Maya sentia uma onda fria percorrer seu corpo, fazendo seu coração palpitar. Era uma mistura de ansiedade com nervosismo. Ela não conseguia acreditar que tinha Carina em seus braços novamente, sentindo o toque dela e o beijo tão necessitado. Mas elas não deviam estar se beijando, não depois de Maya se sentir tão frágil a ponto de mostrar seu pior momento para a médica. Maya queria isso, e como queria, mas não desse jeito. Não sob essas circunstancias.
A loira se afastou de Carina e esperou ela abrir os olhos, que estavam escuros de desejo e Maya teve que ser forte para não voltar a beija-la novamente naquele instante.
- Não deveríamos estar fazendo isso, Carina... talvez não seja uma boa ideia. – sua voz soava como um sussurro pesado, ela não conseguia esconder que também queria aquilo e a médica sabia. Carina ainda conhecia Maya como ninguém.
- Cala a boa, Maya... – Carina sussurrou de volta a puxando para um beijo.
Esse era mais urgente, deixando a respiração de ambas ofegante. Maya puxou os lábios da morena entre os dentes para logo em seguida invadir a boca dela com sua língua do jeito que Carina tanto gostava – e sentia saudade. Os dedos longos e delicados da médica arranharam a nuca de Maya de um jeito gostoso que a fez gemer em sua boca e cravar as unhas na roupa da morena, sentindo a pelo por baixo do tecido grosso. Maya andou até uma parede próxima, encostando Carina com força enquanto aprofundava o beijo.
Era uma sensação gostosa para ambas estarem ali, sucumbindo ao desejo delas. E levariam isso adiante se não fosse por uma voz infantil e sonolenta no alto da escada.
- Mama?
Carina parou o beijo imediatamente, mas ainda permaneceu próximo a Maya. De onde elas estavam, Marina não conseguia vê-las. Elas escutaram mais alguns passos descendo as escadas e Marina a chamou novamente.
- Desculpe... – ela sussurrou enquanto se afastava de vez de Maya. – Oi, bambina. Porquê está acordada?
- Eu estou com muita fome, não jantei hoje... – ela disse em meio a um bocejo. Carina sorriu e a pegou no colo, a cena sendo observada de longe por Maya. Era algo que aquecia o coração da loira vê-la com a filha, Carina era incrível com Marina.
- Verdade, bambina. Vamos dar um jeito nisso.
Marina concordou, mas o sorriso em seu rosto morreu quando ela viu Maya parada no meio da sala parcialmente escura. A loira sorriu e deu um pequeno passo na direção das duas, mas Marina se agarrou na mãe e escondeu o rosto no pescoço dela.
- Vá embora. – Marina diz com a voz abafada.
Carina podia sentir o coração da filha começar a acelerar, e se sentia mal por ter as duas naquela situação. Ela viu os olhos de Maya encherem de lágrimas novamente e luta contra a vontade de abraçar ela também. Mas agora ela tinha que priorizar Marina, ela sempre vem em primeiro lugar. Sempre.
- Maya, por favor... – Carina sussurra pedindo para a loira sair, mesmo que aquilo doesse seu coração. Maya apenas concordou, saindo cabisbaixa da casa da médica. Não tinha muito o que ela fazer ali, certo?
Carina respirou fundo antes de andar com a filha até a cozinha e coloca-la na bancada. Marina permaneceu olhando para baixo, triste, mas não chorava mais. Carina não iria mais conversar sobre isso hoje com a filha, já era tarde e Marina precisava descansar. Ela fez dois sanduiches e as duas comeram em silêncio, e quando terminaram a médica subiu com a filha no colo novamente.
Marina estava escovando os dentes e Carina aproveitou para mandar uma mensagem para Andy. Ela estava preocupada com o jeito que Maya saiu de lá.
"Maya saiu daqui bem mal. Me avise quando ela chegar.
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Você pode me perdoar?
FanficE se depois de cinco anos, o amor da sua vida voltar? Maya pediu um tempo há cinco anos atrás. Sua vida estava uma merda e ela se sentia afundado num poço sem fim. Ela deixou sua esposa e, sem saber, sua filha. Quando ela voltar, o que a espera? Ela...