O Fim

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Eulogio com muita dificuldade conseguiu tirar Vicenta inconciente da casa e colocou ela na caminhonete, tinha que ajudar a Frederico e Cristina, mas salvar a senhora mais velha que não aguentaria muito tempo sem socorro. 
Dentro da casa o fogo castigava a estrutura e as chamas iam pra cima deles e o fim ainda mais perto eles tiveram que fazer o possível acontecer, se abaixaram ficando de quatro e começaram a caminhar pra porta de saída que ardía em chamas, pararam e agora sim esperavam a morte chegar.
Do lado de fora a ajuda chegou e Vicenta conseguiu ser levada ao hospital primeiro junto a Eulogio. Do lado de fora Rodolfo posicionou o caminhão pipa cheio de água e uma bomba pra dar pressão a mangueira e jogou o primeiro jato de água e ele mesmo entrou indo até os dois e pegando Frederico pela cintura colocando em seus ombros, Cristina estava logo atrás e os três saiam daquele inferno.

Rodolfo - A Vicenta já foi primeiro com Eulogio, eu vou com Frederico _ deixou o rapaz sentado no banco da caminhonete.

Cristina - Pensei que não íamos conseguir _ tomava água nervosa _ eu vou com vocês, não vou deixar Fred sozinho.

Rodolfo - Eu não ia permitir que acontecesse algo com esse garoto _ arrumou Frederico no banco e entrou no carro _ fica do lado dele pra acalmar Cristina nos vamos direto ao hospital.

Ele pisou o pé no acelerador e chegou ao hospital com Fred desacordado e sujo, Cristina não se machucou nem a fumaça que inalou foi muita e por isso ficou com Rodolfo esperando noticias mais concretas.

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Ângelo arrumava uma pequena mala quando escutou a porta ser batida e foi abrir se surpreendendo por ver aquela mulher. Drica já era outra, tinha tomado as rédeas da sua própria vida e não ia recuar até saber a verdade do seu passado.

Drica - Quero saber onde está meu bebê? O que fez com ele?

Ângelo - Aquele bastardo? Vou te falar mas só porque eu quero ver a dor em seus olhos.

Drica - Maldito vai pagar por tudo que fez de ruim nessa vida me entendeu?

Ângelo - Essa eu quero ver, mas se quer saber da verdade vou falar.

Ele até deu espaço pra ela entrar, mas Drica continuou onde estava lhe encarando e balançou a cabeça negativamente.

Drica - Pode falar tô esperando.

Ângelo - Eu dei um remédio pra ela dormir e acabei exagerando _ riu cínico _ se quer saber onde está o corpo já aviso que os cachorros comeram.

Drica - Seu maldito, seu castigo vai vir mais cedo do que espera! _ fechou os punhos com raiva.

Ângelo - Se era essa a sua ameaça já pode cair fora sua doida _ empurrou ela e fechou a porta _ nunca vai saber a verdade sobre o destino daquele bebê.

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Horas depois...

Do lado de fora do quarto, mas exatamente na recepção Rodolfo esperava junto a Eulogio que batia o pé no chão impaciente e um tanto nervoso, ele sem aguentar aquele comportamento aflito do homem teve que interromper.

Rodolfo - O que aconteceu?

Eulogio - Isso aconteceu senhor Rodolfo, essa desgraça toda feita numa noite só.

Rodolfo - Não estou me referindo a isso, você sabe de algo que não sei.

Eulogio - O desgraçado que fez isso é empregado da dona Cristina e me chamou, mas achei que ele tava brincando.

Rodolfo - Que colocou fogo? _ Eulogio respondeu balançando a cabeça positivamente _ mas porque?

Eulogio - Eu não sei, neguei fazer uma coisa dessa que não sou assassino e o caboclo que me propôs também não, pelo menos eu achava.

Rodolfo - Temos que achar esse tipo, alguém mandou ele fazer isso e te chamar pra cúmplice.

Eulogio - Ainda bem que eu fui tirar a prova e cheguei a tempo de salvar os dois.

Rodolfo - Agora é descobrir o porquê desse crime _ cruzou os braços pensativo.

Frederico ficou um tempo na enfermaria e depois de ser examinado pela última vez finalmente foi liberado e correu pro quarto em que a mãe estava. Vicenta estava debilitada depois de passar por alguns exames importantes, quem cuidava dela era Cristina, chegou e sentou ao seu lado com o coração mais calmo ao ver ela um pouco melhor, assim ele achava.

Frederico - mãe? Mãezinha que susto me deu _ segurou sua mão com firmeza.

Vicenta - Frederico eu não tenho muito tempo _ abriu os olhos procurando firmar a vista nele.

Cristina - Vicenta por favor poupe suas forças pra ficar bem _ disse preocupada.

Frederico - Isso mãezinha, não se esforça _ olhou Cristina com medo e depois a mãe.

Vicenta - Você não é meu filho, mas isso já sabia _ tossiu e o olhou _ nem é de uma empregada e um peão e eu sempre soube disso e escondi de você, nunca falei quem é sua mãe.

Cristina - Vicenta essa não é a hora! _ temeu ao ver como ela estava alterava.

Frederico - Mãezinha eu sou seu filho mesmo não tendo o mesmo sangue _ se ajoelhou ao lado da cama como os olhos cheios de lágrimas.

Vicenta - Como um dia eu te cuidei e te dei proteção agora sua verdadeira mãe vai poder te proteger do demônio que te ronda _ segurou o rosto dele com culpa _ eu tomei você da sua mãe, não fiz o certo e agora você tem que encontrar ela.

Cristina - Vicenta eu vou cuidar do nosso menino com a minha vida se for preciso _ abraçou Frederico assim que se ajoelhou ao seu lado.

Frederico - Mãe perdão por não ter tirado a senhora eu não vou te deixar sozinha jamais _ já não segurava as lágrimas.

Vicenta - Você tem que ser forte meu filho, a sua vida vai mudar, tem que achar a sua mãe ela te busca há muito tempo _ olhou a ex patroa _ e Cris cuide e ame o meu filho como sempre amou.

Cristina - Sempre farei isso Vicenta _ beijou o ombro dele carinhosamente.

Frederico - Não vai embora mãe, eu não quero que vá! _ disse num sussurro e a abraçou colocando seu ouvido perto do rosto dela.

Vicenta - Sua mãe é... é... Teodora... _ disse sussurrando sentindo a vida ir de seu corpo.

Os aparelhos começaram a apitar e Cristina levantou nervosa e saiu no corredor gritando desesperada por um médico, alguém que pudesse ajudar naquele momento, Vicenta estava indo embora e Frederico chorava ao lado do corpo sem vida de sua amada mãe.

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