Esperando o Papai Noel

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Tiago Potter abriu os olhos e apurou os ouvidos tentando ouvir algum movimento vindo dos andares de baixo. Como acontecia todos os anos, estava na Toca junto com toda sua família para passar o dia de Natal. Sua avó Molly tinha feito uma grande ceia e depois fez todos os seus filhos e netos irem para seus quartos para dormirem e esperar que Papai Noel trouxesse os presentes, mas ele, o irmão Alvo e os primos Fred e Louis tinham outros planos. Iriam esperar os presentes acordados, acampados na sala, ao lado da árvore de Natal e veriam frente a frente aquele velhinho de barba branca que diziam que trazia os presentes.

Afastou os cobertores, levantou-se e caminhou devagar até a cama do irmão e o sacudiu. O menino de seis anos apenas resmungou e se ajeitou um pouco mais na cama.

- Al acorda! - Tiago chamou, sacudindo o irmão novamente.

- Me deixar dormir. - o menino reclamou, mas Tiago o sacudiu de novo.

- Levanta logo, ou não vamos pegar o Papai Noel. - ao ouvir aquilo Alvo ficou alerta imediatamente e sentou-se na cama. Ao ver o irmão desperto, foi até a cama de Fred e o sacudiu, depois fez o mesmo com Louis. 

Quando todos já estavam acordados, Tiago resolveu que já era hora de sair do quarto.

- Não vamos chamar o Hugo? - perguntou Alvo e Tiago considerou por um segundo não chamar o primo mais novo.

- Tá bom, mas vamos logo. - Alvo foi até a cama de Hugo e o sacudiu. O menino, apesar de sonolento pulou logo da cama ao ouvir as palavras Papai Noel e presentes.

- Não façam barulho, senão os adultos podem acordar. - os outros quatro concordaram e saira do quarto, pé ante pé, e desceram as escadas da Toca e por um instante ficaram parados no meio da sala fitando a grande árvore de natal que todos haviam ajudado a enfeitar. No alto podiam ver um lindo anjo dourado e várias fadas iluminavam os galhos enfeitados. Ao lado da árvore tinha uma mesinha com um prato de biscoito e um copo de leite para o bom velhinho. Os cinco se sentaram diante da árvore, iluminados apenas pela luz vinda da lareira e começaram a conversar aos cochichos.

- E se ele não vier? - questionou Louis, os cabelos ruivos reluzindo a luz do fogo.

- E por que ele não viria? Todos nós nos comportamos muito bem esse ano. - Tiago comentou e os outros o fitaram com olhar incrédulo. - Que foi? Eu fui um ótimo garoto.

- Fala sério, Ti, você é o cara mais bagunceiro que existe. - Fred falou e Louis concordou.

 -Meu pai diz que você supera ele e o tio Fred fácil, fácil.

- Tá. E até parece que você é um anjinho, né Fred.- Tiago falou empurrado.

- Não sou um anjo não, mas sou mais esperto que você. Pelo menos minha mãe não me pegou em flagrante tentando dar caramelo incha língua para aquele garoto trouxa.

- Aquilo foi um deslize. Eu já fiz ele comer vomitilha e ninguém desconfiou. - Tiago deu de ombros. Graças aquele garoto trouxa idiota tinha ficado de castigo uma semana, fora o sermão, e a mãe ficara vigiando pra ver se ele não tinha nenhum produto da loja dos tios.

- E você acha que isso é se comportar bem? - Louis falou. - Se Papai Noel for considerar cada travessura sua só esse ano, você só vai ganhar presentes quando fizer 100 anos. 

Tiago ia retrucar o primo, mas foi interrompido pelo irmão, que parecia totalmente alheio a conversa.

- Eu queria saber uma coisa. - Alvo falou e os outros o olharam. - Como Papai Noel dá presente para todas as crianças do mundo numa única noite.

Todos ficaram em silêncio pesando a questão, mas foi uma voz vinda da escada que respondeu.

- Eu sei. - os quatro se viraram assustados, mas respiraram aliviados ao fitar Rose, Dominique, Molly, Lucy, Roxane e Lilian os encarando ao pé da escada.

Momentos da Vida - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora