Duelo

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O tempo fechou e não foi no sentido meteorológico, e num piscar de olhos toda cena começou a se desenvolver e Frederico com sangue nos olhos não avançou porque esperava Cristina falar algo ou reagir de alguma maneira.

Cristina - Diego? _ parou o beijo assustada _ mas o que faz aqui? Não devia ter feito isso.

Diego - Que foi minha delícia? _ gargalhou e beijou ela de novo a força _ como não devia ter feito isso? Sou teu marido e como tal eu devo te beijar seja hora que for.

Cristina - Para com isso homem! _ tentou afastar ele sem sucesso _ tá chamando a atenção de todo mundo e me fazendo passar ridículo.

Diego - Você não tinha vergonha da gente o que aconteceu? _ apertou o braço dela balançando seu corpo um pouco _ tá mais frigida Cristina, não te entendo.

Cristina - Tá machucando! _ falou nervosa _ para de falar essas coisas que me envergonha.

Diego - Que se dane a vergonha, eu sou o seu marido e tem que me respeitar, que história é essa de dar festas sem o seu homem? _ foi bruto sem se preocupar com o braço dela apertou mais forte.

Cristina - Não é uma festa, foi só uma recepção pro Rômulo apenas _ seus olhos estavam cheios de lágrimas _ e você estragou tudo agora.

Diego - Manda todo mundo embora e vamos subir pra eu te mostrar como mulher minha tem que ser _ ameaçou ela e teria sexo com Cristina nem que fosse a força _ você vai aprender que comigo frigida não se cria.

Ele levantou uma mão pra bater nela e iria fazer se não fosse por Frederico que olhava com tanto ódio que poderia matar aquele maldito desgraçado.

Frederico - Ela não quer ir a lugar nenhum principalmente com um podre como você _ falou por trás dele _ é bom abaixar essa pata e largar ela agora.

Diego - Mas e quem é você moleque? _ olhou ele de cima a baixo _ tá se metendo aqui porque? Tá se achando o galinho de briga? Quer levar um soco nessa tua fuça?

Mais afastado de todos estava Ângelo, quando viu Frederico defendendo Cristina correu até o princípio de confusão atrás do amigo e sócio em picaretagem Diego, achava ele que podia resolver tudo ou piorar a situação e ferrar com o mais jovem.

Frederico - Não precisa me conhecer, eu não suporto homem covarde que nem você entendeu? _ lhe empurrou mostrando sua força _ e o galinho aqui é muito mais macho que você.

Diego - Quem você pensa que é resto de aborto? _ gritou e todos olharam pra eles _ não tenho medo de um babaca desprezível.

Ângelo - Permita que te apresente rapaz _ riu debochado e se meteu entre eles _ Diego esse moleque foi demitido da sua fazenda por razões desconhecidas e o senhor Rodolfo por pena deixou ele trabalhar como cuidador de sua filha.

Diego - Caridade mesmo, é a única teoria pra essa nojeira tá numa fazenda de tão bom nome _ gargalhou debochando _ e que esteja com roupas tão boas.

Rodolfo que estava indo pro carro a pedido de Frederico se preocupou com a demora e o silêncio na festa e voltou a tempo de escutar a humilhação que Diego e Ângelo estavam fazendo com Frederico.

Ângelo - É um bostinha Diego, esse eu mesmo vou demitir sem esperar o Rodolfo, um filho da puta isso sim _ disse mas sentiu o soco potente de Frederico e caiu pra trás com tudo.

Diego - Vai me bater também seu filho de uma puta rasteira? _ riu e levou dois socos seguidos e caiu no chão.

Frederico -  Ninguém xinga a minha mãe seu bastardo _ chutou entre suas pernas duas vezes _ te deixar bem marcado por minhas botas, se não sair do meu caminho vai sentir elas sempre.

Cristina não se desesperou e com calma  foi chamar seus trabalhadores para separar a briga, já que ficou com medo do jovem fazer uma loucura, e foi assim que Frederico foi rebocado pra fora da festa depois de quebrar a cara de Diego e Ângelo, Rodolfo estranhou a violência dele mas entendeu que seu protegido não suportou ser humilhado por alguém que mau conhecia e com a ajuda de Ângelo.

Rodolfo - Não esperava aquilo de Ângelo, sempre foi tão amigo da minha filha _ foi verificar a mão do rapaz.

Frederico - Eu não ia falar, mas o muito desgraçado do doutor me humilhou quando nos conhecemos _ a mão doía, mas o seu orgulho de macho e bom filho não.

Rodolfo - Como? E porque não me disse nada? _ não gostou, sentiu seu coração quebrar, queria Frederico acolhido e não humilhado.

Frederico - Eu fiquei mais preocupado com os remédios que a dona Drica tomava a mando desse idiota e estava preparando umas coisas pra te mostrar patrão, mas antes tinha que ter prova _ olhou nos olhos de Rodolfo com a confiança de sempre.

Rodolfo - O que seria? _ não pensou em nada, só que a filha podia está em perigo.

Frederico - Bom eu tive um rolo com uma médica da cidade vizinha e mostrei os remédios do papel pra ela depois do segundo dia de trabalho _ falou sem jeito, não tinha certeza da reação dele, mas não seria das melhores.

Rodolfo - E o que ela disse rapaz? _disse angustiado, sentia mais uma vez ter falhado com a filha.

Frederico - São tranquilizantes pra bicho seu Rodolfo, ela mandou eu parar todos porque a saúde dela tá sendo comprometida e não me perdoaria se algo acontecesse a dona Drica _ apoiou sua mão no ombro dele e deu um pequeno sorriso

Rodolfo - Eu vou demitir aquele desgraçado e sacudir ele na prisão e jogar a chave fora _ fechou os punhos, por seu sangue era capaz  até de matar.

Frederico - Eu dava era um corça de criar bicho _ cruzou os braços _ mas a dona Drica não toma mais esses remédios tem uns dias já, eu joguei tudo na privada e dei descarga.

Rodolfo - Fez bem, agora eu vou mandar investigar aquele safado e ele vai ter o merecido, não suje as suas mãos com ele tá me entendendo? _ foi incisivo.

Frederico só obedeceu tinha um respeito inexplicável por Rodolfo, era quase paternal um sentimento incomum pra ele e sem entender esse amor maior que aquecia seu coração e não queria sair do seu lado nunca.

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Dias depois com as coisas mais frias ela foi atrás dele e dirigiu sem que Diego visse ela sair e quando parou no seu destino final ficou esperando a razão de ficar ali parada e escondida também. Já tinha passado algumas horas e Cristina batia os dedos no volante apreensiva, tinha que conversar com Frederico e longe de todos, esperou ele sair da fazenda de Rodolfo e foi até ele que ainda estava na porteira com o carro parou do seu lado.

Cristina - Entra agora menino _ foi mandona.

Frederico - Entro nada, me mandou rebocado pra fora da sua casa na festa igual bicho e isso eu não gostei _ era meio sentimental.

Cristina - Mandei sim, mas porque você ia cometer um assassinato e aí não teria você comigo de novo _ freou o carro quando ele parou.

Frederico - A senhora quer me dizer que vai repetir a dose? _ deu um sorriso sapeca.

Cristina - Tô pedindo pra entrar no carro _ abriu a porta impaciente_ vem antes que desista ou alguém nos veja.

Frederico - Ninguém... _ deu uma ultima olhada pra casa grande e viu ela na janela  Drica estava em pé, sorriu ao ver que ela tinha acordado _ olha eu não vou entrar, tenho trabalho e depois eu vou visitar a minha mãe.

Cristina - Como não vai entrar? _ ela ficou surpresa e saiu do carro indo até ele _ venho aqui pra gente conversar e assim que me responde?

Frederico - Eu tenho um trabalho e não deixei de cuidar da minha mãe _ falou indo pra porteira.

Cristina - Deixa de ser criança e para pra falar comigo _ puxou ele pra virar pra ela _ entra no carro seu cavalo chucro!

Frederico - Não entro e nem vai me obrigar _ cruzou os braços.

Cristina - Aí que pena, logo hoje que vou me refrescar pelada na cachoeira _ virou e foi voltando rebolando pro carro.

Frederico - Você não vai pra canto nenhum _ puxou ela e a beijou intensamente tirando ela do chão sem se importar de quem iria ver os dois.

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