Mudanças

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Draco olhou-se no espelho e não se reconheceu. Não que sua aparência houvesse mudado mas já não era mais o mesmo. E tudo por culpa dela: Astória Greengrass. Sorriu ao lembrar-se da garota. Ela praticamente invadira sua vida do nada e roubara algo que ele julgou não ter mais: seu coração. A amava, isso era fato, e esse amor causara transformações surpreendentes em sua vida. 

Depois de tanto tempo na escuridão ela era sua fonte de luz e calor. Saiu de casa antes que os pais percebessem. Como esperava, eles não entendiam seu atual comportamento, não entendiam seu bom humor constante e nem seu olhar sonhador desde a noite de réveillon. Aparatou próximo a casa de Astória em um beco deserto e caminhou os poucos metros na rua trouxa. Já não se sentia mais desconfortável ali e até os vizinhos dela já o cumprimentavam com cortesia. 

Tocou a campainha já com um sorriso no rosto. Astória abriu só depois do terceiro toque e deu-lhe um sorriso no qual não podia disfarçar a tristeza.

- Oi, Draco. - ela deu-lhe um leve beijo nos lábios e o abraçou apertado. - Que bom que chegou.

Levou-o até o sofá e foi até a cozinha, voltando com dois copos de vinho, entregando um a ele.

- Tá bom, o que aconteceu? - perguntou após beber um gole do vinho branco.

- Não aconteceu nada. - ela respondeu, dando de ombros, mas sob o olhar insistente dele, resolveu falar o que a entristecia. - Fui ver minha mãe hoje. É aniversário dela.

- Ela não te tratou bem? - perguntou, segurando a mão dela.- Me tratou com indiferença, mas era de se esperar. Ela faz o que meu pai manda, então... Foi outra coisa que me chateou: sua mãe estava lá. - Draco a olhou surpreso. - Elas planejavam uma maneira de aproximar você e Daphne.

- Mais essa agora. - ele parecia descrente. - Pelo jeito, meu pai não desistiu dessa idéia ridícula. Nunca passou pela minha cabeça me casar com Daphne, principalmente depois que encontrei você.

- Tem certeza? - ela parecia ansiosa. - Talvez você fosse mais feliz com ela.

- Não. Eu só posso ser feliz com você, Astória, mais ninguém. Pode ser surpreendente, mas eu amo você e ninguém vai me fazer deixa-la, nunca.

Astória jogou-se em seus braços e o beijou profundamente na boca.

- Também te amo, Draco.

O beijou novamente e Draco sentiu o sangue ferver nas veias. Estavam juntos a quase seis meses e ainda não tinham feito amor e estava difícil para ele continuar contendo o desejo que sentia por ela. 

As mãos dela bagunçavam o cabelo dele, os corpos colados, ela pressionava o corpo junto ao dele.

- Tori, espera. - ele pediu, ofegante, quando os lábios dela começaram a lhe lamber o pescoço, causando-lhe arrepios. - Temos que parar.

- Por que? - ela questionou, agora dando pequenas mordidas em seu pescoço. 

Ele queria pensar com clareza, mas estava difícil. Respirou fundo, para tentar se controlar

- Porque se não pararmos, vamos fazer amor aqui mesmo.

- E você não quer? - ela fitou nos olhos cinzentos e Draco não teve mais forças para resistir.

- Quero. É o que eu mais quero. - a beijou com força, colocando todo desejo que tinha por ela naquele gesto.

Astória afastou-se dele, ficou de pé e lhe estendeu a mão. O conduziu até seu quarto. Se encararam por um segundo, então se atiraram nos braços um do outro, se beijando vorazmente, as mãos percorrendo o corpo um do outro, apalpando, acariciando. As roupas foram sendo arrancadas às pressas e jogadas a esmo por todo quarto. Quando a vislumbrou totalmente nua diante de si, Draco prendeu a respiração.

- Você é linda. - ele passou a mão pelo seio intumescido. - Muito linda. A beijou com calma agora. Queria prolongar ao máximo aquele momento. 

Ainda a beijando, a conduziu e deitou-a na cama macia, colocando seu corpo sobre o dela com cuidado. Começou a espalhar beijos quentes e vorazes por todo o pescoço dela e foi descendo pelos ombros, colo, até chegar aos seios, que ele abocanhou de maneira selvagem, como um faminto diante de um prato de comida. Beijava, lambia, sugava, enquanto uma das mãos corria pelas pernas dela, até que chegou a sua intimidade, que ele acariciou com luxúria, a ouvindo gemer alto e jogar os quadris de encontro a sua mão, querendo mais daquele carinho ousado. Prontamente ele a atendeu, e sorriu satisfeito, quando os gemidos tornaram-se pequenos lamentos. 

Já não aquentava mais de vontade de sentir o calor dela o envolvendo, então posicionou-se entre suas pernas e, com uma única investida, a penetrou completamente. Astória deu um pequeno grito, agora de dor, e Draco assustou-se. Tentou afastar-se, mas ela o impediu.

- Por favor, Draco. - suplicou e ele a beijou delicadamente, fazendo carinhos em seus cabelos, esperando que ela se acostumasse com ele dentro dela.

Aos poucos, a dor passou e Astória começou a se movimentar, incentivando-o a dar vazão a paixão que o consumia. Aumentaram o ritmo gradativamente, o desejo levando-os a lugares nunca antes imaginados, fazendo-os gritar e dizer palavras incoerentes, até que tudo pareceu explodirem milhões de estrelas e no meio delas, só Draco e Astória. 

Quando as batidas do coração voltavam ao normal, Draco separou-se dela e a beijou demoradamente. Recostou-se nos travesseiros e a puxou para si.

- Por que não me disse que era sua primeira vez? - a fitou nos olhos e a viu corar.

- Não sei. Acho que tive receio do que você poderia pensar. Não é muito normal uma mulher com mais de 20 anos ainda ser virgem.

- Eu poderia ter sido mais cuidadoso, mais delicado, pra ser bom pra você também.

- Melhor do que foi? - ela perguntou, se apoiando no peito dele para olhá-lo.- Acredite, Draco você foi perfeito. - ela o beijou na boca, lambendo o lábio inferior. - Foi tão bom que não vou deixar você sair da minha cama nunca mais.

Astória subiu sobre o corpo dele, lhe oferecendo os seios para um carinho erótico, o que ele não lhe negou. Realmente Astória o havia mudado, e para melhor. E ele não se importava com nada mais no mundo, a não ser ela. 

A amou várias outras vezes naquela noite, deixando a paixão comandar seus atos. Nada lhe importava mais, desde que continuasse a sentir o cheiro e gosto dela, o seu calor junto a seu corpo. O mundo fora daquele quarto não lhe interessava. Seu mundo dormia com um sorriso satisfeito ao seu lado. 

Momentos da Vida - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora