Capítulo 21

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Assim que Verônica me deixou em casa fui tomar banho e me deitei para dormir até a hora do trabalho.

Depois de conseguir descansar um pouco fui até a cozinha à procura de algo para comer.

- Amor, o que vamos fazer no seu aniversário? - por que todo mundo insiste em falar sobre isso? Não acho que tenho que comemorar o dia que eu nasci.

- Não quero fazer nada, mãe, Verônica quer me levar para uma festa mas não estou tão animada.

- Vai com ela, vai ser divertido e é bom para você se distrair um pouco.

- Eu vou pensar - falei enquanto comia um pão sentada à mesa.

- Vamos sair para almoçar então, já que você não quer nada, se você não aceitar vou ter que te dar um presente.

- Tá bom, só almoçar então, podemos ir amanhã.

- Não, amanhã não dá - ela pareceu ficar nervosa, será que ela está namorando? - Tenho compromisso, vamos domingo mesmo.

- Está saindo com alguém, mãe? - sua respiração começou a ficar mais forte.

- Acho que você não está com tempo para conversa, vai tomar banho vai - ela se virou de costas para mim.

- Escapou por pouco mas vamos conversar sobre isso dona Beatriz - ela riu e eu corri para tomar um banho rápido e me arrumar.

💫
Depois de horas trabalhando e de ter terminado a limpeza decidi ir até a sala do Calebe pedir para dobrar amanhã.

A cada passo que eu dou sinto meu coração se comprimir mais no peito e uma falta de ar sufocante. Paro em frente à sua porta e antes de bater sinto meu corpo congelar.

- Quer alguma coisa? - me viro abruptamente assim que ouço sua voz.

- Sim - tentei ser firme e rápida, ele não pode saber em hipótese nenhuma que ele me faz sentir medo.

- Vamos entrar então - senti meu corpo gelar novamente, e se ele tentar de novo? O que eu vou fazer, senti a palma da sua mão tocar minhas costas me incentivando a entrar na sala - pode falar.

- Então, eu queria saber se eu poderia dobrar amanhã para poder folgar no domingo - senti seu olhar queimar pelo meu corpo.

- Eu já falei que você não pode ficar pedindo isso, não é? - ele falou com raiva, merda, que filho da puta.

- Sim, me desculpa - comecei a andar em direção a porta para sair o mais rápido possível da sua sala.

- Espera - senti meu corpo enrijecer, me virei lentamente em sua direção - vou deixar só porque você é uma boa funcionária.

- Obrigada.

- Não conta para ninguém, se não todas vão achar que tem o mesmo direito que você - concordei com a cabeça e saí da sua sala.

Quando estava saindo para ir para casa algo no bar me chamou a atenção, não sei muito bem o por quê mas decidi ir até lá.

Vi uma garrafa de whisky, da mesma que o Arthur tinha no carro no dia que a gente saiu, me peguei sorrindo lembrando dele.

Como eu iria pegar aquela garrafa?

Alguém chamou o barman e a área ficou sem ninguém, não demorou muito para uma ideia doida brilhar na minha cabeça. Dei a volta no balcão e disfarçadamente coloquei uma garrafa que estava cheia um pouco mais da metade dentro da mochila, para ninguém desconfiar tomei uma dose e deixei o dinheiro próximo ao balcão.

Desejo Imprevisível - será que esse amor sobreviverá depois da verdade? Onde histórias criam vida. Descubra agora