Capítulo 51

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Me levantei sentindo dor em todas as partes do corpo, acordei antes de amanhecer.

Preparei um banho bem quente, de banheira para ver se diminuía a dor muscular.

Soltei um longo suspiro quando todo o meu corpo relaxou, queria que a minha mente fizesse o mesmo.

Era impossível não parar de pensar, parar de pensar no desgraçado do Calebe, não pensar em tudo que foi perdido.

Fechei os olhos com força e respirei fundo tentando esquecer um pouco isso.

Depois de uns 10 minutos decidi terminar de tomar meu banho.

Fui para o quarto e vesti um short legging preto e uma camisa branca, depois de quase morrer de calor ontem eu prefiri ir de short.

Coloquei um tênis e fui até o quarto da minha mãe.

- Entra - falou assim que bati na porta.

- Pode fazer a trança de hoje? - falei apontando para o meu cabelo.

- Claro amor - ela sorriu e bateu no espaço vazio na sua frente na cama - como você quer?

- Pode escolher.

Suas mãos começaram a separar meu cabelo, as vezes encostando no coro cabeludo.

Me vendo assim, sentada na sua frente enquanto ela arruma meu cabelo, eu consigo me lembrar de quando ela fazia isso no orfanato.

Ela foi meu refúgio, minha salvação, minha paz, e eu quero poder proporcionar tudo isso a ela também.

Dar o meu melhor por ela, quero que ela seja feliz.

No tempo que estamos aqui a vejo mais feliz, preocupada, mas feliz, diferente do que era em casa.

Quero que tudo isso acabe logo para que ela possa ser apenas feliz, sem preocupações.

- Pronto, vê se você gostou - ela apontou para o espelho.

Meu cabelo agora tinha uma trança boxeadora, nunca gostei muito de penteados, mas tenho que admitir que ficou lindo.

- Obrigada, mãe - me aproximei dela, envolvendo meus braços em seu pescoço, em um abraço apertado.

Ela beijou o meu rosto e me puxou para mais um abraço.

- Te amo - falei quando já estava na porta.

- Te amo, toma cuidado - ela sorriu e eu pisquei para ela e mandei um beijo no ar.

Desci as escadas apressada e a mesa já estava arrumada, estava morrendo de fome, a última coisa que comi foi o almoço de ontem.

Comi duas torradas com geleia, salada de frutas, um pedaço de bolo de chocolate com nozes e um copo de suco de laranja.

Depois de estar alimentada ( até demais) e arrumada, peguei o celular, os fones de ouvido, água e fui esperar o Arthur na garagem.

E acho que ele pensou a mesma coisa que eu, porque já estava lá.

- Atrasada - ele me olhou sério.

- Bom dia rabugento - abri meu melhor sorriso para ele.

E por puro reflexo peguei a chave que ele jogou em minha direção, sorri fingindo que tudo tinha sido calculado.

Entrei no carro, e senti o meu coração bombear o sangue com mais força, as pontas dos dedos formigando.

Mas eu estava determinada a dar o meu melhor, como sempre fiz em tudo na minha vida.

Sai com o carro da garagem devagar e comecei a acelerar, o que me deixou confiante é que eu acredito que ele não iria deixar com que eu batesse o carro, então acelerei.

Desejo Imprevisível - será que esse amor sobreviverá depois da verdade? Onde histórias criam vida. Descubra agora