cara que ele virou o rosto. Meu punho doeu como um inferno, pois não sei de onde veio tanta força.

— Como você ousa...

— Não é bom bater, Mike? Não é bom usar e abusar de quem não pode se defender? Pois bem, agora é assim, dá que eu te dou outra! Seu filho da puta! — eu nunca imaginei que poderia deixá-lo com essa expressão. Ele estava realmente chocado com o que eu falei.  Eu realmente pude sorrir malignamente, como ele.

— Na verdade eu sei, Madison. Eu fui abusado dentro da cadeia. — meu sorriso morreu. — Eu apanhei muito, fui abusado, torturado. O nome dele era Montanha, ele era um homem muito grande e cruel. Ele fez coisas comigo que eu nunca pensei que existisse. O que fiz com você não foi nada. Lá, eu era Michaely, a sua puta. – me contou com mais detalhes o que passou com esse Montanha.

— Viu como é, sentiu a sensação? Ser violado dessa maneira monstruosa deixa marcas, marcas que nunca serão apagadas. — eu apesar de tudo não desejo a ninguém, mas justo eles experimentarem  o que eles fazem com os outros. Esse Montanha foi um herói para muitas meninas que passam por isso.

— Eu nunca fiz com você o que ele fez comigo!

— Não interessa! A vida só te devolveu o que você fez comigo, seu inútil! — ele me olhou furioso e com o olhar super bravo avançou pra cima de mim.

— Por isso tenho você e sempre será minha. Sua vida de vadia com aquele merda do Chris acabou. — segurou os meus ombros. — Você sempre foi minha. Fui o seu primeiro. — juntou nossos lábios com força. — Abre a boca. — pressionou mais e eu continuei tentando empurrar os seus lábios pra longe de mim. — Eu disse pra abrir...

Empurrei ele com força, ele desequilibrou, mas segurou no chão e não caiu. Quando ele levantou para me socar ele tropeçou e caiu. Eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Ele. O homem que destruiu a minha vida e dos meus pais estavam em chamas.

— Madison! Me ajude, aaaaaaa! — ele estava gritando, gemendo.

Eu não sabia o que fazer. Metade queria que ele morresse e metade queria tirá-lo dali.

— MIKE! ALGUÉM! POR FAVOR, ALGUÉM AJUDE. – sim, eu deveria deixsr ele morrer, mas pelo os meus pais... Eu não seria igual a ele.

— MADISON, EU TE AMO. EU QUERO SAIR DAQUI. — o cheiro era forte e depois de um tempo Mike parou de falar. Ele teria morrido?

— ALGUÉM! SOCORRO. – gritei alto.

— Madison! — ouvi a voz de Chris. — Você está bem? Se machucou? — segurou o meu queixo com as duas mãos e beijou minha testa.

— Chris, por favor. Mike! — ele me abraçou e eu apontei. Ele olhou assustado e Frank abriu a boca.

— Eu chamei a polícia. Avisei que vocês poderiam estar aqui, provavelmente a ambulância vem também. — Frank disse.

— Eu joguei a areia que tinha no local para tentar apagar, mas tive sucesso. — funguei.  — Ele morreu? Será que ele morreu?

— Por que se importa, Maddie? Que seja, que morra. – Chris disse cuspindo as palavras com ódio.

— Nunca diga isso, nunca desejei isso pra ninguém. Mesmo que ele tenha me feito tanto mal, quero que ele pague da maneira certa. Morrer é muito fácil pra ele.

Não demorou muito até a polícia chegar e os médicos chegaram junto com os bombeiros que o tiraram dali. Frank foi conversar e explicar tudo a polícia. Os médicos levavam Mike na maca na ambulância. Ele estava coberto de areia e cheio de sangue. Seu corpo estava muito quente, fumaçando.

Chris segurava forte a minha mão, ele é o meu companheiro da vida. Sempre do meu lado.

— Ele vai sobreviver? — perguntei para um senhor, o médico. Seria esse realmente o fim de Micheal Siega?




Esperamos que sim, né gente? Kkkkkkkk NÃO DEIXEM DE COMENTAR POR FAVOR

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