Você pode me perdoar?

Capítulo 2 - A nova Chefe

CINCO ANOS DEPOIS

Carina corria de um lado para o outro na cozinha enquanto preparava o café da manhã para ela e a filha. Era sempre assim quando seu turno começava mais cedo, mas o café da manhã na casa das Deluca's era sagrado. Carina amava cozinhar para a filha, era como continuar a tradição que sua mãe fazia antes de se mudar da Itália. Carina de sempre fazer as principais refeições com a mãe e nos finais de semana elas cozinhavam juntas.

Torradas, suco, bolo, fruta, iogurte, geleia... todas as coisas favoritas de Marina não faltavam na mesa do café. A pequena Deluca era boa de boca, assim como sua mãe. A mesa farta estava sempre pronta para receber quem quer que aparecesse em sua casa, assim como sua mãe lhe ensinou. Na Itália as mesas são sempre fartas, e nos EUA não era diferente, já que era costume os tios bombeiros e médicos aparecerem aqui para brincar com a pequena. Carina e a filha tinham feito uma boa rede de amigos e apoio durante esses últimos cinco anos.

Todos na Estação eram loucos por Marina, assim como os amigos da médica do hospital. Mesmo depois de anos, Carina manteve contato com cada um deles e fez questão que Marina conhecesse a Estação, lugar que também já era especial para ela. Foram eles que a acolheram quando Maya partiu e nunca mais voltou. Foram eles que fizeram um chá de bebê surpresa, que acompanharam toda a sua gestação e que estiveram na sala de espera quando Marina decidiu chegar uma semana antes do previsto.

Marina era encantadora, uma pequena cópia da mãe. O sorriso, o cabelo, o jeito de falar, até o sotaque que ela desenvolveu nas aulas de italiano era parecido com o de Carina. Ela adorava conversar, sempre no jantar ela contava como tinha sido o seu dia desde que saiu de casa até a hora de voltar. Carina não poderia estar mais feliz do que depois que Marina nasceu. Ela era a razão de seus dias serem bons. Era por ela que Carina acordava todas as manhãs pronta para enfrentar o mundo se fosse preciso. Por ela, Carina era capaz de tudo.

Ela estava mais feliz que nunca, embora uma parte de si tenha morrido desde aquele dia em que Maya foi embora. Quando Marina nasceu e estavam apenas as duas no quarto do hospital, Carina segurou a filha nos braços e prometeu protege-la de quem ousasse a fazer mal. Ela prometeu que não importa o que acontecesse, Marina seria sempre sua primeira opção.

"Dane-se ela... Foi ela quem perdeu, não nós." Carina sussurrou essas palavras enquanto via a filha bocejar em seus braços naquele hospital. Os olhos cheios de lágrimas de emoção por ter sua filha ali. Ela tinha perdido todos, mãe, irmão e esposa, mas agora ela estava começando sua própria família.

A campainha tocou e Carina correu para abrir a porta ao mesmo tempo que gritava para a filha se apressar. Ela estava atrasada para o trabalho e não daria tempo de deixar a filha na escola. Como se soubesse que isso aconteceria, o salvador da pátria apareceu em sua porta. Carina suspirou agradecida quando viu Jack em sua porta.

- Graças a Deus você está aqui. – o moreno riu de com a médica realmente parecia aliada com sua presença.

- Sabe, ouve um tempo que você nem abriria a porta pra mim. – resmungou já entrando dentro da casa.

- Passado, Jack. Passado.

Carina escutou passos rápidos no andar de cima e logo depois Marina surgiu na escada correndo, se atirando em Jack assim que o viu.

- Tio Jack, você vai me levar para escola hoje?

- Hmm, eu acho que sim. Sua mãe está toda atrapalhada com os horários de novo. – ele disse fazendo careta e Marina riu.

Sua risada era a melhor do mundo e Carina não poderia ama-la mais.

Marina adorava o tio Jack, principalmente porque ele faz todas as suas vontades.