Eu Sempre Soube - Parte 2 (DUSKWOOD)

Capítulo 22 - Sentimento de culpa.

Na manhã do dia seguinte, Dan ainda estava na sala da espera aguardando o médico retornar com notícias dos seus amigos. Lilly estava deitada no seu ombro, havia dormido há algumas horas, e Jessy estava do outro lado, tão aflita quanto ele. Lilly acordou quando sentiu Dan a balançando e encontrou um médico em frente a eles, que os liberou para visitarem o Darkness. Ao entrarem na quarto, Jessy foi a primeira a correr até ele e o abraçar com força, ele retribuiu e sorriu para os três.

— Você nos deu o maior susto, cara — disse Dan. — Como você está?

— Estou bem, não foi nada. Aquele desgraçado só acertou minha cabeça quando estávamos brigando e conseguiu fugir, mas isso não importa — ele se virou para Jessy outra vez. — E S/n? Ela está bem?

— Se recuperando, ela vai ficar bem.

— Onde está o Jake? Ficou com ela?

— Ele fugiu — respondeu Jessy, indiferente. — Isso não é nenhuma novidade, de qualquer forma.

— Meu irmão precisou fugir — disse Lilly. — Não fale dele como se não fosse nada.

— Ei, ninguém precisa se estressar agora — disse Dan. — Jake não pode ficar por perto agora, tem mais policiais que o normal. Mas ele não vai demorar pra voltar.

— Isso é o que vocês acham — comentou Jessy. — Vocês falam como se não o conhecessem.

— Qual o seu problema, Jessy? — Lilly aumentou seu tom de voz. — Por que está agindo assim?

— Isso é ridículo — Jessy pegou suas coisas e foi em direção a porta do quarto. — Eu vou ver como ela está.

Quando Jessy saiu do quarto, os outros permanecerem em silêncio, até que Darkness perguntou:

— Tudo bem com ela?

— Ela só está estressada, como todos nós estamos — respondeu Dan, dando fim aquele assunto.

[...]

Numa casa distante das suas cidades onde já tinha sido visto, Jake se alojou nela e organizou todos os equipamentos que precisaria. Ele havia morado por muito tempo depois que fugiu da prisão, então estava tranquilo por conhecer a região. Seu rosto estava reprimido, as palavras ditas por Jessy ainda ecoavam na sua mente e o deixava chateado, aquilo o deixou se sentindo ainda mais culpado pelo o que aconteceu, e frustado por saber que aquilo era verdade.

Os dados da polícia foram acessados por ele, que viu o arquivo do Hanson, e o mesmo ainda não tinha sido preso. As câmeras do estacionamento foram acessadas pelos policiais, então Jake provavelmente se tornou pauta entre eles. Mas ele não deixou de ficar aliviado, Michael foi descuidado o suficiente para deixar o seu rosto visível de todos os ângulos. Ao deixar tudo anotado, Jake retornou para o início das filmagens e reviu todo o ocorrido várias vezes.

Assistir aquilo foi difícil, ele repetiu a parte em que ela foi atacada e analisou todas os detalhes. Jake se sentiu impotente, se tivesse a puxado para longe do cara por um segundo, a teria a salvado daquilo. A dor que ele sentia foi transformada em raiva, mas não pelo assassino, e sim por ele mesmo. Culpa. Isso estará sempre em sua mente. O pensamento de que se algo mais grave tivesse acontecido com ela, ele jamais se perdoaria. Antes de dar continuidade aos seus deveres, Jake deixou uma mensagem para a S/n. Ele não queria que fosse algo comum, então gravou a sua mensagem pela forma favorita dela: áudio.

— Oi, querida — ele respira fundo antes de continuar falando. — Sei que isso está sendo difícil pra você, mas antes de dizer isso, te peço pra não ficar triste. Você já deve saber que eu precisei me esconder mais uma vez, mas não é pra sempre. Quero que se concentre na sua recuperação, fique em algum lugar seguro e sempre fique perto da minha irmã e do Dan. Eu não te abandonei, eu nunca mais vou fazer isso, mas me afastar de você nesse momento foi necessário. Me desculpa por tudo. Eu te amo. E fica bem, tá? Quando você menos esperar, eu já estarei aí com você outra vez.