Capítulo especial

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N/A: Hoje é meu aniversário e decidi me dar esse presente, mas também dar esse presente a vocês, leitores, que mesmo sofrendo tanto na minha mão com essa fic acompanharam até o fim e deixaram sempre comentários que me fazem rir até hoje (com todo o carinho do mundo, eu juro).

Desde o momento em que comecei a roteirizar essa história, estive conformada que Grindeldore não seria o foco, entretanto, é um dos meus shipps favoritos de HP e pensei muito em como poderia dar um pouco mais de espaço, afinal de contar, Dumbledore foi o verdadeiro responsável por acabar com toda a guerra e não teve seu merecido final feliz; ao menos não explicitamente.

Depois de muuuuito tempo matutando, fui por algo simples, porque depois de tanta complexidade, se tem uma coisa que nosso velho merece é uma coisinha simples pra variar né?

Por isso, como um agradecimento a vocês e um mimo para mim, deixo esse último capítulo extra com um final feliz.

Obrigada a todos vocês, espero que gostem tanto quanto gostei (e chorei) desse capítulo :)

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Uma grama mais bela e verde do que jamais encontrará no mundo dos vivos forrava a colina onde apenas havia uma única residência: um charmoso chalé de dois andares, revestido de pedras claras, portas e janelas de madeira com o ar rústico e uma varanda convidativa para se passar uma tarde inteira sentado no balanço pendular de vime e almofadas com um ar boêmio pelos tons vibrantes de laranja, amarelo e vermelho. Tanto por fora quanto por dentro era perfeito, um misto de luxo e conforto bucólico, atendia o gosto dos dois novos moradores dali. Era exatamente como sempre sonharam ter quando gastavam horas, na juventude, deitados em uma grama macia como aquela, sob um sol agradável como aquele, devaneando um futuro do qual nunca tiveram a chance de realizar.

Na sua boca estava um doce trouxa que passou muito tempo fingindo não gostar tanto quanto realmente gostava. A receita era de Albus, a mais simples que pode imaginar para uma barrinha de limão, mas nunca conseguiu replicar mesmo sabendo que o ingrediente secreto era noz-moscada. Nunca foi saboroso, nem aquela parecia ter um sabor agradável enquanto derretia em sua língua, mas talvez fosse porque o que importava era a companhia enquanto comia e ainda estava sozinho. Ali, deitado no gramado, com os braços sob a cabeça, uma perna cruzada acima da outra que estava dobrada, passara o que pareciam ser décadas aguardando pela chegada dele.

Lá embaixo, podia ouvir bem, os garotos continuavam enérgicos gastando o tempo juntos, sequer sabiam que logo subindo aquela colina encontrariam um menino com não mais que dezoito anos, usando roupas muito parecidas com as vestes casuais vitorianas de um deles, aguardando sua vez de enfim aproveitar sua post-mortem como queria.

─── É um entretenimento ridículo. ── podia ouvir a voz mais madura ali, a mais rouca e mais centrada também, mas Grindelwald reconhecia o sutil tom infantil de pirraça por trás daquela máscara toda.

─── Você só diz isso porque não é um bom piloto. ── a outra voz rebateu, aquele tinha uma voz levemente rouca, mas o timbre jovem denunciava ser, de certa forma, o único a não ter completado a adolescência. O sotaque polido era como o inglês ensinado à coroa inglesa, o tipo de educação que apenas as famílias da elite podiam proporcionar aos filhos.

─── Ou talvez eu apenas tenha decidido não me prender a um padrão medíocre de usar utensílios domésticos como veículo.

─── Esse é o jeito dele dizer que por ter a capacidade de voo em vassoura de uma criança de cinco anos, deu um jeito de voar sem precisar de uma. ── a arrogância dos Black era forte naquele garoto. Estava deitado ali há sabe-se lá quanto tempo e ainda não tinha ouvido uma frase sequer sem que houvesse aquele tom ácido de desrespeito contra até mesmo alguém que foi seu líder em vida.

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