Quando os sonhos se torna realidade

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Gina andava de um lado pro outro dentro do seu quarto na Toca, nervosa demais paradeitar e dormir, como sua mãe havia mandado. Estava ansiosa demais, elétrica demais. Gostaria de poder sair, dar um passeio ou talvez voar um pouco. Mas Molly Weasley a estava vigiando de perto, não a deixaria por os pés pra fora daquele quarto. Com um suspiro resignado, sentou-se na cama e mirou o vestido de noiva no manequim a um canto do quarto. 

- Meu Deus. – pensou - Vou me casar amanhã. Com Harry Potter. - Não pode evitar o sorriso que lhe veio aos lábios. 

Ouviu uma batida na porta e logo depois Molly entrou no quarto. 

- Gina, querida, ainda não se deitou. – tentou ralhar, mas abriu um sorriso compreensivo. –Precisa dormir. Amanhã será um dia muito longo e cansativo, deve descansar. 

- Não consigo, mãe. Estou ansiosa demais. - Molly sentou-se ao lado dela e a abraçou com carinho. Mal podia acreditar que a sua menininha já era uma mulher e amanhã iria se casar. 

- Eu te entendo, querida. Também estou nervosa. Até outro dia você era uma menina que vivia atrás de mim me pedindo para contar a história de Harry Potter e agora vai se casar com ele. 

Gina corou intensamente. Não era segredo para ninguém que ela sempre tivera uma quedinha por Harry, mas ninguém tinha dado importância pra isso até eles voltarem a namorar depois da guerra. De repente percebeu o que estava acontecendo. Esta era a última noite que passava naquele quarto como uma Weasley. Viu Molly ir até a penteadeira e pegar uma escova e começar a pentear seu cabelo, como fazia quando era criança. Então um sentimento inexplicável tomou conta dela e sentiu lágrimas vindo aos seus olhos. 

- Mãe, eu tô com medo. – declarou. Molly parou o ato de pentear os cabelos da filha e a fez se virar para olhá-la nos olhos. 

- Medo de quê, meu amor.

- Medo de dormir e quando acordar tudo ter sido um sonho, sabe, o fim da guerra, Harry me amar e querer se casar comigo. Tenho medo de acordar no dormitório da Grifinória nomeu primeiro ano, com Tom rindo e debochando do meu sonho.

 - Ah meu bem. – Molly a abraçou com força. – Não é sonho não. Amanhã você vai se casar com o homem que você sempre amou. Tom não pode mais te fazer mal, Harry te ama, vaite fazer feliz e você vai fazê-lo feliz também. 

- Você acha que ele me ama mesmo? – ela perguntou ainda insegura. Molly riu. Se existia um homem apaixonado no mundo este era Harry. 

- Claro que sim. Já viu como ele olha pra você quando acha que ninguém está vendo? É um olhar de adoração. Estou segura de que ele faria qualquer coisa por você. 

Gina pareceu satisfeita com a resposta e Molly voltou a pentear os cabelos vermelhos da filha. Quando terminou, a fez se deitar e ficou ali alguns minutos acariciando os cabelos dela até vê-la pegar no sono, igual como quando ela acordava dos pesadelos e não conseguia dormir mais, depois daquele fatídico primeiro ano em Hogwarts. Saiu do quarto devagarzinho para não acorda-la . Antes de sair, a ouviu dizer baixinho. 

 - Eu te amo, mãe. 

- Também te amo, meu bem. 

Molly fechou a porta e ia subir as escadas para o próprio quarto quando percebeu um movimento na sala. Provavelmente Artur se levantara e estava na cozinha. Resolveu ver se ele precisava de algo, quando se deparou com Harry, para a sua surpresa, andando de um lado para o outro da sala, torcendo as mãos e murmurando palavras incompreensíveis. 

- Harry, aconteceu alguma coisa?- O rapaz se virou assustado. 

- Não, não aconteceu nada, ta tudo bem. 

- O que faz aqui? Você não devia estar com Rony, Jorge e seus amigos na sua despedida de solteiro? - Ele fez uma careta ao se lembrar da festa que os amigos tinham organizado. 

- Voltei mais cedo. Tava muito nervoso pra ficar lá sentado, bebendo e ouvindo seus filhos me ameaçarem de castração se eu fizer Gina sofrer. - Molly riu. Era bem a cara dos seus filhos fazer esse tipo de ameaça. 

- Então é melhor ir se deitar e dormir um pouco. Você e Gina terão um longo dia amanhã. 

- Eu não consigo relaxar, acho que não vou conseguir dormir. – ele falou, se jogando no sofá. – Como Gina está? – perguntou aflito. 

- Nervosa e ansiosa, como você. Mas também muito feliz. – ele pareceu aliviado. 

- Sei que parece idiotice, mas tive um pesadelo horrível de que Gina me deixava esperando no altar e fugia com Dino Thomas. – fez uma pausa e encarou a sogra com olha rapavorado. – Ela não vai fazer isso, não é. Quer dizer, Gina não vai desistir de se casar comigo, vai? 

- Claro que não. – Molly riu e se sentou ao lado dele acariciando lhe o ombro para acalma-lo. – Gina adora você. Ela sempre sonhou com esse dia. Nada, nem ninguém a impedirá dese casar com você amanhã. - Ele assentiu com a cabeça e encarou as chamas da lareira. 

- Isso tudo parece um sonho, né. Quando eu era criança, tudo que eu queria era fazer parte de uma família, mas eu achava que isso era impossível vivendo lá com meus tios. Lembro que quando conheci Rony, senti inveja dele ter uma família tão grande, com pais e irmãos. Jamais imaginei poder fazer parte dessa família também. 

- Você sempre foi da família, independente de se casar com Gina ou não. – declarou Molly. 

- Eu sei. Mas eu vou me casar com Gina assim mesmo. – Sra. Weasley riu do jeito dele. –Eu a amo. Mais que tudo no mundo, faria qualquer coisa por ela. Morreria por ela, se fosse preciso. 

- Eu sei, querido. E Gina sente o mesmo. Mas acho que ela te quer bem vivo. – os doisriram 

- Às vezes, quando acordo de manhã, tenho medo de abrir os olhos e ver que ainda estou dormindo no armário embaixo da escada lá na casa dos meus tios. Tenho medo que tanta felicidade não seja real, apenas sonho. 

- Gina me disse quase a mesma coisa agora a pouco. Mas é real. Tudo de ruim que você passou, que todos nós passamos, já acabou. Você não vai acordar no armário dos seus tios, Tom não vai mais perturbar Gina, tudo isso acabou. A realidade agora é que vocês se amam e amanhã vão iniciar sua própria família, serão felizes. E é só isso que importa. 

Molly levantou-se, o puxou pela mão e o empurrou para a escada. 

- Agora vá se deitar e dormir um pouco. Não quero saber de ninguém com cara cansada durante o casamento. 

- Será que eu posso ver Gina antes de me deitar? – ele pediu, já sabendo a resposta. 

- Claro que não. O noivo não pode ver a noiva até a hora da cerimônia. Além do mais, vocês têm a vida inteira para ficarem juntos. 

Com um suspiro conformado, Harry subiu as escadas e foi para o quarto de Percy, que ele sempre ocupava quando estava na Toca. Molly sorriu satisfeita.

A vida podia ter sido dura com seus filhos, ela considerava Harry como um dos seus filhos, mas aos poucos afelicidade ia chegando para todos eles. A guerra havia deixado marcas, mas tinha acabado. Tudo estava bem. A realidade era melhor do que os sonhos. Subiu para o próprio quarto e deitou-se ao lado de Artur, para sonhar com os netos que não tardariam a chegar e encher sua vida com mais alegria.

Momentos da Vida - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora