Festa - parte 3

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Soltei o ar rapidamente assim que cheguei ao enorme jardim da casa de Gabriel, minhas mãos ainda estavam geladas e meu coração tão descontrolado que parecia que ia sair pela boca. Menino se manteve calado ao meu lado, ele parecia bravo e eu já imaginava o porque, fechei os olhos por alguns segundos e os abri logo depois, soltando um suspiro pesado e encarando o jogador.

— Tá tudo bem?

— O que você tem com o Raphael? — Ele foi direto, como sempre.

— Nada. — Respondi simples.

— Eu vi Heloísa, vocês dois...ele ia te beijar e você...você ia deixar. — Ele parecia decepcionado, já que o tom de sua voz era baixo.

— Eu e o Raphael não temos nada, eu juro Gabriel. — Voltei a afirmar, mesmo não acreditando muito naquilo.

Gabriel me olhou, passou a mão pelos cabelos e em seguida se aproximou de mim, seus olhos estavam mais escuros que o normal e ele parecia cansado.

— Eu preciso falar contigo.

— Pode falar. — O encorajei.

— Eu nunca senti o que eu tô sentindo agora por ninguém Helô. — Ele parou e passou sua mão pelo meu rosto. — Na moral, eu gosto de você pra caramba e não quero que pense que é uma brincadeira ou algo do tipo, porque não é. Quando eu te vi com o Veiga fiquei puto, achei que pudesse tá rolando algo entre vocês e...a verdade é que eu não consigo parar de pensar em você.

Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto com essa declaração, eu jamais podia imaginar que Gabriel sentisse isso por mim, ele sempre jogou indiretas mas eu achava que era brincadeira, mas vendo ele aqui na minha frente eu tinha certeza que não era e não sabia como agir.

— Eu não sei o que dizer. — Sussurrei.

— Não precisa dizer nada.

Fui pega de surpresa quando Gabriel me puxou pela cintura e colou nossos lábios, iniciando um beijo calmo. Passei meus braços ao redor de seu pescoço e senti o jogador me puxar mais pra si, apertando levemente minha cintura. Nossas línguas travavam uma disputa gostosa, em perfeita sintonia. Gabriel intensificou nosso beijo e quando senti suas mãos descerem um pouco mais, seu braço foi puxado bruscamente fazendo com que eu me assustasse.

— Que porra é essa? — Gabriel esbravejou visivelmente nervoso. Raphael estava em sua frente com um olhar mortal, enquanto eu continuava ali estática.

— Vai se fuder cara, você tava beijando a Heloísa. — Raphael gritou alterado e visivelmente bebado, já que suas palavras saiam arrastadas.

— Raphael para com isso. — Vociferei atraindo sua atenção. — Que caralho você tá fazendo?

— Eu não acredito que você tá com ele. — Ele disse se aproximando, seus olhos estavam mais escuros que o normal e o cheiro de vodka exalava dele.

— Cara deixa disso, vem Heloísa. — Gabriel tentou me tirar dali, mas o outro jogador não se deu por vencido, senti meu braço ser puxado e eu quase cair. — Você tá maluco.

A confusão estava formada, o pessoal que antes curtia a festa agora estava no jardim, tentando evitar que aquilo piorasse. Eu senti lágrimas grossas começarem a cair do meu rosto enquanto Gabriel estava extremamente puto. Mesmo sem conseguir se manter direito em pé, Veiga se aproximou de Gabriel e lhe deu um empurrão, proferindo xingamentos que eu mesma não entendia. Vi quando Murilo que chegou ali por último, segurou Raphael e com dificuldade conseguiu carrega - lo pra dentro de casa. A essa altura eu estava me sentindo a pior pessoa do mundo, eu não devia estar ali, aquele não era meu lugar e eu não queria essa bagunça na minha vida. Observei quando aos poucos o pessoal voltava pra dentro, a festa tinha acabado ali e tudo o que eu queria era ir embora. Gabriel falava algo com seu amigo e depois voltou seu olhar pra mim, sequei meu rosto e andei até ele, o abraçando em seguida.

— Me leva pra casa por favor. — Pedi chorosa. Ele assentiu, dizendo que buscaria a chave do carro e logo voltaria.

Aguardei lá fora mesmo, enquanto pensava o quanto aquela noite tinha sido péssima e no quanto eu queria me trancar no meu apartamento e nunca mais sair de lá.

Our Love - Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora