Capítulo 1 - Tempo.

5.6K 215 116
                                    

Oláaa, eu falei que poderia voltar com uma história original e aqui estou eu! \o/

Diferente das adaptações, eu não vou atualizar todos os dias. Histórias originais demandam tempo e dedicação, então a única coisa que posso prometer é atualizar sempre aos finais de semana.

Espero que gostem dessa história um pouco dramática, porque eu adoro um sofrimento.

_________________________________

Maya está confusa depois receber a notícia que não voltaria a ser capitã. Ela acreditava que ia ganhar sua patente de volta. Precisava disso para poder se dedicar totalmente a sua família. A família que ela e Carina estão começando.

É muita coisa ao mesmo tempo. Ela está tentando equilibrar trabalho e sua família, mas não está conseguindo. Seu trabalho precisa dela naquele momento, mas Carina quer um bebê, então Maya deu isso a ela. Como não iria dar? Tudo o que ela faz é por Carina. Por o casamento delas, pela família delas. Talvez aquele não fosse o momento certo para ter um bebê, mas Carina parecia tão feliz com os planos que ela apenas aceitou ter um bebê em meio ao caos que estava sua vida.

Mas agora ela não tem mais um emprego para lutar. Ela apenas tem um emprego que deveria ir todos os turnos sem chances de voltar a ser a capitã da 19. Era difícil. Muito. E então ela se viu em um redemoinho, dando voltas e mais voltas e se afundando ainda mais. Ela corria duas vezes por dia, malhava na estação e fazia todo o trabalho duro que um tenente não deveria fazer. Maya tentava de tudo para fazer esse redemoinho acabar, ela já sentiu isso uma vez e não teve consequências boas.

Ela traiu Carina. E ela, jamais, queria repetir o mesmo erro. Nunca. Ela preferia morrer do que fazer o seu amor sofrer  daquela forma. Mas ela não aguentava mais. Ela precisava fazer esse redemoinho parar ou ia enlouquecer. Precisava parar de se afundar. Mas ela não conseguia. Não com Carina fazendo planos e imaginando a vida delas com o bebê daqui à nove meses. Não com ela depositando todas as suas fichas na inseminação que fizeram há duas semanas enquanto Maya torcia para dar errado. Ela não precisava de um bebê agora. Ela precisava parar. Sua cabeça não estava bem.

Deus, ela queria um bebê. Queria Carina e a família que elas vão construir, mas não agora. Não quando ela não pode estar cem por cento para sua família. Como ela poderia criar um bebê assim? Como ela seria tudo o que seu pai não foi para ela quando ela nem consegue se manter sã?

Então ela tomou uma decisão.

Ela chegou em casa mais cedo. Sua corrida foi curta, ela precisava falar com Carina, ela não aguentava mais. Maya queria apenas dizer o que estava sentindo, mas ela sabia que Carina tentaria fazê-la falar, mas ela não quer falar. Não quer dizer o quanto está frutada com sua carreira, com sua vida. Ela não quer Carina pense que ela não é suficiente para, porque ela é. Mas Maya não consegue parar de se afundar.

A morena estava na cozinha quando ela chegou. O avental da cintura, cabelos amarrados, mas alguns fios estavam soltos. Tudo que Maya queria era chegar por trás e abraçar sua esposa. Beijar seu pescoço e convencê-la a apagar as chamas enquanto a levava para o quarto e tirava todas as suas roupas. Ultimamente a única coisa que fazia Maya desligar era o sexo, mas hoje ela não conseguia. Ela precisava falar, e não podia dizer o que tinha para dizer depois de fazer amor. Ela precisava dizer logo. Sem enrolar.

Carina percebeu sua presença depois de Maya deixar a chave sobre a mesa. Ela sorriu abertamente enquanto cumprimentava a esposa e dizia o que estava preparando para o jantar. Ela sentiria falta disso. Chegar em casa e encontrar sua esposa cozinhando alegremente, ela geralmente abriria um vinho e serviria duas taças, faria companhia a sua esposa quando ela cozinha e contava sobre seu dia.

Você pode me perdoar?Onde histórias criam vida. Descubra agora