Você pode me perdoar?

Capítulo 17 - Tio Mason.

FLASHBACK ON

Maya se sentia perdida. Ela estava com raiva e se culpando por tudo que estava acontecendo. Ela tinha perdido cinco anos da vida da própria filha, cinco anos com o amor da sua vida, com a família que ela sempre sonhou desde que conheceu Carina. Ela perdeu tudo isso e só podia culpar a si mesma. Ela tinha perdido anos com o irmão e nunca se perdoou por isso, como ela poderia se perdoar por perder anos com a filha?

Ela segurou o choro durando a longa viagem de duas horas e meia até a cidade vizinha, onde Mason morava agora. Ela estava se sentindo perdida e, por algum motivo, só queria ver o seu irmão e abraça-lo, se sentir em casa novamente. E claro, contar que ele agora é tio de uma linda garotinha de quase cinco anos, alta demais para sua idade, cabelos castanhos e dona de um par de olhos lindos.

Maya mandou uma mensagem para Mason dizendo que estava chegando, mas não disse o motivo. Ele estava esperando pela irmã na porta de casa quando o carro preto parou e a loira desceu. Mason estava mais forte do que a última vez que Maya o viu, ele tinha começado a academia e estava em uma ótima fase da vida e da carreira, longe das drogas há anos. Eles sempre conversavam por chamadas de vídeo, então Maya sabia de tudo o que acontecia na vida do irmão, e ele na sua. Eles sempre foram bons em conversar, nunca conseguiram guardar segredos um do outro. Bom, isso até a adolescia chegar e Mason se afastar de todos, sem deixar Maya participar mais de sua vida.

Mas isso era passado agora, eles estavam em um bom lugar novamente.

- Olha só quem resolveu aparecer. – ele disse assim que a irmã se aproximou, abraçando-a forte. – Onde estão suas malas?

- Nada de malas, foi uma viagem de última hora. – ela sorriu tímida.

Mason percebeu os olhos vermelhos e o semblante triste da loira, ele segurou sua mão e a puxou para dentro de casa. Estava um pouco diferente agora, novos móveis, mais quadros espalhados pelo lugar. Alguns estavam inacabados, mas outros já estavam embalados e pronto para saírem dali.

- Você tem produzido bastante... – ela falou olhando ao redor. Tinha tantos quadros que ela nem conseguia contar.

- E vendido também. – ele disse animado. – Uma mulher viu meus quadros e gostou eles. Ela é dona de uma galeria em Seattle e quer que eu pinte o máximo que eu puder para fazer uma exposição.

Maya o encarou surpresa, ela não esperava por essa notícia.

- Mason, isso é incrível! – ela o puxou para um abraço forte. – Estou tão orgulhosa de você.

- Eu sei, nem acredito ainda. Vou assinar o contrato nos próximos dias, então espero que possa me receber em Seattle por um dia, talvez dois.

- Bom, tecnicamente eu estou morando em um hotel, mas Andy me chamou para ficar na casa dela e acho que ela não vai se importar se você ficar lá alguns dias.

Mason concordou e foi até a cozinha sendo seguido por Maya, uma chaleira estava apitando no fogão, então ele serviu duas xícaras e ofereceu um pote com vários chás para Maya escolher o seu.

- Eu preferiria uma cerveja, mas sei que você não bebe. – ela jogou os ombros e pegou um sache de chá verde.

- Então... ao que devo a honra da sua visita?

- O quê? Não posso mais visitar meu irmãozinho? – ele fez uma careta para o apelido, mas não disse nada.

- Não quando você vem de repente e aparece aqui com essa cara de choro. O que aconteceu?