Capítulo 18 - Calmaria.

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(Seu nome)

Todas as minhas emoções daquela noite cansativa subiram de repente quando cheguei em casa e resultou em horas no chão do banheiro vomitando. Uma sensação péssima percorria pelo meu corpo, é claro que quase ter sido morta era uma das coisas que causavam isso, mas também saber que não só eu, como o restante dos meus amigos, continuaríamos sendo perseguidos pelo Michael, e as consequências seriam piores depois do que fizemos como ele. Por um tempo, Jake ficou sentado ao lado de fora do banheiro enquanto me ouvia desabafar, eu me senti tão péssima que não queria que ele me visse naquele estado, mas de deu todo o apoio apenas com as suas palavras.

Após um banho quente demorado, eu o encontrei na cama com seu notebook. Seus olhos demonstravam preocupação ao me ver e, mesmo assim, ele forçou um sorriso e me chamou para deitar ao lado dele.

— Novidades? — perguntei assim que me encolhi entre os braços dele.

— As fotos do Michael já entraram no registro da polícia como procurado, ele ainda não deu nenhum sinal, não mandou nenhuma mensagem... — Jake desligou o notebook e o deixou de lado, me puxando para mais perto e dando um selinho na minha testa. — Mas não quero que você se preocupe mais, então não precisamos falar dele. Não por enquanto.

— Pelo menos caçar ele já não é mais a nossa obrigação.

Será que não?

— Você está certa, meu bem. Agora que tudo isso já foi informado para a polícia, ele terá preocupações maiores. Vai ficar tudo bem.

— É. Também acho.

[...]

Dias se passaram desde a última vez que estivemos na floresta. Era estranho a forma como tudo estava calmo, como se nada daquilo nunca tivesse acontecido, mas isso não era uma coisa ruim. Deixei que a minha mente eliminasse aquela preocupação já que a polícia sabia sobre tudo, o que me trazia uma sensação de conforto, pelo menos por enquanto. Acho que Jake se sentia da mesma forma, eu percebia sua feição tranquila sempre que o olhava, inclusive agora que estamos juntos na mesma cama. Acordamos há poucos minutos atrás, nós dois bocejamos alto e tentamos nos livrar da preguiça que sentíamos.

De repente, a porta do nosso quarto foi aberta e escondi meu rosto entre as cobertas. Eu sabia que era a Jessy, estávamos passando um pouco mais de tempo juntas, mas, às vezes, ela tinha o dom de ignorar a presença do Jake para ficar comigo, o que não era muito legal. Principalmente pelas manhãs.

— Você está acordada, né? — a ruiva sentou-se ao meu lado quando entrou no quarto. — Preciso muito da sua opinião com algumas coisas.

— Isso não pode esperar algumas horas? — resmunguei, tirando a coberta do meu rosto para encará-la. — Ainda tô com sono, Jessy.

— Não, não pode. Já são quase 13h, vocês estão trancafiados nesse quarto abafado há muito tempo. Não quer descer pra comer alguma coisa?

— Tá bom, eu já desço. Me espera lá em baixo.

Me sentei na borda da cama assim que Jessy fechou a porta e olhei pra trás, Jake ainda estava com o rosto coberto. Puxei a coberta e o encontrei olhando pra mim, ele puxou o meu travesseiro para perto dele e apoiou o rosto para me olhar. Sua expressão séria me chamou atenção, eu sabia exatamente o motivo de ele estar assim.

— Até quando ela vai continuar fazendo isso? É irritante — perguntou ele.

— Jessy passa tempo demais sozinha e estamos dentro da mesma casa, ela só quer passar o tempo comigo.

— Mesmo assim.

Deixei Jake na cama enquanto fui ao banheiro lavar o rosto, ele se sentou onde eu estava e olhou ao redor do quarto. Na noite em que Alan me deixou em casa, um papel foi entregue a mim, e o mesmo havia sido deixado acima do móvel. Quando saí do banheiro, Jake estava com ele em mãos.

Eu Sempre Soube - Parte 2 (DUSKWOOD)Onde histórias criam vida. Descubra agora