Momentos da Vida - Harry Potter

Papo entre pai e filho

 Tiago caminhou resoluto até o escritório do pai e parou incerto. A porta estava entre aberta e ele ouviu risos abafados vindos lá de dentro. Empurrou a porta vagarosamente e teve suas suspeitas confirmadas. Seus pais estavam num amasso digno de adolescentes com hormônios em plena ebulição. Pigarreou alto para chamar atenção e viu os dois o encararem sem demonstrar nenhum constrangimento.

- Sabia que é constrangedor encontrar vocês nessa situação? - ele falou. - Tem crianças morando nessa casa. 

Os dois trocaram sorrisos cúmplices e Tiago abanou a cabeça em descrença. Não era segredo para ninguém que Harry Potter era louco por sua esposa, mas assistir essas demonstrações de amor explicitas não fazia bem para filho nenhum.

- O que houve, meu amor?- perguntou Gina, sem se levantar do colo do marido. - Aconteceu algo?

- Não. - ele respondeu, enfiando as mãos nos bolsos do jeans escuro. - Será que eu posso falar com você um instante, pai? Papo de homem, sabe. 

Harry olhou do filho mais velho para a esposa, que se levantou um pouco a contragosto do colo dele e caminhou até Tiago.

- Você sabe que seja lá o que vocês conversarem aqui, seu pai vai me contar, não sabe? - ela afirmou, observando o filho já estava quase da altura do pai.

- Sei. - ele confirmou, olhando nos olhos castanhos da mãe, que pareciam saber ler o que ia em sua alma. Era inútil tentar esconder algo dela. - mas me sinto mais a vontade falando só com ele. Pelo menos, por enquanto.

- Tudo bem, então. - Gina beijou o rosto do filho e virou-se para o marido. - Depois continuamos de onde paramos. - ela falou marota e saiu do escritório, deixando Harry comum sorriso bobo nos lábios.

- Isso é patético, sabia? - Tiago criticou. - Vocês são casados. Deviam se comportar.

- Acho que você não está aqui para falar sobre a maneira que eu e sua mãe agimos, não é? -Harry questionou, observando o filho. Tiago não respondeu. 

Virou-se e caminhou devagar até uma parede, onde havia vários quadros com recortes de reportagens sobre seus pais e alguns prêmios que eles ganharam, entre eles o de melhor jogadora de quadribol de sua mãe e a Ordem de Merlim Primeira Classe de seu pai. Deu um suspiro cansado e jogou-se no sofá que havia ali.

- Como você soube que estava apaixonado pela mamãe? - ele perguntou , encarando o pai. Harry espantou-se com a questão. Esperaria essa pergunta de Lily, mas não de Tiago. Levantou se, foi até o filho e sentou-se ao lado dele.

- Na verdade, não sei direito. No começo, eu não sabia distinguir os meus sentimentos por ela. Eu era amigo do Ron, convivia com a família, estava acostumado a ter Gina por perto. Acho que aconteceu naturalmente.

- Seja mais específico pai.- pediu Tiago, os olhos castanhos esverdeados o olhando com interesse e ansiedade. - Quando exatamente aconteceu?

- Bom, não sei. - Harry sorriu, perdendo-se em lembranças. - Acho que me apaixonei por sua mãe quando ela me deu a maior dura por estar agindo como idiota. Passávamos o Natal aqui no Largo, seu avô tinha sido atacado por Voldemort e eu achava que era minha culpa. Bem, sua mãe me fez ver que eu estava errado. Depois quando eu achei que o Sirius havia sido capturado, ela revidou quando fui estúpido com ela. Sabe como sua mãe é. Então passamos o verão juntos e eu achava normal tê-la por perto. Quando voltamos pra escola, eu ficava incomodado quando ela estava longe de mim, mas a ficha só caiu quando a vi beijando Dino Thomas num corredor escuro. Eu quis mata-lo, mas tive que evitar que sua mãe matasse o Rony. - fez uma pequena pausa e encarou o filho. - Mas, por que você quer saber dessa história?