Capítulo XXI

101 15 6
                                    

Tocada a primeira badalada do relógio, que ecoava pela mansão cuja única iluminação vinha do luar através das janelas, Greengrass desceu as escadas com seus dois filhos e esposa. As malas estavam limitadas a uma por pessoa e toda a mobilha já estava coberta por lençóis que impediriam a poeira de arruinar tudo até que retornassem, provavelmente dali um ano ou mais. Ao pé da escadaria, um auror acompanhado do último Rosier sobrevivente os aguardava para partirem.

As crianças se esconderam atrás dos pais, amedrontadas pelas cicatrizes no rosto do auror, e foram acalentadas pelas carícias da mãe.

─── Onde está Grindelwald? ── o patriarca perguntou.

─── Marchando para Hogwarts. ── Greengrass não era o primeiro a fazer essa pergunta, também era previsível a pergunta seguinte já que aquela era a última família a ser buscada, por isso, quando abriu a boca, foi interrompido pelo auror ── Os outros estão aguardando a ação dos inimigos no falso ponto de encontro, quanto menos gente aqui, mais seguro.

Conformado com as informações, ciente de que mais nada lhe restava além de confiar que tudo daria certo, Greengrass pegou o filho menor no colo e indicou com a cabeça para que prosseguissem. O auror retirou do pescoço um medalhão rúnico, era a chave de portal que os levaria em segurança ao local. Estendendo a joia, esperou todos colocarem as mãos no cordão e no pingente, fez uma contagem regressiva de cinco segundos, e então todos foram transportados ao meio do deserto, no Egito.

O local parecia não ter nada além de uma infindável planície de areia, porém com três passos à frente todos cruzaram um campo mágico do qual todas as famílias da elite bruxa, das quais viera cada tostão e cada assinatura que trouxe tanto a ascensão quanto a ruína de Harry e Tom, em prol de Grindelwald, estavam ali aguardando a entrada no local onde ficariam protegidos e seguiriam com o plano mesmo se seu líder morresse em combate.

─── Todos aqui. Façam o teste de sangue.

Um por um teve a ponta do dedo furada e o sangue gotejado sobre uma poção que comprovava a identidade, então, com todos confirmados, o próximo passo iniciou, a areia começou a ceder sob os pés de todos conforme o chão tremia e logo mostrou haver abaixo de seus pés uma plataforma arredondada que descia para o subsolo, a profundidade era grande o bastante para ser requerido um feitiço que anulasse os efeitos da pressão. Chegando ao fundo, todos pararam e olharam assustados para um súbito gemido de dor vindo do auror. Este, ao erguer a manga do sobretudo, expos inscrições surgindo em sua pele como queimaduras.

─── Eles estão atacando o ponto falso. ── murmurou com um sorriso vitorioso que vencera o desconforto da dor. ── podem prosseguir.

⊹⊱『✦』⊰⊹

O ministério encontrava-se de uma forma nunca vista antes, nem mesmo as pinturas manifestavam som, sons de passos, que antes atingiam uma frequência insuportável, agora não passavam de uma lembrança naquele local deserto. Sabiam não se tratar de algo fácil demais, estavam cientes de que uma força tarefa os aguardava no subsolo e seriam violentamente alvejados com feitiços quando a porta do elevador se abrisse.

No subsolo, um ponto tão fundo que nem mesmo Dumbledore sabia da existência até ser apresentado por Gellert, aurores aguardavam a abertura das portas do elevador, prontos para atacar tanto quanto estavam para defender qualquer ataque que viesse dos bruxos.

O elevador abriu, notaram as silhuetas e imediatamente alvejaram com feitiços letais os alvos, chegando a inutilizar o espaço completamente. Quando a fumaça dissipou, dois bruxos aproximaram para averiguar os danos, o sangue respingado era suco de tomate e os corpos nada mais eram do que bonecos de palha com bolsas deste suco dentro do tórax.

Dangerous GameOnde histórias criam vida. Descubra agora