Mágoas

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— Ele terminou comigo, como se tudo que a gente tivesse vivido, não significasse nada. — Choraminguei no colo de Ísis, enquanto ela fazia carinho em meus cabelos.


— Quem esse Raphael pensa que é? Ele tá achando que pode sair deduzindo as coisas assim, ele é um burro mesmo. — Minha amiga vociferou. — Mais eu tenho certeza que isso tem dedo daquela Bruna.

— Você acha?

— E você não? Se liga Heloísa, primeiro ela te mandou aquela mensagem e agora essa foto, claro que foi ela. Aquela safada, se eu encontro essa pilantra na rua acabo com ela.

— Isso não importa mais, o Raphael já me deixou mesmo!

— Eu quero que o Raphael se foda, ele foi um imbecil, idiota, burro. Como pode acreditar numa coisa dessas.

Ísis estava furiosa desde a hora em que contei a ela sobre o que tinha acontecido.

— Obrigada por ficar comigo. — Falei fungando.

— Eu sempre vou estar com você meu amor. — Sorri ao ouvir aquela afirmação.

(...)

Virei a quinta dose de vodka sentindo o líquido queimar minha garganta. Eu me encontrava em um bar qualquer daquela cidade, enchendo a cara de cachaça depois de ter terminado com Heloísa.

Porra.

Fechei meus olhos sentindo a cabeça girar um pouco e uma onda de raiva tomar conta de mim, ao lembrar daquela maldita foto que Bruna tinha mandado pra mim. Qual era sua intenção com aquilo? Eu não tinha certeza, mas era me deixar maluco ela tinha conseguido. Pedi mais uma dose ao barman, quando senti uma mão tocar levemente meu ombro e um perfume doce demais invadir meu nariz.

— Não acha que já bebeu demais? — A voz fina demais me fez ter um pequeno embrulho no estômago. O que merda ela fazia ali?

— Está me seguindo Bruna? — Falei pegando o copo de bebida que me foi servido.

— Eu apenas te conheço melhor que qualquer outra pessoa Rapha. — Ela disse tirando a bebida da minha mão e virando na boca.

— Que porra é essa? — Vociferei um pouco alterado.

— Ela não merece que você encha a cara querido, você nunca foi disso Raphael. — Pela primeira desde que Bruna chegou eu a encarei. Ela tinha uma expressão séria no rosto e se eu não a conhecesse tão bem, diria que ela tava com pena de mim, o que claro não era verdade.

— Você está feliz não é? Me mandou aquela foto, fodeu com minha cabeça e agora está aqui, tentando parecer que se importa. — Sorri sem humor nenhum.

— Eu me importo com você e se te mandei aquela foto, foi exatamente por isso. Você não merecia ser enganado por aquela garota meu amor. — Sua mão fez um carinho no meu rosto.

— A Heloísa me disse que eles apenas conversaram.

— Se você tivesse acredito nisso, não estaria aqui bebendo igual um louco.

Afastei a mão de Bruna que ainda me acariciava e levantei dali, jogando algumas notas no balcão e saindo daquele bar. Ouvi pelo barulho de seus saltos que ela me seguia, com um pouco de dificuldade cheguei até meu carro, estacionado em uma rua deserta, procurei as chaves no meu bolso e destravei o veículo.

— Da pra você parar de ser inconsequente, você não pode dirigir nesse estado. — Bruna gritou.

— O que merda você quer Bruna? Porque sinceramente eu não tô entendendo.

— Eu quero que as coisas se acertem entre nós. — Ela falou se aproximando de mim.

— A gente não tem mais nada pra acertar. — Falei firme, mesmo chapado no álcool.

— Rapha, eu ainda te amo e sei que você também. — Bruna passou suas mãos por dentro da minha camisa, fazendo um carinho suave me causando alguns arrepios.

— Eu não amo você. — Falei segurando suas mãos e afastando ela de mim. — Eu amo a Heloísa e não importa o que aconteça, sempre vai ser ela.

Seu olhar furioso se voltou pra mim, eu podia ver o quanto Bruna estava me odiando naquele momento.

— Você é tão idiota. — Ela bufou. — Mas eu não vou deixar você ir embora sozinho nesse estado, eu te levo em casa.

— Não precisa, eu sei o caminho de volta. — Afirmei abrindo a porta do carro.

— Deixa de ser teimoso, você bebeu, é perigoso. — Ela insistiu. — Você não quer causar um acidente e sair em todas as páginas de fofoca não é?

Suspirei deixando os ombros caírem, por esse lado Bruna tinha razão, bebida e direção nunca dava certo e eu não podia colocar tudo em risco por causa disso.

— Ok! Mas só me deixa em casa por favor. — falei entregando as chaves.

— Como você quiser. — Ela disse entrando no carro.

Our Love - Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora