Garota do bar

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Através do balcão Heloísa observava o bar se esvaziando aos poucos, hoje não era um dia daqueles cheio, mas o movimento era considerável. Fazendo uma varredura pelo salão, seus olhos pararam na mesa de jogadores do Palmeiras, seu time do coração. Eles conversavam e riam, com certeza felizes pela classificação, ela também estava e se sentia péssima por não ter conseguido ir assistir ao jogo.

Derepente seus olhos pararam em Raphael, ele ria e bebia animado. Ela não podia negar o quanto ele jogava bem e que era um dos melhores do time, se não o melhor. Mas ela o odiava, não tinha um motivo concreto, ele nunca tinha feito nada pra ela, pelo menos nada grave, mas o cara era um porre, adorava provoca - la sempre que podia e ela detestava o sorriso presunçoso que ele dava sempre que os dois se viam.

Mais uma coisa ela não podia negar, ele era bonito, até demais pro seu pensamento e parece que naquela noite ele estava ainda mais, vestia um moletom verde e calça jeans escura, os cabelos estavam um pouco bagunçados e no pulso ostentava um enorme relógio que valia mais que o pequeno apartamento em que ela vivia. Seus pensamentos foram interrompidos com a chega de Letícia que também encarava a mesa de jogadores, com um sorriso malicioso nos lábios.

— Ele é um gato não é?

Heloísa a olhou confusa, fingiu não entender do que a colega de serviço falava. Mas antes de responder parou pra observa - la melhor. Letícia era muito bonita, tinha cabelos loiros que eram longos mas devido ao trabalho ela os prendia em um coque, seus olhos eram escuros e a pele bronzeada naturalmente.

— Não sei do que você tá falando. — Falei por fim.

— O Raphael, ele é um gato, todos ali são. — Ela se virou pra me encarar. — Mas ele é o que mais me interessa, você não se importaria se eu tentasse?

Arregalei os olhos com aquela pergunta, desde quando eu me importaria com isso? Eu não suportava aquele cara e por mim ela podia fazer bom proveito dele.

— Você tá maluca em achar que eu ligo pra isso. — Falei irritada. — Ele é todo seu. — Bufei e cruzei meus braços, Letícia me lançou um sorriso vitorioso e caminhou em direção a mesa deles, quando Gabriel ergueu a mão pedindo a conta.

Observei atenta cada movimento seu, ela ria animada com todos e fazia charme com alguns fios de seu cabelos que soltaram do coque. Na hora de retirar os copos da mesa, Letícia praticamente se jogou pra cima de Veiga que cochichou alguma coisa em seu ouvido e lhe entregou o papel. Por um instante seus olhos encontraram os meus e ele sorriu irônico, revirei meus olhos na mesma hora, insuportável.

Me virei pra ajeitar o balcão e começar a limpar a bagunça que tinha ali, ouvi risadas e gritinhos, quando a loira chegou até mim mais feliz que criança ganhando doce.

— Consegui. — Ela disse me mostrando o papel, que eu deduzi ser o número do jogador. — Ele disse pra eu ligar pra ele, vai me convidar pro jogo da final.

— Parabéns. — Falei sem humor.

— Credo, como você é chata Heloísa. — Letícia falou guardando o papel no bolso do uniforme.

— É, talvez eu seja.

Our Love - Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora