Eu amo voce!

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Eu não conseguia me concentrar em nada, tudo o que eu tentava fazer só me levava as lembranças da merda que eu tinha feito com a minha vida. Eu vim pra São Paulo disposta a estudar, ser uma boa psicóloga e poder ter orgulho de mim mesma no futuro. Mas tudo o que eu consegui foi um emprego que não me pagava direito, um pequeno apartamento e dois jogadores de futebol me odiando, porque eu simplesmente não tinha coragem de tomar uma decisão descente. Seria cômico se não fosse trágico. Afasto meus pensamentos quando Ísis chega falante ao meu lado.

— Hoje isso aqui está uma loucura.

— E eu não vejo a hora de ir embora. — Comentei.

— E como você está? — Ísis perguntou me encarando, enquanto colocava a bandeja vazia sobre o balcão.

— Me sentindo a pior pessoa do mundo. — Suspirei. — Gabriel não responde minhas mensagens e o Veiga...sumiu.

Senti um aperto no peito só de imaginar o que ele poderia estar fazendo, ou com quem ele poderia estar.

— Não é pra menos amiga, você brinco com os sentimentos dos caras e só Deus sabe como está o clima por lá.

Eu não contestei, Ísis tinha razão, eu fui uma idiota. O pior era não ter notícias nenhuma, os jogadores pararam de vir ao bar, nas redes sociais não tem nada e mensagem e ligação era impossível, visto que eles obviamente não queriam falar comigo.

— Mas eu tenho uma ótima ideia pra curar essa deprê aí.

— Qual ideia? — Perguntei desinteressada.

— Festa. — Ísis bateu palmas animada.

— Nem pensar, amanhã a gente trabalha e eu tô exausta, sem clima pra festa. Fora que tenho também a faculdade. —Neguei.

— A gente trabalha só a tarde Heloísa e hoje o movimento está fraco, a gente sai mais cedo. E eu sei que na sua faculdade as coisas estão mais calmas, então não arrume desculpa.

Olhei pra Ísis que esperava ansiosa por uma resposta, eu a conhecia pouco mais sabia que ela não desistiria fácil, então aceitei, talvez eu estivesse mesmo precisando de diversão.

— Ok! Mas por favor não me deixe sozinha de novo.

— Pode deixar que se eu for pra outro lugar te aviso. — Ísis piscou pra mim e sorriu, antes de voltar ao trabalho.

(...)

O vestido curto, os saltos, a música alta, aquele monte de gente, que merda eu estava fazendo aqui? Mesmo numa área mais reservada a boate estava lotada e eu me arrependi no mesmo instante que cheguei ali. Ísis como sempre estava animada. Caminhamos até o bar, onde estava mais calmo e nos sentamos, Ísis pediu uma bebida e eu por enquanto preferi não beber nada. Ficamos ali conversando assuntos aleatórios, enquanto meus olhos vasculhavam todo aquele enorme espaço. Todas minhas estruturas foram ao chão quando avistei Raphael devidamente arrumado e lindo, ao seu lado estava Bruna, sua ex! Mas que bela merda. Quando seus olhos avistaram os meus eu virei de costas propositalmente e tentei controlar minhas emoções.

— Tá tudo bem? — Minha amiga perguntou me encarando.

— Tudo ótimo. — Afirmei incerta.

— Ótimo, então irei dançar um pouco, você se importa?

— Não, pode ir, eu vou ficar aqui.

Ísis assentiu e se retirou. Um homem alto sentou ao meu lado e sussurrou algo no ouvido do barman que logo voltou com duas taças de bebidas, decorada com um canudo em espiral. Uma era pra ele e outra pra mim. Mesmo sem o conhecer agradeci e peguei a taça. Antes que eu pudesse beber o líquido Raphael apareceu de repente pegando a bebida das minhas mãos e ficando entre mim e o cara, o jogador lançou um olhar mortal ao homem que saiu pedindo desculpas.

Our Love - Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora