Capítulo 27 - 1 liberdade, 1 prisão.

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Jake

Ficamos parados, encostado nas árvores e esperando Alan dar notícias. Nós dois olhávamos para o carro que não parava de se mexer, Michael havia acordado e não parou quieto, gritava e nos ofendia de todas as maneiras possíveis.

— Eu devia matar ele — disse S/n, impaciente.

— Essa é a minha maior vontade. — completo.

O cara não parava de gritar e S/n se cansou de ouvir aquilo, ela saiu de perto do carro e se distanciou um pouco, se sentando em uma pedra que tinha. A segui e me sentei perto dela, a vi respirando fundo e passando a mão pelo rosto. Eu sabia que ela sempre faz aquilo quando está nervosa ou cansada e, na verdade, eu também estou.

Decidi ficar em silêncio, deixar ela ter um pouco de espaço para ela. Durante isso, não pude deixar de imaginar uma vida inteira ao lado dela, caso Alan consiga o perdão. Merecemos isso, passamos por muita coisa, seguirmos as nossas vidas sem perigo é tudo que precisamos.

— Que demora. Estamos aqui há horas — reclamou ela.

— Esse tipo de coisa é demorado mesmo. — me sento perto dela. — Alan precisa falar com os caras que estão atrás de mim, propor um acordo, fazer eles assinarem os papéis...

— Eu sei que demora, mas a minha ansiedade está me matando.

— Mudando de assunto... — olho para o nosso carro. — Tem certeza que ele não consegue sair do carro?

— Absoluta. Sempre fui boa com nó, amarrei as pernas e os braços dele, os olhos estão vendados, o carro está trancado. Ele não vai fugir.

— Às vezes eu tenho medo de você — começo a rir e ela faz o mesmo. — Acho que agora, finalmente, tudo isso está acabando.

— Com o seu perdão e Michael preso, tudo acaba de vez.

Passamos cerca de quatro horas sentados, esperando Alan nos mandar qualquer notícia sobre o meu caso. S/n estava cada vez mais inquieta, andava de um lado para o outro e verificava o celular a cada cinco minutos. Ela se assustou quando ele finalmente começou a tocar.

— Alan? — ela atendeu rápido.

— Oi, S/n — a chamada é colocada no viva voz. — Preciso saber onde você está e uma garantia de que Michael está com você.

— Não — tiro o celular das mãos dela. — Como sabemos que isso não é uma armadilha?

— Se querem que eu ajude, vocês terão que confiar em mim. Eu falei com os agentes.

— Eles concordaram?

— Farei eles assinarem os papéis, mas preciso que vocês colaborem também. — Alan pede.

Abro a câmera do celular e caminho até o carro, S/n vem apressada atrás de mim e pergunta o que eu iria fazer. Peço que ela abra o porta malas e assim ela faz. Michael começou a se debater e ficamos só olhando, já que tínhamos garantia de que ele não fugiria. S/n segura o rosto dele e aponta para a câmera, depois de tirar várias fotos dele, ela trancou o carro outra vez e voltamos para onde estávamos.

— O que estão fazendo? — perguntou Alan.

— Te enviando a garantia que estamos com ele, mas só saberão a nossa localização quando os papéis forem assinados e eu voltar a ser um cidadão comum. — respondo.

Como o policial não tinha escolhas, aceitou as minhas condições e recebeu as fotos. Ele voltou a ficar offline e as minhas esperanças aumentaram, o plano mais arriscado da S/n estava funcionando, mas não fiquei surpreso com isso.

Eu Sempre Soube - Parte 2 (DUSKWOOD)Onde histórias criam vida. Descubra agora