Capítulo XV

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N/A: esse capítulo é focado inteiramente na dinâmica do casal, então possui descrições sexuais, infelizmente não tive como deixar separado em um trecho só, mas não é o foco majoritário, também não é tão gráfica a descrição. Boa leitura :)

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Por mais que detestasse lidar com pessoas, Tom sabia como ler alguém com muita facilidade. Algumas eram tão transparentes que tornava previsível até o que diriam em uma conversa casual, outras exigiam mais atenção aos detalhes e existia Harry Potter, que era uma antítese ambulante sob sua perspectiva. Sabia que Harry era orgulhoso, um teimoso em escalas estratosféricas especialmente quando lidava diretamente com Tom, e geralmente usar esse orgulho todo era uma forma eficaz de conseguir alguma coisa do rapaz, mas nunca recebia apenas o que desejava. Conseguia a colaboração, mas sempre tinha um maldito apêndice de insubordinação que fazia uma pequena veia bem na têmpora de Riddle latejar dolorosamente.

O maldito grifinório, aquele que colapsou e fez um espetáculo com Anastasia Lestrange puramente para ofender Tom apenas por causa de um beijo, após ter negado de maneira irredutível a ligação que tinham, agora estava com um ar arrogante de vitória oculto nos cantos de seus lábios por ter desestabilizado a postura do sonserino com outro maldito beijo, sem sequer mostrar remorso por ter feito o que fez, como se nunca tivesse abominado a ideia de ter alguma atração por ele.

Harry Potter, entre seu mar de previsibilidades, possuía uma zona cinzenta irritante de reações que dependiam puramente do seu emocional.

Baseado em tudo o que viu até agora de Harry, esperava encontrar não um apartamento luxuoso, mas sim um chiqueiro de luxo ou um lixão suburbano. Ele não tinha modos, era claramente desorganizado e em seu ambiente de conforto com toda certeza deveria ser pior do que já estava agindo na casa de Tom. Bem, era isso que esperava, mas não foi o que se deparou quando chegaram ao apartamento.

─── Sem wards. ── murmurou desgostoso quando percebeu a facilidade que foi para entrar ali: literalmente apenas aparataram no meio do loft.

─── Eu disse que não tinha.

Realmente disse, mas era de se esperar uma mísera proteção mágica, não apenas uma fechadura que poderia ser arrombada por qualquer imbecil com um bom chute.

O lugar não tinha paredes dividindo os cômodos, o quarto de Harry era em um piso acima da cozinha, sendo possível ver pelas grades do guarda-corpo a cama bagunçada e um guarda-roupas embutido. O único cômodo totalmente fechado era o banheiro. As paredes eram de tijolos à vista, o piso era cimento queimado, a cozinha tinha apenas uma geladeira com o interior deprimente e um fogão intocado. O sofá tira o estofado na largura de uma cama de solteiro e seu formato era em L, estava gasto, indicando que Harry dormia muito mais nele do que na cama e havia uma generosa televisão. Espalhados por todo canto estavam os livros de Regulus e outros que sequer estavam escritos em inglês.

Apenas isso. Sem decoração, sem nenhuma grande bagunça. Apenas um sofá, uma TV, uma geladeira vazia, um fogão intocado e uma cama que deveria ser usada no máximo três vezes por mês.

─── Confesso, estou surpreso. ── comentou ao fechar a geladeira.

─── Esperava alguma coisa luxuosa? ── Harry perguntou distraído com os livros que recolhia e enfiava em uma mochila de fundo mágico.

─── Não, minha surpresa é que tenha conseguido chegar até aqui vivo com esse estilo de vida. ── dentro da pia havia copos com resquícios de bebidas, bastou erguer o olhar para o armário e avistou garrafas de destilados pela metade. A lixeira tinha uma pilha de embalagens de fast-food.

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