Abra os Olhos!

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A situação não melhorou mesmo com os medicamentos e tratamento de boa qualidade. O jovem  Frederico estava indo embora pouco a pouco, desistia da vida a cada hora. Foi quando Teodora tomou uma decisão difícil, entrou no quarto e segurou na mão do filho com firmeza.

Teodora - Não vai desistir dessa vida me entendeu? A sua mulher está lá fora, sua irmã que já sabe a verdade e seu pai que tem que ouvir você chamando ele de pai, meu menino eu te dou a minha vida.

O silêncio no quarto era agonizante, o que se escutava era o bipe dos aparelhos que mantinha ele vivo, Teodora não se sentia bem e vendo seu filho daquele jeito a dormência do braço piorava.

Teodora - Você não tem que me deixar, é só pedi que eu vá embora quando abrir seus olhos _ acariciou o rosto dele e sorriu _ se parece ao seu avô, mas também tem traços do seu pai.

Segurou sua mão e tentou ser forte para não chorar, mas não conseguiu e as lágrimas caiam teimosas sem controle.

Teodora - Tem que conviver com Rodolfo, ele sim vai saber como ser pai, cuidou e amou de Drica todo esse tempo, se bem que eu também quero ser a sua mãe, nem que seja só um pouco, já vi que Cristina quer um futuro a dois em breve com você.

A porta abriu e ela viu que o médico trazia alguns papéis aos quais pegou e não estavam assinados ainda, leu por alto e arregalou os olhos quando viu do que se tratava.

Teodora - O que significa isso?

Médico - Temos que desligar os aparelhos, a função cerebral dele é muito pouca, não tem sentido que mantenha os aparelhos ligados.

Teodora - No meu filho não tocam _ abriu os braços impedindo que o médico se aproximasse _ se afaste nesse exato momento ou não respondo por mim!

Médico - Olha eu só preciso de uma assinatura e posso continuar meu trabalho, não prolongue o sofrimento dele, a senhora é advogada do rapaz e pode tomar essa decisão.

Teodora - Sofrimento dele? O que sabe disso? _ pegou a prancheta e jogou longe _ no meu filho ninguém...

Ela sentiu uma dor alucinante no peito e suas pernas ficaram fracas de repente fazendo ela dobrar os joelhos. Seus olhos foram fechando e não aguentou o peso do próprio corpo que caiu desfalecido nos pés do médico. Ao mesmo tempo os aparelhos ligados a ele começaram a disparar e sua mão tentava puxar o respirador e a sonda.

Médico - Mas que pandemônio é esse!? _ abriu a porta e chamou ajuda.

Se ajoelhou e começou a fazer os primeiros socorros em Teodora, todos os sinais apontavam para um infarto. Ao mesmo tempo Frederico despertava desesperado com todos aqueles fios conectados a ele. Era um pandemônio como o médico tinha falado, ninguém nunca retornava dos "mortos" como fez Frederico, algo aquele rapaz tinha que fazer na terra.

*

*

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Dias Depois...

Rodolfo entrou no quarto de Teodora e a olhou com ternura, depois de tanto tempo ela ainda era o encanto dos seus olhos e não podia negar que ainda  vivia apaixonado por ela e que queria ter uma vida a dois, uma casa e família ao seu lado, agora ninguém iria falar dos dois, seria um amor livre de preconceitos, por isso aquele era o momento de ter ela. Teodora ao abrir os olhos não acreditou que o homem da sua vida estava ao seu lado, Rodolfo era seu tudo e nunca amou ninguém como era com ele.

Rodolfo - Oi, tiveram que realizar uma cirurgia de emergência em você, teve um infarto _ sentou na cadeira ao lado da cama e pegou sua mão _ nos assustou, você tem hipertensão e não tomava os remédios há quantos dias?

Teodora - Aí Rodolfo eu não me recordo de nada, apenas que discutia com o doutor para não desligar os aparelhos _ sentiu o corpo dolorido e gemeu sofrida.

Rodolfo - E o escândalo foi tão grande que você acordou Frederico _ riu ao lembrar da cara do médico _ o doutor disse que foi um pandemônio, o garoto retornou do mundo dos mortos praticamente.

Teodora - Meu filho acordou? _ segurou com força seu braço _ Ele tá bem Rodolfo? Teve sequela?

Rodolfo - Seu filho? _ olhou pra ela confuso _ tá falando que Frederico é seu filho?

Teodora - Perdão, ele é nosso filho _ corrigiu sem mentir a verdade _ pedi pra uma mulher de confiança cuidar dele, mas Vicenta me enganou e o levou pra longe de mim.

Rodolfo - Como? A Vicenta o sequestrou? Mas porque? O que aconteceu?

Teodora - Eu... Eu Estava sendo ameaçada na gravidez pelo meu ex marido e assim que tive Frederico entreguei a Vicenta para ela cuidar dele por um tempo.

Rodolfo - E porque não me procurou? _ se sentia traído e confuso _ Devia ter me falado que estava grávida.

Teodora - Eu era tão jovem e não pensei que ficaria grávida do esposo da minha melhor amiga _ passou a mão nos cabelos e suspirou _ não era nada serio entre a gente, você mesmo disse na nossa última vez.

Rodolfo - Eu agi errado eu te amava, tive medo de assumir meu amor _ segurou o rosto dela _ mas ainda é tempo e pensar em te perder doeu mais do que esses anos separados, eu ainda te amo.

Teodora - Você ainda me ama _ repetiu incrédula _ mas... Isso é impossível.

Rodolfo - Como? Eu... Olha não sou o homem perfeito, mas me escuta _ olhou pra porta e depois pra ela _ não te esqueci mulher, você ainda inferniza minha cabeça desde a nossa última noite de amor há quase vinte anos atrás.

Teodora - Não é justo isso que está fazendo Rodolfo, eu não resisto a você e seu charme _ levantou os braços pra lhe impedir.

Rodolfo - Como? _ a olhou confuso, mas o sorriso era cínico e sem vergonha, muito parecido com o do filho _ Mas o que eu tô fazendo?

Teodora - Eu tô aqui recém operada e você me dizendo que me ama _ tocou o rosto dele quando ele desceu o corpo _ me beija ou eu vou cair dura aqui e agora.

Rodolfo - Não posso negar isso pra você _ encostou seus lábios nos dela e a beijou intensamente.

(...) Drica voltava da cafeteira quando encontrou Eulogio abraçado a uma jovem muito bonita e a tratava com intimidade. Não aguentou e seu sangue ferveu, se aproximou e foi logo estapeando as costas dele sem pena.

Drica - Lindo Eulogio, enquanto eu estou cuidando do meu irmão você tá agarradinho numa vagabunda juvenil.

X - Não eu... _ sentiu o corpo do homem lhe proteger.

Eulogio - Ela é Diana, não trate a menina dessa forma.

Diana - Eu posso explicar senhora _ falou com a voz rouca.

Drica - Você calada! _ olhou ela rapidamente e depois voltou a encarar o homem _ minha conversa é com você Eulogio.

Eulogio - Eu tenho algo mais importante e é bom escutar o que vou falar.

Drica - Espero que seja importante, caso contrário eu vou voltar pro quarto do meu irmão.

Eulogio - É importante, claro que é _ trouxe Diana pro seu lado _ e envolve os três.

Drica - Os três? Eu não tenho nada haver com essa moleca _ disse grosseira.

Eulogio - Encontrei o bebê que Ângelo supostamente matou naquele maldito dia meu amor, Diana foi criada num orfanato, apadrinhada por aquele maldito.

Drica - Não pode ser ... Isso só pode ser mentira... _ em sua mente começou a passar coisas do seu passado que pensou ter esquecido _ o bebê chorando e se calando, não estava morto, eu não o matei.

Se agachou e começou a chorar, Diana não soube muito bem o que fazer na hora, mas a vontade de ter aquela família que sempre sonhou era bem maior e se ajoelhou abraçando a mãe tão forte que sentiu seu coração bater igual com o seu.

Eulogio - Ela não morreu, está com a gente, aquele maldito tentou nos separar mas falhou, aqui estamos juntos _ se ajoelhou e beijou os cabelos de Drica e abraçou as duas logo depois.

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