Capítulo 16 - Futebol.

2.4K 211 74
                                    


Carina ainda sentia sua respiração acelerada toda vez que lembrava no que Jack fez. Ela não achou que ele fosse esse tipo cara, mas estava enganada. Ele mudou da água para o vinho nos últimos dias, ela sabia, mas não queria acreditar que ele pudesse fazer algo tão estúpido. Sempre que fechava os olhos ela podia sentir as mãos dele em seu corpo, era uma sensação horrível, sufocante. Carina jogou os lençóis para o lado de saiu da cama. A noite estava fria e suas janelas ainda estavam abertas, então ela decidiu fechar, mas parou quando viu um carro conhecido lá fora.

Era o carro de Maya?

O que ela fazia parada na porta da casa dela?

Carina desceu as escadas rápido, mas quando abriu a porta da frente, o carro não estava mais. Ela olhou para todos os lados, mas nem sinal dele, então ela voltou para dentro de casa. Carina achava que já estava vendo coisas e se preocupando demais. Não tinha porque Maya ficar ali no meio da noite, e Jack foi um imbecil em agir daquela forma, mas ele não a machucaria. Pelo menos ela esperava que não.

Ela subiu até o quarto da filha e fez um carinho no rosto dela, Marina abriu os olhos levemente e os fechou em seguida, voltando a cochilar.

- Vamos dormir comigo, bambina... – Carina sussurrou docemente e tirou a coberta de cima da menina.

Marina nem se deu ao trabalho de abrir os olhos, apenas estendeu os braços e Carina a pegou no colo, levando-a para seu quarto. Só uma noite dormindo agarrada com sua filha para acalmar seus ânimos depois da noite que teve. Marina se enroscou na mãe assim que foi colocada da cama macia da médica, que também não demorou para dormir.

O resto da semana passou se arrastando, Carina teve que trabalhar mais que o normal, parecia que todas as grávidas da cidade resolveram ter bebê naquela semana. Ela se sentia exausta fisicamente e mentalmente, sem falar que Jack não parava de ligar. Ela nunca atendeu suas ligações depois daquela noite, e esperava que ele não cometesse a estupidez de aparecer na frente dela de novo ou ela não sabia o que poderia fazer.

Se sensação de nervosismo depois daquela situação se tornou raiva. Ela estava com raiva por ele não ter a respeitado, por ser estupido e por tentar forçar algo que ela não queria. Ele jogou fora o respeito e a confiança que Carina tinha com sua atitude. Carina não acreditava que Jack tinha mudado tanto, ela nunca o imaginou assim. Durante todos esses anos ele foi um suporte para ela, mas definitivamente estava se tornando um problema agora.

Na sexta à noite ela recusou o convite das amigas para ir ao bar do Joe, ela estava cansada e tudo que queria era sua cama. Bom, isso e também o fato de que teria que levantar cedo no sábado para ir ao jogo de futebol com a filha. Sim, Marina a convenceu de ir ver o jogo. Ela com aqueles olhos brilhantes conseguia qualquer coisa da mãe.

Carina era refém da própria filha e sabia disso. Ela amava isso.

Marina estava empolgada com o fim de semana, então ela foi a primeira a acordar e foi correndo pular na cama da mãe.

- Vamos, mama. O sol já está brilhando lá fora, acorda. – ela balançou os ombros de Carina que abriu os olhos com dificuldade devido a claridade que entrava por sua janela já aberta. Marina sabia que nada acordava a mãe tão cedo a não ser a luz do sol forte, então ela abriu as janelas assim que entrou no quarto.

- Bambina, ainda é cedo. Podemos ficar um pouco mais na cama e tomar um café da amanhã reforçado antes de irmos.

- Mas eu não quero perder nada, mama. Vamos...

Carina riu e abraçou a filha, a puxando para perto.

- Porque você quer tanto jogar futebol?

- Porque eu acho legal. E as meninas da minha sala jogam e nós podemos ficar juntas no mesmo time. – ela sorriu e os olhos brilharam com a ideia. – Nós jogamos algumas vezes na aula da professora Reder, e foi tão divertido. Seria legal jogar nos fins de semana também.

Você pode me perdoar?Onde histórias criam vida. Descubra agora