Capítulo VIII

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Oioi! Só passando pra panfletar essa fanart LINDA que a Samendes fez pra fic (minha primeira fanart to tão chorosa) MUITO OBRIGADA SA POR ESSA PERFEIÇÃO, EU TE AMO!

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Harry ouvia sua própria respiração por baixo daquela máscara, era irritante considerando que já estava começando a ofegar, mas tirar estava fora de cogitação. Vestia um quimono completo, a calça (hakama) era cinza sem ornamentos, a blusa (nagagi) era branca e o casaco que equivalia a um paletó (haori) era a peça mais bem trabalhada de todo o visual: preto com desenhos de flores de cerejeira, uma raposa sentada entre os galhos, tudo tons de dourado, branco e vermelho. Sua máscara era branca com contornos em vermelho que formavam a face de uma raposa, incluindo pequenas orelhas. No asfalto suas sandálias de madeira nada confortáveis causavam um estalo a cada passo, atraindo olhares de alguns mendigos que ainda não tinham adormecido por conta do frio.

Kamagasaki era o tipo de distrito periférico em Osaka que ninguém andaria naquele horário, muito menos estando explícito em suas vestimentas que possuía muito dinheiro, mas havia um senso comum entre os moradores dali que não deveriam aproximar, tocar ou falar com as pessoas mascaradas e bem trajadas que passavam por ali, porque poucos sobreviviam para contar a história ou sequer eram vistos de novo. A regra era clara: "Trate-os como se fossem invisíveis para que você seja invisível para eles".

─── Outro bruxo.

─── Não fale nada, essas aberrações podem ouvir a quilômetros!

Dois velhos sussurravam de longe. Harry parou e olhou na direção deles, ambos enrijeceram a postura por medo e os ombros foram encolhendo mais e mais conforme o rapaz caminhava na direção deles. Quando a varinha foi sacada, um dos velhos pegou uma garrafa quebrada como se aquilo fosse lhe dar alguma chance, e realmente Harry considerou matar aquele que o chamou de aberração, mas vendo como estava magro e, no meio de uma das noites mais frias de fevereiro, usando um agasalho cheio de furos e rasgos, percebeu que não valia o esforço, morreria pelo clima ou pelo vício. Potter levou a mão ao interior da camisa para pegar um punhado de galeões, então os converteu em ienes e jogou diante dos homens, deixando que disputassem quanto cada um pegaria.

Voltando com sua rota original, bastou mais alguns metros de caminhada com aqueles sapatos irritantes estalando para que parasse dentro de um beco, encarando a parede de tijolos. O forte odor de urina invadia a máscara, mas já não era algo que incomodava Harry mais, esteve em lugares tão fedorentos quanto aquele. Não era tão diferente da passagem para o Beco Diagonal, quando bateu a ponta da varinha na ordem correta dos tijolos, lentamente uma passagem se abriu para um túnel propositadamente curvo para que nada fosse visto além de concreto e sombras até chegar ao final. Dois homens e duas mulheres - igualmente imensos em altura e musculatura - barraram a passagem, também trajavam quimonos e máscaras japonesas tradicionais, cada uma com seu próprio desenho.

─── Entende o que digo?

Harry assentiu. Para cruzar aquele caminho três coisas eram necessárias: usar as tradicionais vestes nipônicas juntamente de uma máscara que cubra todo o rosto, falar a língua nativa e...

─── Faça o câmbio. ── o brutamontes apontou para a mulher que segurava uma caixa de madeira.

A típica moeda bruxa não tinha valor ali, nem mesmo um copo de água poderia ser comprado sem uma moeda de circulação interna daquele mercado. Harry tirou de dentro da vestimenta um saco com galeões, pois sicles e nuques não equivaliam nem a metade do valor daquela moeda exclusiva, e entregou à outra mulher para que fizesse a contagem. Não havia revista, nem qualquer outra pergunta, apenas uma dose de silêncio até finalmente vir o anúncio:

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