Você é minha!

Anjo...

Madison

- Me deixa em paz! - Eu corria desesperadamente daquela sombra assustadora, que me perseguia em um lugar frio e acinzentado, extremamente escuro e aterrorizante. Era vazio. - Por favor, me deixe...

- Nunca, você nunca vai se livrar de mim. - Aquela voz parecia ter sido modificada, porque não era normal isso. Parecia que essa pessoa havia sido possuída pelo pior demônio que havia no abismo profundo. Eu bati o meu pé em alguma coisa e tropecei em meus próprios pés, o impacto doeu muito, minhas lágrimas já caíam sem eu perceber. - Eu tenho que estar com você, pois é minha, o seu corpo é meu e a sua alma, ah, sua alma... - O som da sua gargalhada era familiar, tão familiar que me deixava completamente desconectada desse mundo e toda arrepiada.

O medo que eu sentia, ah, o pavor excessivamente compulsivo. As suas garras tão assustadoramente pontudas me rasgavam e me seguravam de uma forma absurda, eu me sentia em correntes que me prendiam naquele lugar frio e ao mesmo tempo tão quente como o inferno.

Ele segurou as minhas mãos frágeis e eu pude ver a sua íris avermelhada, quase sangue e eu quis gritar, mas estava sem voz, ele se aproximou. Os lábios do demônio estavam trêmulos, minhas lágrimas continuavam a cair, até nos sonhos eu só fazia chorar. Eu suava frio, tremia e estava quase desmaiando de dor. Eu não sabia porque sentia essa dor, mas era a pior que eu poderia sentir.

Ele se aproximou e eu quase gritei. O seu rosto apesar de estar todo sujo e marcado com algumas cicatrizes, ainda era aquele rosto assustador, sádico e insano. Ainda era ele, mas com algumas diferenças em sua face. Era ele, com os olhos vermelhos arregalados, a pele imunda e com algumas cicatrizes nas suas bochechas e testa, mas o que mais me deixou assustada, aterrorizada e trêmula foi o seu sorriso sádico, gosmas negras escorriam pelas laterais da sua boca carnuda. Com toda certeza do mundo mais sádico do que o sorriso do gato de Alice no país das maravilhas. Os meus olhos estavam o fitando assustada com a sua visão, era ele com certeza, mas com mais certeza era a sua verdadeira face. Era ele, Michael o demônio da minha vida miserável.

A criatura havia alargado o seu sorriso dez vezes mais e eu sentia vontade de correr como o Flash e nunca mais voltar. Eu tinha consciência que estava sonhando, mas eu não conseguia acordar. Ele ria da minha dor, do meu desespero.
Ele me torturava sem piedade, me atacava sem dó, os seus olhos ficavam cada vez mais psicóticos, mais sádicos. Meus lábios estavam cortados, o gosto do sangue que escorriam por minha boca por conta dos murros e arranhões que ele me causou era diferente. E olha, que eu conheço o gosto de sangue como ninguém. Por tantas vezes que ele me machucou.

Mas eu havia visto a sua verdadeira face.

Acordei com o corpo todo suado, mas era um suor frio, o pesadelo havia me deixado desconectada. O barulho do despertador. Se fosse em outra situação eu quebraria ele e o jogaria para longe, mas não hoje, eu finalmente vou voltar para a escola. Mike havia cumprido o que me prometera há uma semana atrás. Eu ficaria com ele durante aquela semana dolorosa como um inferno, mas havia me comportado depois de tudo, eu havia me tornado apenas uma garota fraca, um boneca perfeita de porcelana. Um brinquedo para diversão de Mike.

Nós fazíamos coisas que casais sempre fazem. Saímos, mas como tio e sobrinha, assistíamos a algum filme no cinema enquanto isso ele enfiava a mão na minha calcinha e começava a me masturbar, introduzia os dedos em mim e se eu não prestasse atenção no filme estaria frita. Quem já viu isso? Falava coisas sacanas no meu ouvido e sorria com as minhas reações. Eu não gostava, mas mesmo assim é estranho demais esse tipo de situação.

De vez em quando me dava um crise e eu ficava com o coração acelerado, mãos trêmulas, ânsia de vômito, tontura e dor no peito. A famosa crise de ansiedade.