Capítulo 43

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Um barulho de apito ecoa na minha cabeça, me forçando a abrir os olhos, e quando consigo abrir me assusto com o que vejo.

Um acesso com soro está no meu braço e o barulho vem de uma máquina que está contando os meus batimentos, como assim?

Tento me acalmar e olho em volta, estou em um quarto de Arthur, fico um pouco mais tranquila, tento me levantar, mas sinto uma pressão muito forte em um dos ombros, que me faz soltar um gemido alto e me deitar imediatamente.

Sinto todo o meu corpo doer, e o meu ombro lateja, meus olhos correm até ele e o vejo enfaixado, me assusto quando a porta se abre.

Arthur, o meu Arthur.

- Aurora, como está se sentindo? - assim que escuto a sua voz o meu sorriso morre.

Todas as imagens de como vim parar aqui voltam com pressão para minha cabeça, explodindo como uma bomba.

Ele começa a se aproximar de mim e me sinto tão assustada que ignoro a dor e me sento me encolhendo na cama.

- Sai daqui - grito - sai de perto de mim, socorro - grito o mais alto que consigo e sinto todo o meu corpo doer.

- Aurora, deita, por favor - ele tenta me encostar, mas me encolho mais e sinto as lágrimas quentes escorrendo pelas minhas bochechas.

- Não me encosta, socorro - grito mais uma vez e a porta se abre rapidamente.

- Filha - minha mãe corre até mim e me sinto mais calma - deita meu amor, você não pode fazer esforço.

- Tira ele daqui, tira ele daqui - vejo seus olhos lacrimejarem, nunca vi alguém mentir tão bem quanto ele.

- Arthur - minha mãe se vira para ele, que apenas assente e sai do quarto - agora deita.

Me deitei na cama sentindo o meu corpo muito dolorido.

- O que eu estou fazendo aqui? Mãe, esse homem tentou me matar, temos que ir embora.

- Filha, se acalma, está tudo bem - um médico entra no quarto e começo a me desesperar e tentar sair da cama de novo.

- Eles vão me matar, mãe, por favor me tira daqui - comecei a chorar, por que ela não faz nada?

Comecei a sentir o meu corpo mais mole, e minha mãe me puxou para voltar a me deitar, e o médico saiu.

- Meu amor, está tudo bem, tudo foi só um engano.

- Não, não foi, ele fez isso - falei com a voz mais lenta porque o sono começou a me invadir.

- Nós iremos sair do país, com ele Aurora, estamos em perigo e ele vai nos proteger.

- Ele é o perigo, mãe - tentei manter meus olhos abertos, mas não consegui, ouvi a porta abrir e a voz do médico ecoar pelo quarto.

- Ela está assim por conta dos medicamentos, dei um calmante leve para que ela consiga colocar a cabeça em ordem e consiga entender o que realmente aconteceu - sua voz foi ficando cada vez mais baixa, tanto que eu nem a escutava mais.

💫

Abri os olhos devagar ouvindo o mesmo barulho de mais cedo e quando percebi Arthur estava sentado em uma poltrona segurando uma das minhas mãos.

Não sinto mais aquele medo de cedo, só raiva, por ele ter feito eu passar por tanta coisa, pela minha mãe e as outras mulheres.

Puxo a minha mão da sua e ele percebe que eu acordei, me olha e se levanta rápido, começando a se afastar.

- Já estou saindo, me desculpa - quando ele percebe que estou mais calma ele para com a mão na maçaneta, tenta se aproximar mas eu nego com a cabeça e ele assente - me perdoa pelo o que aconteceu, eu não sabia.....

Desejo Imprevisível - será que esse amor sobreviverá depois da verdade? Onde histórias criam vida. Descubra agora