Noite de partidas

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A noite iniciava tranquila na casa dos Tonks. Andrômeda, com a ajuda da filha, lavava a louça do jantar, enquanto Remo Lupin, com semblante risonho e tranquilo, embalava o pequeno Teddy, que fitava o pai com extrema curiosidade. O dia havia sido agitado. Noticias de que Harry Potter e seus amigos haviam invadido o Gringotes e fugido em cima de um dragão deixou todo o mundo bruxo em polvorosa. Sabiam que o garoto planejava algo, mas não conseguiam adivinhar o que poderia ser para motivar um roubo no banco mais seguro do mundo.

- Você devia ver a sua cara quando olha para Teddy. - falou Tonks, aproximando-se do marido e ficando a seu lado. - Nem parece o mesmo homem que vivia me dizendo que era perigoso ficarmos juntos.

- Continua sendo perigoso, Dora. - ele falou, mas sorriu ao fitá-la. - Mas você me provou que eu estava errado. - deu um beijo nos cabelos cor de rosa da mulher. 

- Mal vejo a hora dele começar a andar, falar. - Tonks falou fitando o filho. - Será que ele vai aprontar muito?

- Se ele puxar um pouquinho a vocês, com certeza será uma pestinha. - declarou Andrômeda sorrindo.

Remo abriu a boca para falar algo mas suas palavras se perderam enquanto ele observava algo volumoso e prateado se aproximar rapidamente da janela e se materializar num lince-iberico em cima da mesa da cozinha. Todos olhavam espantados para ela, a apreensão palpável no ar. Então o patrono abriu a boca e puderam ouvir a voz clara e firme de Kingsley Shaklebolt.

"Harry Potter está em Hogwarts. Vamos lutar."

Houve um momento de silêncio enquanto o patrono desaparecia. Remo encarou Tonks, e ela entendeu seu olhar.

- Eu sei. - ela simplesmente disse e pegou o filho dos braços do pai. Ele foi para a sala, seguido de perto pelas duas mulheres.

- Fiquem aqui e não saiam de maneira alguma. - ele declarou, vestindo a velha capa de viagem. - Assim que der, volto pra casa.

- Tome cuidado, Remo. - Andrômeda falou, tirando o neto do colo da mãe. O menino, percebendo a tensão do ambiente, começou a choramingar.

- Tomarei, Andrômeda. E cuide de Dora e Teddy. - ele pediu e beijou o alto da cabeça do filho. Voltou-se para Tonks, que esfregava as mãos aflitas.- Não se preocupe, Dora. Se Harry está em Hogwarts deve ser por um motivo muito importante. Ele não se arriscaria à toa. Acredito que tudo termine hoje e tenho esperança que vençamos. - ele falou, um misto de aflição e expectativa, tentando de alguma forma apagar a preocupação que via nos olhos cheios de lágrimas da esposa.

- Também espero que tudo acabe bem, Remo. Também quero ir e lutar.

- Não. Você deve ficar aqui e cuidar do nosso filho. - Remo falou e a abraçou apertado. - Vai ficar tudo bem.

A beijou desesperadamente e a manteve junto a si por vários minutos.

- Volto assim que puder. - ele falou, caminhando até a porta, sendo seguido pela mulher. A encarou, fazendo um carinho no rosto dela. - Você e Teddy são a luz da minha vida, Dora. Eu te amo.

- Também te amo, Remo. Por favor, tome cuidado. - ela pediu, uma lágrima lhe correndo pelo rosto.

- Tomarei. - a beijou novamente, abriu a porta e saiu para a noite escura.

Tonks fitou a mãe, ambas as mulheres com os corações apertados de medo e apreensão. Tonks pegou o filho e saiu para o quarto, sendo observada pela mãe. Andrômeda voltou a cozinha. Tinha medo, muito medo. Colocou uma chaleira no fogo e por um tempo perdeu-se em pensamentos. Tantas vidas já tinham se perdido naquela guerra, incluindo o seu amado marido Ted. Como sentia falta dele. Infelizmente, sabia que naquela noite, provavelmente muitas vidas ainda se perderiam nas mãos dos Comensais da Morte. Saiu de seu devaneio quando a chaleira apitou. Certamente um chá quente acalmaria os nervos. Arrumou duas xícaras numa bandeja, preparou o chá e rumou para o quarto da filha. A encontrou parada olhando para o bebê adormecido no berço.

Momentos da Vida - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora