Pesadelos

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"Sentia a escuridão o envolver e gelar seus ossos. Podia ver ema luz no fim do corredor vindo de uma porte entreaberta. Sentia o coração apertado, um cheiro indefinível lhe chegando as narinas e lhe causando náuseas. Andou devagar. Olhou em volta e reconheceu aquele lugar. Era a mansão Malfoy, mas ao mesmo tempo lhe era um lugar estranho eassustador. Empurrou a porta devagar e observou dentro. A sala estaria as escuras, nãofosse o fogo que crepitava na lareira, mas sem aquecer o ambiente. Não havia nenhum móvel no aposento, a não ser uma poltrona alta. Pensou que não havia ninguém ali até quea viu. Pendurada de cabeça para baixo, girando como se estivesse presa a uma corda invisível, Astória estava desacordada, a pele muito pálida, as mãos amarradas. Por um segundo ficou paralisado, o medo de perdê-la lhe roubando o ar. Começou a caminhar em direção a ela, mas foi interrompido por uma voz gélida.

- Não perca seu tempo Malfoy. Você não poderá salvá-la. - estacou, fitando horrorizado o vulto branco de Voldemort ficar de pé e dar um passo em sua direção.

- Solte-a. Deixe-a ir. - falou, procurando a varinha mas não a encontrando. - Você está morto. 

- Sim, mas a minha lembrança ainda vive. - Voldemort disse. Draco percebeu um movimento passar ao seu lado e viu Nagini, a cobra do lorde das trevas, rastejar para junto de seu mestre. 

- Draco. - ouviu o chamado baixo de Astória, que havia acordado e se remexia tentando se soltar. A fitou desesperado, querendo correr até ela e tirá-la de lá, mas impedido por uma força invisível. 

- Acha mesmo que poderá fazê-la feliz, Draco? Depois de tudo que fez, depois de se aliar a mim? - Voldemort perguntou, rindo do desespero dele. 

- Eu não queria me juntar a você. Você me obrigou, eu não tive escolha. - gritou, fazendo Voldemort gargalhar ainda mais.

- Ninguém acredita nisso, Draco. Você é um Comensal da Morte, capaz de matar alguém,um traidor covarde que deixou o próprio amigo morrer. 

- Não. Crabbe não devia ter conjurado o fogo maldito. Ele queria matar a todos.- ele ainda tentou se defender, mas a negação saiu baixa, quase um sussurro. 

- Você não poderá protegê-la, Draco, não poderá mantê-la afastada do mal que marca você, que está marcado em sua pele. E ela o odiará por isso. Draco sentiu a marca negra em seu braço queimar e ouviu o choro de Astória. 

- Por favor, Draco...- ela pedia, assustada, observando a cobra rastejar em círculos logo abaixo dela. - Me ajude. 

- Ninguém poderá ajudá-la menina, ninguém. - e erguendo a varinha, Voldemort apontou para o peito dela e gritou. - Avada Kedavra.

 Uma luz verde saiu da varinha de Voldemort e atingiu o corpo de Astória, que caiu pesadamente no chão, uma lágrima escorrendo dos olhos agora sem vida."

- Não. - Draco gritou alto, se sentindo ser sacudido fortemente pelo ombro. 

No segundo seguinte, se viu sentado na cama, a respiração ofegante, lágrimas lhe escorrendo pelo rosto, o suor lhe cobrindo o corpo.

- Você está bem, Draco? - Astória ao seu lado perguntou, bastante assustada e preocupada.

Ele apenas a fitou por um segundo, então a abraçou apertado, o alívio de vê-la bem o fazendo chorar de novo. Astória apenas se deixou abraçar, sem nada perguntar e não ficou ofendida quando ele se afastou dela abruptamente e foi até o banheiro. Abriu a torneira e lavou o rosto com água fria, tentando afastar os últimos resquícios daquele pesadelo. Voltou para o quarto e a encontrou sentada na cama, o esperando pacientemente. Ao fitá-la soube que não conseguiria sobreviver se algo acontecesse a ela.

Momentos da Vida - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora