Minutos depois Frederico ainda agarrado ao corpo da mãe tentava processar aquela verdade que tinha escutado dela e não compreendia o porque de ter perdido ela daquele jeito. Depois de uma longa despedida levaram o corpo de Vicenta para ser preparado velado. O casal preferiu esperar no quarto, enquanto Frederico estava no sofá Cristina sentou na cadeira ficando de frente a ele.
Frederico - Porque a vida tem sido tão dura comigo Cris? _ disse amargamente sentindo a dor com força dentro dele _ Eu só queria viver com a minha e cuidar dela como sempre foi.
Cristina - Sei que não existe lado bom nessa história então vou te deixar pensar na possibilidade de buscar sua família biológica em outro momento.
Frederico - Eu bem que queria buscar, mas onde começar? Eu sou um desconhecido pra essa mulher _ deu de ombros.
Cristina - Agora precisa descobrir quem é Teodora _ colocou a mão no queixo pensativa
Frederico - É uma mulher que não conheço, acho que não vou conhecer nunca.
Cristina - Amor nunca diga nunca... _ segurou a mão dele.
Frederico - Agora me tira uma dúvida que tô matutando até agora.
Cristina - Que tipo de dúvida?
Frederico - Como chegou tão rápido na minha casa?
Cristina - Eulogio me pediu permissão pra sair e me explicou o que aconteceu no caminho.
Frederico - E o que aconteceu? Eu não entendo de onde veio o fogo.
Cristina - Osório ele foi o culpado com certeza, foi ele que ofereceu dinheiro pra Eulogio e os dois colocar fogo na sua casa.
Frederico - Maldito eu vou acabar com ele! _ apertou o punho com ódio.
*
*
*Eulogio foi chamado por uma das enfermeiras e levado ao necrotério no prédio ao lado sem entender muito bem o que acontecia, mas quando a porta foi aberta e ele se aproximou do corpo coberto por apenas um lençol sentiu um arrepio na espinha e quis sair dali.
Enfermeira - Achamos nós registros dele o seu nome, são irmãos verdade? _ falou abaixando o lençol e deixando a cabeça aparecendo.
Eulogio - Sim eu e ele somos irmãos _ colocou a mão no rosto dele _ onde encontraram?
Enfermeira - Na estrada aqui perto, já acharam morto, mas o delegado vem falar com você em breve.
Eulogio - Como encontraram ele na estrada? _ olhou a enfermeira com desespero.
Enfermeira - Ele foi esfaqueado, o legista que olhou ele disse que seu irmão foi deixado pra morrer senhor Eulogio.
Eulogio - Deixado pra morrer? Como? Ele não tinha inimigos, era mais fácil eu ter sido deixado pra morrer assim, feito um bicho sarnento.
Enfermeira - Perdão senhor, mas eu não sei de muita coisa, o delegado já deve está chegando _ saiu deixando os dois sozinhos.
Osório que tinha uma queimadura na mão tinha saído da enfermaria quando topou com Frederico que demorou pra reconhecer o homem, mas foi algo instantâneo quando escutou os "pêsames" e não demorou pra reconhecer o peão que participou do incêndio, em segundos ele já estava jogado no chão depois de um soco no meio da cara e depois Frederico ficou só chutando ele sem pena. O delegado que estava chegando na recepção do hospital quando viu a confusão que estava armada.
Frederico - Se vier pra cima de mim eu soco a cara de todo mundo _ falou com ódio levantando Osório pelo colarinho.
Delegado - Larga dele Frederico, posso te prender e vai ficar sem ir ao enterro da sua mãe.
Frederico - Então prende esse maldito por queimar a minha casa.
Delegado - Sei que está de luto, mas não pode acusar as pessoas assim.
Mas para sorte de Frederico e azar do outro homem quem chegava na hora foi Eulogio que só cruzou os braços e balançou a cabeça positivamente em direção a Frederico dando um sorriso de satisfação.
Eulogio - Ele pode matar esse covarde se quiser, porque foi esse aí que me chamou pro trabalho sujo e eu não aceitei, achei que fosse brincadeira, mas mesmo assim fui atrás pra assegurar que tava tudo bem.
Frederico - Você fez isso por mim? _ olhou ele surpreso e se afastou de Osório _ foi atrás e me salvou.
Eulogio - Sou um amargado e chato, mas não sou assassino Frederico _ falou sem olhar pra ele.
Delegado - Quero você na delegacia ainda hoje me entendeu? _ apontou Eulogio que balançou a cabeça positivamente _ peguem esse verme do chão e vamos pra delegacia.
Os policiais pegaram Osório e saíram do hospital, o delegado foi logo atrás sem falar nada deixando Frederico e Eulogio.
Frederico - Você me salvou não fez nada contra mim, porque vai pra delegacia?
Eulogio - Mataram Rômulo e ele era meu meio irmão agora tenho que ir lá na delegacia falar com o delegado.
Frederico - Eu sinto muito, não conhecia Rômulo, mas sei como é perder alguém importante, a minha mãe se foi mas vou sentir sua falta pra sempre _ suspirou.
Eulogio - Sinto muito por Vicenta, ela era como uma mãe pra muitos peões daqui garoto _ disse com pesar _ além disso agora você tá sozinho não tem família.
Frederico - Sim e não _ passou a mão nos cabelos _ a Vicenta antes de morrer me disse o nome da minha mãe biológica, agora vou ter que ir atrás dela se não quero ficar sozinho no mundo.
Eulogio - Não perde nada indo atrás dessa mulher, pode pedir ajuda ao seu Rodolfo se quiser.
Frederico - Não quero pedir favores pro seu Rodolfo, além do mais estou com Cristina e ela vai me ajudar a encontrar minha mãe biológica.
Eulogio - O importante é achar garoto, mas agora eu tenho que ir na delegacia e organizar o enterro _ se despediu e foi em direção a saída do hospital.
Frederico - Antes de enterrar minha mãe vou tirar satisfação com o único homem que tem contas comigo, Diego Rivas, o maldito marido de Cristina, ele sim quer me tirar da rota _ falou pensativo, mas cheio de raiva.
*
*
*
Dora estava no seu escritório quando sentiu seu peito apertar e não queria mais ir a reunião que já tinha marcado, iria demorar um pouco para ir até a sala de reuniões, ficou tomando seu café puro e pensando no filho que nunca tinha visto pessoalmente depois de tantos anos. Seu pensamento só foi interrompido por Rodolfo que abriu a porta do escritório de Dora e entrou na sala dela interrompendo seus pensamentos com o filho e o café, o que acabou deixando ela com uma cara nada feliz.
Teodora - O que pensa que está fazendo Rodolfo? _ levantou e olhou ele de cima a baixo.
Rodolfo - Eu preciso de você como advogada, por toda amizade que teve com a minha esposa e o carinho que tem por minha filha.
Teodora - Qual é o favor? _ cruzou os braços.
Rodolfo - Um empregado querido está preso, mas não é sua culpa, ele foi preso no enterro da mãe, é impossível que tenha matado alguém _ respirou fundo _ o delegado apenas disse que tem uma testemunha e uma arma com as digitais dele, mas eu tenho certeza que ele tem um álibi.
Teodora - Seja mais claro Rodolfo, eu quero nomes e fatos _ não entendeu nada _ quem quer que eu defenda? Só assim posso ajudar.
Rodolfo - Frederico Rivero é o empregado e ele foi acusado de tentar matar Diego Rivas esposo de Cristina Álvarez, mas é impossível isso ter sido feito por ele.
Teodora - Frederico filho de Vicenta? _ levantou o rosto agora preocupada.
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La Patrona ✅
FanfictionQuando retorna a sua fazenda depois de alguns anos a viúva Cristina Álvarez chama atenção de todos, menos de um, Frederico Rivero.