Olá, Cadelinha.

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Madison

— Bom dia, alunos. — O Sr. Collins disse entrando rapidamente na sala de aula. Ele era uma ótima pessoa as pessoas o julgam demais pelo seu jeito e aparência. Foi a primeira vez que ele nos cumprimentou.

— Bom dia. — Falamos em uníssono, ainda surpresos.

— Hoje a nossa aula vai mais um debate que aula. — Disse deixando todos confusos e curiosos. — Sabe, eu estive falando com a minha sobrinha esses dias e ela me contou um fato que estava acontecendo na sua faculdade. — Quanto suspense. Todos vão morrer de curiosidade. — Uma aluna de filosofia estava sendo abusada sexualmente pelo o seu professor e fazia um tempo que isso estava acontecendo. Ela acabou confessando para a minha sobrinha e elas juntas o denunciaram. — Saltei os meus olhos quando ele disse: "abusada sexualmente" tipo, como assim? Caramba, quanta coincidência... — E eu gostaria de fazer uma pergunta e você terão que debater e justificar os seus pontos de vista. — Oh Deus! Logo sobre esse assunto?! Senti um bolo se formar na minha garganta, uma vontade absurda de sair dali correndo, eu mais do que ninguém sei tudo sobre esse assunto terrível.

— Sr. Collins. — O chamei levantando o dedo indicador tomando a sua atenção. Ele me olhou sério e depois assentiu me incentivando a continuar. — Eu poderia ir ao banheiro, por favor? — Sim, tive que usar essa velha tática do banheiro pra me livrar desse assunto.

— Infelizmente terá que esperar, Madison. — Disse desviando o seu olhar do meu. Mordi o lábio inferior em desespero. — Vamos começar?

— Isso vai valer alguma coisa? — Dylan, o ligeirinho perguntou levantando o dedo indicador.

— Sim, se vocês realmente participarem vão ganhar pontos extras. — Falou sério.

— Ah, então eu vou. — Brad disse e todos sorriram. Esse daí não passa nem com ajuda extra.

— Burro. — Clarie sussurrou, Chris riu e eu tentei me manter séria.

— Então. — O professor disse fazendo um pigarro. — A jovem tem 23 anos e o professor 45 anos, ela é uma moça recatada e de família. Ele dizia ser um pai de família e um ótimo marido. A jovem era uma ótima aluna e ele um ótimo professor, mas no dia 23/05/2015 o professor começou a estuprar a moça frequentemente, e só depois de um tempo ela tomou coragem e contou para a minha sobrinha, depois junto com a minha sobrinha ela foi denunciá-lo. — Caramba, isso me deixou chocada. Eu sei que não sou a única a passar por isso, mas a gente sempre acha que é só com a gente. A pobre moça sofreu tudo que eu já sofri e isso é um absurdo saber que você não é dona do seu próprio corpo, saber que não pode fazer suas próprias escolhas e tal. Esses homens acham que podem usar e abusar de nós mulheres, mas isso tem que mudar e eu vou começar a fazer isso. — Então, a justificava do professor para o seu ato foi que ele começou a se sentir atraído pela moça por causa das suas roupas que eram muito curtas e sensuais. A minha sobrinha disse que era roupas apropriadas para uma aluna da faculdade de Boston. E que essa sua desculpa foi muito ridícula, mas então qual a opinião de vocês? — Questionou de uma vez me deixando mais perdida, meu Deus! Eu sabia responder isso na lata, tinha a resposta na ponta da língua. Todos olhavam de um para o outro não sabendo o que responder.

— Eu acho que se a gatinha estiver com uma roupa provocativa ela está pedindo para ser estuprada. — Bradley soltou de uma vez, respirei fundo e me segurei na carteira.

— Em casos pode ser que talvez o cara esteja certo, pois ninguém mandou ela usar uma roupa tão vulgar. — Gale, amigo de Brad disse dando de ombros. Lágrimas encheram os meus olhos, isso é um assunto super sério, cara!

— Ninguém mandou ela se portar como uma vadia, vai tomar madeirada sim! — Winter disse, eu esmurrei a minha carteira e me levantei.

— VOCÊS, SEUS MACHISTAS IMBECIS! — Gritei horrorizada, todos da sala me olharam com os olhos arregalados, ah, eu vou arrancar a cabeça deles! — Vocês, por acaso, têm ideia do que estão falando? Vocês não sabem o quanto é humilhante, assustador e traumatizante ser violentada? A sensação de que você deve ter feito algo para provocar aquilo e não ter uma resposta concreta do porquê isso ocorreu. O medo que a pessoa passa a ter. Vocês podem me responder uma coisa? — Assentiram assustados. Todos da sala me olhavam de olhos arregalados. — Vocês têm irmãs? Primas? Sobrinhas?

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