Olho da Rua

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A atitude mais objetiva, civilizada, madura e correta seria afastar aquelas grandes mãos de Frederico, mas deixou ele brincar com seus dedos e aproveitou que seu olhar estava na sua mão e mordeu os lábios desfaçando seu gostar. Mas deu um tapa mão dele sem que o homem esperasse e se afastou.

Cristina - Frederico Rivero, você está demitido entendeu?

Frederico - Me demitir por isso? _ sorriu e foi se aproximando dela aos poucos e deixando ela encurralada _ por ser um sedutor nato?

Cristina - Por ser um sem vergonha, dar em cima de todas _ colocou a mão nos braços dele para parar sua aproximação _ e não ter respeito por sua patroa que é mais velha que você.

Frederico - Patroa, você é gostosa _ colocou suas mãos em sua cintura _ e se não percebeu eu quero brincar de cavalinho lá em cima na sua cama, eu embaixo e você em cima.

Cristina - Você é um moleque mesmo _ deu um tapa sonoro na cara dele que se afastou pra não revidar _ pra sua informação eu sou muito bem casada e não vou brincar com um tarado do maternal.

Frederico - Tarado do material? É sério isso? _ gargalhou e bateu o pé no chão de terra sem crer no que escutou.

Cristina - Você não trabalha mais aqui, quero que pegue no meu escritório amanhã o seu pagamento _ virou as costas pra ele e começou a subir os degraus.

Frederico - Bom se eu estou demitido vou procurar emprego amanhã, perdeu o melhor empregado da sua fazenda!

Cristina - Faz o que quiser, mas vá embora amanhã depois do pagamento entendeu?

Sem olhar pra trás ela entrou em casa, Frederico ficou suspirando fora da residência pensando no que tinha acontecido, agora ele tinha que correr pra conseguir outro emprego e assim sustentar a mãe, desde que ele pediu pra ela se aposentar se fez cargo de todas as despesas grandes enquanto a mãe continuou fazendo seus doces em casa e vendendo aos peões e outros fazendeiros da região pra conservar sua independência e ter um trocado pra gastar com si mesma.

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No dia seguinte... Todos estavam surpreendidos, isso porque a notícia se espalhou como pólvora e todos os trabalhadores da fazenda já estavam sabendo da demissão de Frederico, o motivo era desconhecido de todos, mas ninguém viu quando ele entrou no escritório da patroa para pegar o dinheiro que lhe pertencia.

Cristina - Então isso é tudo que devo a você pelos anos que trabalhou efetivamente _ entregou o envelope pra ele.

Frederico - Mas isso não paga nem cinquenta por cento dona Cristina _ ficou com o dinheiro pra si _ eu quero o resto.

Cristina - Isso corresponde aos anos que trabalhou sendo de maior na minha fazenda _ insistiu batendo o pé _ não queira me contradizer.

Frederico - Mas é uma megera né? _ guardou o dinheiro no bolso _ você agindo assim só vai afastar os empregados mais fiéis.

Cristina - O que sabe de mim pra tá me chamando de megera? _ saiu de trás da mesa e foi andando até ele.

Frederico - Sei só de olhar esse teu jeito de tratar as pessoas! _ respondeu no mesmo tom que ela.

Cristina - Não sabe o que é a vida e quer saber mais do que eu seu moleque? _ segurou o punho dele como pode já que suas mãos eram pequenas e delicadas.

Frederico - Então... _ olhou a mão dela e sorriu debochado _ a senhora pode me tocar, mas eu não posso te tocar?

Cristina - Deixe de brincadeira Frederico _ largou ele e foi até a janela tomar um ar _ já tem a demissão e o dinheiro, assim que não tem o que fazer aqui entendeu?

Ele não respondeu, ficou em silêncio observando ela de costas, imaginando acordar com ela na janela completamente nua e ele na cama do mesmo jeito e observando a beleza daquela beldade. Mas a mulher era uma megera difícil de domar, talvez pelo fato de ser viúva ou de não ter um bom casamento com um homem que lhe não lhe dá uma satisfação sexual adequada.

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Na semana que passou Cristina estava em seu escritório com cara de sono e grandes olheiras visíveis por não conseguir dormir bem a noite sozinha sem o marido, Diego estava demorando mais do que o normal e lhe preocupou que a viagem a negócios tivesse dado errado ao seu esposo.

Cristina - Aí Diego, que saudades de você _ suspirou pegando o telefone e ligando pro marido.

Ligação on:

Cristina - Amor? Me escuta vida? _ tinha dificuldade de escutar a ligação.

Diego - Cris? Meu bem acho que aqui não pega bem a ligação, não te entendo _ fazia um grande esforço pra escutar.

Cristina - Diego eu preciso que venha pra fazenda ainda essa semana, acha que consegue? _ esperou a resposta dele ansiosa.

Diego - Não posso, tenho um compromisso urgente na próxima semana, reunião com os acionistas Coreanos da minha empresa de exportação.

Cristina - Tudo bem, vou ver se consigo comprar um tarja preta para dormir esses dias _ suspirou frustada e encerrou a ligação.

Ligação off**

Assim que ela colocou o telefone na mesa seu escritório foi invadido sem licença por Vicenta puxando Frederico pelo braço igual uma criança e com a cara de cãozinho que foi castigado por uma travessura.

Vicenta - Dona Cristina, pelos anos que lhe conheço sei que nunca foi uma mulher injusta, por isso como mãe eu vim da a cara pelo meu filho _ soltou Frederico na cadeira e ficou em pé ao lado dele.

Cristina - Pensei que não viria me ver, mas eu entendo que sua aposentadoria é para o seu descanso _ suspirou mostrando seu cansaço _ quanto ao caso do seu filho, ele sabe o que fez.

Vicenta - Ele as vezes não controla esse gênio dele e acaba se estrepando e faz besteira, mas graças a ele pude me aposentar e fazer só meus doces, descansar e cuidar de mim porque a idade pesa minha filha _ percebeu algo errado e se preocupou.

Cristina - Gênio difícil? Foi isso que ele falou pra senhora? _ riu sem debochada sem acreditar naquela história.

Vicenta - Dona Cristina tem dormindo bem? _ se aproximou dela preocupada e segurou sua mão _ se quiser faço aquele chá que é melhor que aqueles comprimidos horrorosos.

Cristina - Não vou me fazer de rogada, vou querer sim aquele chá, desde que sai da fazenda eu... _ olhou Frederico e se calou _ mas Vicenta eu não quero seu filho de volta, e ele sabe bem o porque.

Vicenta - Vou preparar o chá e voltamos a conversar civilizadamente _ saiu com seu jeitinho carinhoso e cuidadoso.

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