Madison
Seis meses depois.
“Eu estava em um lugar onde só tinha um breu profundo. O meu mundo havia sido destruído pela escuridão que nele habitava escondida. Eu não conseguia enxergar nada.
— Olá? — minha voz saiu tão baixa, que acho que ninguém poderia me escutar. — Alguém? — eu não deveria fazer essa pergunta, mas infelizmente foi necessário.
O lugar era frio. Parecia que eu havia entrado dentro de uma geladeira.
— Você é gostosa, Madison. — ouvi a voz de Mike próxima a mim e me arrepiei completamente. — Eu vou para uma reunião muito importante hoje, mas quando chegar quero você com aquele camisola que te comprei. — um bolo se formou em minha garganta. Eu assenti para a voz como se Mike estivesse na minha frente.
Era sempre assim.
— Sim, senhor. — sentia lágrimas molharem as minhas maçãs.
— Boa garota, amor. — senti um tapa na minha bunda e soltei um gritinho de susto. — Calma, nem botei. — escutei a sua risada maléfica distante de mim.
E eu ainda estava naquele escuro assustador.
Não tenho motivos para viver. Mas por algum motivo ainda respiro, ainda consigo me mover. Não estou viva, não sinto que estou viva, apenas existo para o servir.
Meu coração está despedaçado, algo que nem a melhor coisa do mundo será capaz de consertar.
— Hm, muito bem, gostosa. — de repente o cenário havia mudado e eu estava em seu “quarto vermelho da dor” — Ah, como adoro esse camisola em você... — roçou os seus lábios em meu pescoço e eu senti uma repulsa absurda.
— Não... — me encolhi.
— Sim, eu vou te foder como se fosse a primeira. — abriu um sorriso cheio de maldade, senti as minhas pernas virarem gelatina e eu só queria fugir daqui e nunca mais me lembrar desse monstro que vive pra me atormentar.”
— NÃO, ME LARGA! ME DEIXA EM PAZ DE UMA VEZ, MIKE! — gritei, completamente nervosa. Acordei suada.
— Calma Maddie, foi apenas um pesadelo. — Clarie me olhava assustada, eram duas da manhã, estávamos dormindo no quarto de Clarie que agora também é meu. Os pais de Clarie me adotaram há quatro meses, hoje eu atendo por Madison Elizabeth Costa Siega Smith. Sim, bem grande. Nem precisava colocar o sobrenome, mas eles insistiram. Eu comecei a chorar compulsivamente. — Vai passar...
— Não! Isso nunca vai passar, sabe por que? — funguei. — Porque toda vez que eu fecho os meus olhos a imagem dele sempre aparece na minha cabeça e eu sinto uma dor absurda em meu peito. — mordi o lábio inferior que estava tremendo. — Já se passaram seis meses e nada! Nada disso mudar, nada dele sair da minha vida e de meus pensamentos. — suspirei.
— Ainda está recente, Mad. — me abraçou. — Mas tudo vai passar, ele vai pagar e você vai conseguir ser feliz. — tocou em meu ombro esquerdo.
— É o que eu espero, amiga. Foram dois anos sofrendo nas mãos dele. — suspirei e voltamos a nos deitar.
(...)
— Bom dia, meninas! — disse dona Amélia, assim que descemos as escadas. Ela estava muito bela com um vestido azul marinho, os belos cabelos ruivos estavam soltos, iam até os ombros e a sua pele era muito bonita. Bem mais que a minha.
— Bom dia, mãe suprema! — Clarie bebericou um pouco do iogurte que estava em suas mãos.
— Bom dia, Amélia. — ela assentiu e sorriu largo.
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Você é minha!
Ficción GeneralTODOS OS DIREITOS RESERVADOS! Se você veio aqui achando que vai encontrar uma história romântica com um cara que gosta de marcar território, mas que trata a mulher como uma princesa, um cara que daria a vida por sua amada, e que seria capaz de sacr...