Sabe quando você sente que está fazendo algo errado, mesmo não estando?
Quando você sente que deveria ligar para sua mãe e pedir permissão para fazer algo?
Quando você não se sente segura mesmo quando, tecnicamente, você está segura?
Era exatamente assim que Marina se sentia. Ela saiu da escola de mãos dadas com Jack, sem entender porque seu tio veio lhe buscar. Ela não o via há dias, e de repente ele aparece em sua escola. Marina olhou para os lados e não viu nenhum movimento de carros e pais na entrada, ela tinha saído no meio da aula, estava saindo da escola mais cedo que o normal. Ela achou estranho, então parou e soltou a mão de Jack.
- Pra onde estamos indo?
- É uma surpresa. – ele sorriu e estendeu a mão novamente, esperando a menina pegar.
- A minha mãe sabe?
- Claro que sabe. Ela vai nos encontrar lá. Vamos nos divertir muito, como nos velhos tempos... somente eu, você e sua mama.
Marina segurou na mão do bombeiro novamente, mas ainda estava desconfiada. O tio Jack não parecia o mesmo, ele tinha cabelos desarrumados e barba grande, suas roupas eram largas demais. Não era assim que ele costumava ser. Ela entrou no carro e Jack seguiu estrada para fora da cidade. Marina estava começando a ficar com medo e queria sua mama ali, mas se manteve calada achando que Carina estaria lá quando eles chegassem, seja lá onde o tio Jack estava a levando. Marina reconheceu o lugar onde ele estacionou, era uma casa onde eles tinham passado um fim de semana divertido no ano passado, no aniversário de Jack. Mas ela não entendia porque estava ali agora. Não tinha ninguém no local, apenas eles. Como poderia ser divertido sem toda a família?
- Podemos ligar para a mama? – ela perguntou assim que saiu do carro.
- Claro, vamos entrar primeiro. Nós vamos passar o fim de semana aqui, então pode escolher um quarto para você. São três e o melhor de tudo, um deles tem banheira. – Jack diz esperando que a menina se anime, mas isso não acontece.
- Nós vamos acampar com a Maya, não vamos ficar aqui! – Marina diz emburrada cruzando os braços.
- Mudança de plano, Marina. Esse fim de semana, nós ficaremos aqui. – ele pega a mão da menina sem muita delicadeza e a leva para dentro da casa.
Jack passou dias planejando esse momento. Ele comprou aquela casa e fez planos para viver com Carina e Marina ali. Ele tinha certeza que assim que a médica visse a casa e o anel que ele comprou para ela, ela aceitaria passar o resto de sua vida com ele. Ele só não esperava ter que usar seu plano B.
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Maya voltou a realidade quando viu dois policiais chegarem. Foi ali que ela soube que precisava agir, precisava cuidar da situação já que Carina continuava falando em italiano tão rápido quem nem um próprio italiano entenderia direito. Maya se afastou por cinco minutos e fez uma ligação, sua posição como chefe dos bombeiros tinha que lhe render algum privilégio, principalmente nessa situação. Quando ela desligou o telefone, viu Carina chorando compulsivamente numa cadeira. Maya se aproximou, se abaixando na frente dela e segurando suas mãos.
- Vamos pra casa, o capitão Randon vai nos encontrar lá. Ele tomará a frente do caso.
- Quem é esse? – Carina perguntou chorosa.
- Um amigo antigo. Vamos...
Carina concordou e se deixou ser levada por Maya. Os policiais que estavam ali, ficariam recolhendo os depoimentos da diretoria antes de seguirem para casa de Carina. Assim que elas saíram do prédio, Maya parou e segurou o rosto de Carina nas mãos, seu lindo rosto lavado de lágrimas.
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Você pode me perdoar?
FanficE se depois de cinco anos, o amor da sua vida voltar? Maya pediu um tempo há cinco anos atrás. Sua vida estava uma merda e ela se sentia afundado num poço sem fim. Ela deixou sua esposa e, sem saber, sua filha. Quando ela voltar, o que a espera? Ela...