De Volta ao Lar

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Drica não conseguia acreditar, mas ao olhar Diana enxergou aquele bebezinho branquinho, de cabelos negros e olhos azuis cheios de vida. Agora podia dizer com toda certeza que tinha uma família, o homem que amava estava ao seu lado e o bebê que tanto chorou  por sua morte.

Eulogio - Temos que ir pra casa, quando tudo tiver calmo com Frederico e a dona Teodora voltamos e contamos tudo _ abraçou ela e lhe beijou.

Diana - Eu tô no hotel aqui perto, se quiserem dou carona, vim de carro _ tinha o olhar desconfiado do pai.

Eulogio - Amor tá tudo bem? _ trouxe ela mais pra perto _ fala alguma coisa pra eu saber que tá bem.

Diana - Eu sei que é uma notícia assustadora senhora Drica, vou dá o tempo necessário para que se recupere.

Drica - Nem pensar! _ se soltou de Eulogio e deu um abraço forte nela _ você é minha filha, nossa _ olhou o homem e sorriu _ nossa filha meu amor, ela voltou pra preencher o vazio tão dolorido que sentia em mim e não sabia o que era.

Eulogio - Sim nossa menina _ se juntou ao abraço em família.

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Foi como retornar do mundo dos mortos com mais vitalidade do que antes e mais força de vontade para desfrutar a vida. Tinha despertado do coma há uma semana e já tinha o mesmo apetite, força e energia de antes dos tiros, dava trabalho a Cristina e a Drica que lhe cuidava todo tempo, estranhou não ver Teodora e Rodolfo, sentia que algo escondiam dele.

Frederico - Dona Teodora e seu Rodolfo, onde estão? _ tentou se arrumar na cama sozinho mas ela não deixou e foi ajudar.

Cristina - Tiveram um imprevisto, mas em uns dias estão de volta _ desconversou tentando não falar a verdade para ele _ você não se preocupe e foca na recuperação.

Frederico - Imprevisto? _ olhou ela de cima a baixo desconfiado, já conhecia bem quando ela mentia _ Não acho que seja isso Cristina, me diz o que aconteceu sem rodeio.

Cristina - Tá bem ... Tá bem Fred _ respirou fundo _ mas não fica preocupado, agora tá tudo bem.

Frederico - Vai mulher, diz o que aconteceu, não tem como não se preocupar, é a minha mãe! _ falou sem sentir.

Cristina - No momento que iam desligar seus aparelhos a dona Teodora fez um escândalo e ela sofreu um infarto tentando impedir o doutor, mas agora ela tá bem.

Frederico - Não quero saber como, mas eu quero ver ela _ foi colocando as pernas pra fora da cama e arrancando os fios ligados a ele.

Cristina - Espera que eu vou pegar a cadeira de rodas _ foi no corredor e voltou ajudando ele a sentar.

Ela pegou a cadeira de rodas e mesmo sem a autorização do médico levou Frederico até o quarto de Teodora, mas ao abrir a porta viram uma cena no mínimo curiosa.

Frederico - Que maravilha ver o patrão tirando o atraso com a dona Dora.

Rodolfo - Frederico!? _ se recompôs e limpou a garganta nervoso.

Frederico - Dona Teodora, me acordou e quase bate as botas né senhora? _ piscou pra ela.

Teodora - Temos que conversar, eu você e Rodolfo.

Rodolfo - Não pode se exaltar nem ter fortes emoções, está operada.

Frederico - Não vou judiar dela seu Rodolfo, meu amor pode sair um pouco?

Cristina - Claro meu amor, eu vou tomar um café, seu Rodolfo te deixo a missão de levar o Fred de volta _ deu um beijinho rápido em Frederico e saiu fechando a porta.

Rodolfo - Acho que já chegou a hora da verdade.

Teodora - Sim, mas antes eu me alegro de te ver bem meu amor.

Frederico - E eu fico feliz de tá aqui com a senhora mamãe _ levantou com dificuldade e foi ajudado por Rodolfo.

Rodolfo - Cuidado meu filho, não pode se esforçar _ Frederico era um homem grande, mas agora estava lhe vendo como uma criança _ Ainda tem pontos da cirurgia.

Frederico - Fala como se fosse meu ... _ olhou pra ele e sorriu com tamanho pensamento absurdo.

Rodolfo - Seu pai? É Porque sou o seu pai Frederico _ o abraçou de lado _ eu sempre te vi como um filho, agora não preciso mais imaginar.

Teodora - Filho temos tanto que falar, mas te vendo ao lado do seu pai posso afirmar que poderia morrer em paz agora mesmo.

Frederico - Nem pensar senhora, eu preciso ser muito mal criado por vocês ainda _ deu um sorriso sapeca.

Rodolfo - Eu vou logo avisando que quero você e sua mãe na minha fazenda para cuidar da recuperação dos dois _ pegou na mão dela e na dele _ a minha família junta e unida.

Os três se olharam e foi como mágica, aquele click rato de se ver, eles se reconheceram como família, ali naquele momento eles eram como um só, Frederico era fruto de um amor tão grande que nem o tempo ou a distância foram capaz de separar.

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Drica já estava mais calma e na cama com Eulogio ao seu lado, pensava em Diana e tentava lembrar do dia em que teve sua filha arrancada de seus braços, mas o abuso de medicamentos ansiolíticos fez com que ela tivesse algumas lacunas em sua memória.

Eulogio - No que está pensando?

Drica -  Tentando lembrar o que aconteceu comigo e Diana _ fechou os olhos.

Eulogio - Não precisa disso, o maldito Ângelo tá morto, nossa filha voltou e já nos chama de pai e mãe, eu tô ao seu lado e temos uma família.

Drica -  Mas porque agora amor? _ olhou pra ele em agonia.

Eulogio - Antes tarde do que nunca!

Drica -  Tantos anos sem ela ao nosso lado, não acha que vai faltar intimidade na nossa relação em família?

Eulogio - Seu pai, Frederico e a dona Teodora vão ter que enfrentar o mesmo processo e não tão reclamando, ao contrário, estão agradecendo em ter o filho bem nos seus braços.

Drica -  É difícil, eu não sou mãe, não sei nada da Diana e nem ela sabe sobre mim, amor e se a nossa filha me odiar.

Eulogio - Não vai... Sabe porque? _ roubou um selinho dela.

Drica -  Porque?   _ falou aflita.

Eulogio - É a mulher mais legal do universo! _ ficou por cima e acariciou sua cintura _ não pode deixar se abalar por esses pensamentos ruins.

Drica - Amor... Casa comigo? _ segurou o rosto dele com as duas mãos _ vamos ser uma família completa, mas preciso de você ao meu lado..

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